Poucas pessoas de entre os milhares que peregrinaram a Fátima foram ou são conscientes do impulso espiritual que levaram. Já disse muitas vezes e sem querer ofender ninguém, que há muita ignorância ou falta de cultura espiritual, ou mesmo, certo tabu em falar de espiritualidade. A espiritualidade faz parte da humanidade e está dentro e fora das religiões e muitos dos não crentes que também foram a Fátima, provavelmente saíram de lá crentes ou, como vulgarmente se diz, “convertidos” - ponho entre aspas porque a conversão é especialmente, crer em Deus - ponto essencial dentro ou fora das religiões.
A inteligência define-se pelas capacidades e qualidades superiores que o ser humano consegue aplicar na sua vida, tais como superação consciente (não como aceitação resignada, mas resolvendo os problemas), responsabilidade como ser individual e espiritual, liberdade interior (não depender de outrem para ser feliz), domínio mental e emocional, bem como compreender o sentido espiritual da vida, realizar a compaixão em si mesmo e pelos outros, amar incondicionalmente e defender causas universais de forma altruísta.
O mal deriva da limitada percepção que temos da realidade, quer seja de nós mesmos, quer seja do mundo que nos rodeia. O mal em si, por si só não existe, o que existe é um desequilíbrio vibratório causado pela conjugação de forças devido à manifestação da matéria quando submetida à energia e força do Espírito. O mal é assim apenas a energia negativa que resulta da limitada percepção que o envolvimento do Espírito causa na matéria. Depois desta primeira fusão, Espírito e matéria (corpo físico), o mal vai-se diluindo conforme a percepção mental aumenta como resultado da espiritualização da matéria, num processo de auto purificação de cada ser humano.
A vida supera-se pela inteligência. No Vedānta (filosofia Hindu) e no Budismo encontram-se profundos ensinamentos para a superação humana. Contudo, para a maioria das pessoas, estes ensinamentos são difíceis de aplicar, não só pela ausência de interesse como pela indisponibilidade mental para o autoconhecimento, que é a base para a superação, visto o problema estar no interior de cada um e não no exterior. De facto, a falta de esclarecimento filosófico ou religioso impede que se tome a direcção do aperfeiçoamento através do trabalho interno para sair da apatia em relação aos seus estados mentais, emocionais e espirituais.
Ano após ano, as viagens no tempo implacavelmente direccionadas para o futuro não nos deixam parar no passado, nem fixar no presente fazendo-nos “deslizar” imperceptivelmente na imensidão cósmica. De facto, a vida humana tem como condição indiscutível, a de viajar no tempo sem possibilidade de regresso ao passado e muito menos influenciar os acontecidos já vividos, os quais, só no presente damos conta de que se fosse possível voltar atrás, os conduziríamos de outra forma.
A ciência, bem tenta há décadas encontrar soluções para construir máquinas que permitam viajar no tempo, no sentido de desvendar esses “mistérios” das dimensões temporais.