Fundação Maitreya
 
A Felicidade do Caminho

de Maria Ferreira da Silva

em 18 Set 2023

  Esta obra de carácter espiritual, baseada na autorrealização, na qual se inclui a minha biografia, vem no seguimento de outras de idêntico cariz. É uma narrativa especialmente dedicada às memórias de uma vida de Serviço ao mundo, e de labor interno, que se deve à consciência da responsabilidade do caminho espiritual, sendo por essa razão que aqui se insere um alerta em relação ao deslumbramento por poderes espirituais, e à ilusão de que se pode obter rápida e facilmente a iluminação. O caminho espiritual é naturalmente gratificante; ele contém felicidade, ventura, criatividade e poder, mas, devido à ignorância dos próprios seres, permite também muita ilusão, tal como uma sedutora miragem de um oásis no deserto. Porém, se não fosse essa miragem (a ilusão), o ser humano não ousaria de livre vontade dar o passo para a autotransformação, pois intuitivamente sabe, que essa via implica uma “crucificação” dolorosa do seu próprio Eu, que inevitavelmente, o conduzirá ao despojamento das suas efémeras ilusões. De facto, para que ocorra essa metamorfose, a ilusão pode ainda constituir um impulso à própria realização espiritual e é esta (realização), que gradualmente a vai destruindo (ilusão). O caminho da autorrealização tem a finalidade de conduzir o intrépido peregrino na demanda da Realidade e torna-se, então, imperioso para aquele que ouve o chamamento espiritual, segui-lo, pois, o Som como Eco longínquo arrasta para um mar de delícias infinitas...

Excerto da Introdução

Na realidade, o caminho espiritual feito por vontade própria é o modo mais consciente de se obter a evolução dentro da condição humana e que é conseguida através de certo esforço, tal a perseverança, mas também ter disciplina, ousadia e fé. Ele apresenta-se árduo, complexo e até, por vezes, incompreensível, contudo, transporta a uma grande felicidade interior, podendo levar às alturas do samādhi, já que sem esta felicidade, o aspirante não aguentaria enfrentar tal via de acesso a uma nova consciência ou, à Consciência Superior.

Assim, a via da libertação consciente conduz, gradualmente, o Ser ao distanciamento das formas mais primárias da vivência humana; não por vaidade individual ou para se destacar pela diferença, mas pela renúncia que, naturalmente, se vai processando interiormente. Difícil é encontrar um ponto de equilíbrio, pois a transformação ocasiona uma grande impermanência, tanto interior como exterior, razão pela qual, poucos seres a empreendem por própria vontade. Obviamente, esta realização levada às últimas consequências, vem a constituir um grande distanciamento quanto aos relacionamentos afectivos, podendo tornar o ser humano incapaz de realizar a libertação mais rapidamente pelo medo da solidão, sendo raros aqueles que atingem o seu fim; porém, nunca há solidão, mas sim, plenitude!

Este isolamento que na terminologia indiana se designa por “kaivalya”, representa um estado supra-humano de Consciência ou Inteligência Divina, que fica longínqua de qualquer vivência humana normal.

Não obstante, se a via, por um lado, parece fácil quando acontece a ligação com planos divinos e consigo próprio (caso de um primeiro despertar espiritual), onde o coração se inunda de felicidade, por outro, são muitos os obstáculos e constituem a ponte para os que, pela sensibilidade e pureza se alteiam a esses planos de luz, ainda que, por essa mesma sensibilidade, possam descer abruptamente de tais alturas.

Com efeito, os conceitos estabelecidos sobre os caminhos espirituais e transmitidos à humanidade através das diversas tradições milenárias, são tão transitórios quanto a própria vida humana, onde a impermanência abala todas as construções teóricas e, portanto, mentais do Homem. Se, por um lado, esses conceitos religiosos e filosóficos se baseiam, em parte, em determinadas vivências humanas de alguns Seres de elevada sabedoria, e têm servido como padrão ou exemplo para muitos, por outro, devido à deturpação que os seguidores vêm a fazer das suas doutrinas, acabam por conter muito exagero, contradição e ignorância, causando grande frustração àquele que deseja alcançar a “meta”, pela ambicionada riqueza inserida na propaganda de tais realizações e caminhos.

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