Fundação Maitreya
 
Atitude mental

de Maria Ferreira da Silva

em 07 Jan 2023

  A meditação é, simplesmente, uma atitude mental. Independentemente do seu aspecto religioso ou espiritual é da mente que surge a capacidade de se obter o que se quer, e sendo um acto mental se for acompanhado de fé, amor e devoção na meta do Divino, torna-se sim, naturalmente, um acto religioso ou espiritual. Podemos, de facto, levar a mente para onde quisermos, mas se a elevarmos para esferas superiores ou espirituais, então, desenvolve-se a capacidade não só de contemplar, mas principalmente meditar. Treinada a mente neste sentido, será cada vez mais fácil fazer assiduamente essa ligação, estabelecendo deste modo, a verdadeira integração na Unidade por vontade própria.

Ciência e devoção devem aliar-se no ser humano, caso contrário pode o poder científico tornar-se tão intelectual ou egocêntrico num reconhecimento pessoal, que o poder adquirido se transforma em negativo. Por isso, a espiritualidade subjacente ao intelecto é então, a forma inteligente de progredir humanamente no sentido de um controlo consciente da mente, para que essas forças estejam disponíveis para o bem comum, pois é acompanhado de realização espiritual.

Todo aquele que se esforça por realizar mestria sobre si mesmo trabalhando para expandir a consciência, produz sempre algum efeito sobre aqueles com quem mantem contacto e deste modo, poder impulsionar à evolução do Todo. Pode até ainda não ser consciente deste facto, mas só a sua existência contém emanações estimulantes ao seu redor.

Portanto, toda a forma mental produz algum efeito, pois tem vitalidade, qualidade e propósito e se concebidas com objectivos precisos, contribuirá para um fim benéfico, ampliando cada vez mais o horizonte do Pensador. Formular pensamentos conscientes e responsáveis, obriga, então a uma plena atenção, que ajuda a reestruturar o cérebro, qual coordenador dos movimentos cognitivos, ao bom funcionamento da mente. Deste modo, o pensar harmoniosamente ajuda ao controlo mental e consciencial numa atitude que se requer cada vez mais elevada e, obter assim, mais qualidade psíquica nas suas formas mentais.

Recapitulando, a qualidade psíquica das formações mentais ou o grau de vitalidade dos pensamentos pode oscilar entre os pensamentos elevados ou de ordem inferior. Pensamentos positivos e de construção de ordem superior dão vitalidade, enquanto as deambulações mentais, dispersas, desgastam e desvitalizam a mente.

Pensar elevado, ou de “cima”, por si só é uma boa atitude, pois os pensamentos negativos são subversivos e causam traumas na mente ou roturas psíquicas que levam à melancolia, à depressão, enfim, ao desequilíbrio mental, por vezes difícil de reverter e sem solução à vista para si mesmo. Contudo, isto exige atenção para ser consciente no momento em que aparecem tais pensamentos negativos, recusando imediatamente à mente manter-se em tal atitude. É, de facto, fundamental esta consciência sobre o que se está a pensar, para que se tome o rumo certo, sendo este o verdadeiro controlo da mente pelo esforço próprio.

Para ser inteligente, não é preciso pensar rápido, mas pensar bem. Se, de facto há um meio para este resultado é sem dúvida a meditação, que por etapas, vai educando a mente a trabalhar no seu ritmo natural, sincronizada com as batidas do coração, realizando no organismo físico, psíquico e espiritual uma mestria harmoniosa de viver. Uma mente controlada e estável traz como resultado a coerência.

Controlar a mente na direcção que se quer, faz-nos mais conscientes e donos de nós mesmos e só esse propósito nos pode tornar mais independentes e responsáveis. Estes requisitos capacitam, então à verdadeira atitude: integrativa, altruísta e benfazeja.

Assim espero que munidos de atitude mental saudável saibamos enfrentar os desafios que a vida nos vai colocar perante este Ano, que já de si se prevê difícil, tendo uma guerra como pano de fundo, neste deambular do imprevisível para que nos saibamos defender, adaptar ou transmutar, e assim superar a nossa própria humanidade numa atitude positiva.
   


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