Fundação Maitreya
 
Um dia em Amarāvatī

de Bhikkhu Dhammiko

em 21 Mai 2006

  A rotina de Amarāvatī, descrita por Dhammiko leva-nos ao âmago da vivência diária dentro do Sangha. Também para os leigos existe regras que ajudam a maior integração na vida de uma comunidade, cujo objectivo é a paz interior derivada da prática milenar da Meditação. Prática que o Buddha desenvolveu e aconselhou para se atingir a libertação final, pela capacidade de entender que o sofrimento resulta dos apegos e dos sentimentos de posse.

Interior do TemploRotina

São 22:06 e estou sentado na minha cama, preparado para me “amortalhar” para a dormida.
Hoje foi um dia, daqueles que eu considero mais ou menos produtivo, a todos os níveis. A energia com que estamos e a forma como o corpo está a trabalhar, também ajuda muito para que um dia corra bem, com um vínculo mais positivo que negativo, em termos de vontade e força anímica. Reparo e noto cada vez mais que a energia com que estamos e a boa disposição, estão muito ligadas, quase que directamente, ao eficaz e saudável funcionamento do fígado e dos rins. Se a depuração e limpeza do sangue e do corpo, são minimamente assegurados, é meio caminho andado para um bom nível de actividade.

O dia de hoje, para mim, começou quando acordei às 4:20 da manhã. Às quatro e meia estava pronto e a caminhar para o Templo, para a meditação da manhã, que normalmente começa às 5:00. Meditámos 1 hora. Às seis começam os cânticos, que demoram cerca de 15 minutos. Às 6:30 temos a tarefa diária da manhã antes do pequeno-almoço. Ou seja, vai das 6:30 até às 7:15, hora do pequeno-almoço. A minha tarefa matinal nesses 45 minutos é tomar conta da limpeza e arrumação diária do Templo; limpar e tratar dos dois altares (incenso, mudar velas, limpar, puxar brilho da madeira, etc.). Depois há que arrumar os vários colchões de meditação, varrer o chão, aspirar tapetes e que mais. Hoje no entanto, fiz uma coisa que fazemos 1 a 2 vezes por mês, que é passar a “esfregona” com um pouco de lixívia e detergente, pelo chão todo do Templo, que inclui a área central (Sima) e a zona exterior de soalho tipo tijoleira, mais a entrada das escadas. Hoje limpou-se só no Sima, pois era só eu e mais uma pessoa (leiga) e não dava para tudo. Entretanto, como não acabei de colocar os colchões todos no sítio antes do pequeno-almoço, logo a seguir a este, por volta das 7:45, acabei de o fazer.

Depois do pequeno-almoço, temos o trabalho da manhã que vai das 8:15 até às 11, 11:15 mais ou menos. Como este Verão estou encarregado de pintar todas as janelas de madeira do Mosteiro, estivemos a pintar, eu mais três pessoas, janelas nos blocos do Centro de Retiros, que é onde neste momento estamos.

11:30 Almoço, com os Cânticos, primeiro, a agradecer o Dhana (oferendas ao Sangha pelas pessoal leigo que visita o Mosteiro) e por vezes em honra a alguém falecido.
Acabado o almoço tenho que lavar a tigela do Ajahn (Monge mais velho) e a minha. Quando não tenho que participar na lavagem após refeição na cozinha, normalmente, chego ao meu quarto, por volta das 12:45.

Hoje a seguir ao almoço, cheguei ao quarto, arrumei as minhas coisinhas, fui fazer um café e regressei ao quarto. Normalmente as tardes são livres, excepto quando há reuniões ou outros eventos importantes. Hoje dediquei-me a traduzir um livrinho do Inglês para o Português. Por volta das 17:30 larguei a tradução e fui puxar o brilho ao Buda de Bronze do pequeno altar na Sala de Meditação do Centro de Retiros, uma vez que tinha prometido aos coordenadores que o faria, pois amanhã, Sexta-Feira, irá começar um Retiro de Cinco dias.

19:30, meditação do fim de tarde. Os cânticos aqui são no princípio, ao invés do que costumamos fazer de manhã. Às 20:45 regressamos ao quarto novamente. Hoje, como estou em turno semanal para trancar o portão principal do Mosteiro, as portas do Templo e da Sala, assim o fiz por volta das 21:30. E aqui estou prontinho para a deita, não no entanto sem ir tomar um duche.
Amanhã, será outro dia a começar às 4:30 novamente e espero acordar revitalizado, tal como acordei hoje. Muitas vezes, aproveito as tardes para dar um passeio pela maravilhosa floresta protegida de Ashridge, mesmo aqui ao lado, onde por vezes já vi muitos gamos, esquilos e que mais.
Até amanhã.
   


® http://www.fundacaomaitreya.com

Impresso em 18/4/2024 às 22:31

© 2004-2024, Todos os direitos reservados