Fundação Maitreya
 
Nutrição Inteligente - 2ª Parte

de Alberto Chang

em 13 Nov 2006

  A fermentação do ácido láctico através de leveduras, bactérias e outros microorganismos é um procedimento universalmente praticado para conservar naturalmente os alimentos; posto que devido a sua acidez impede o desenvolvimento de germes de putrefacção. Por outro lado, e talvez o mais importante, os alimentos lacto-fermentados como sauerkraut, picles, miso e outros vegetais fermentados em ácido láctico, sofrem uma transformação no valor de seus nutrientes; por exemplo, na soja e outros grãos se sintetizam grandes quantidades de vitamina B12 e enzimas que favorecem a sua assimilação.


1. Inclua regularmente alimentos lacto-fermentados e probióticos

Outro alimento lacto-fermentado é o iogurte. Aqui as propriedades do leite são melhoradas, pois as proteínas são pré-assimiláveis; e por outra parte, o iogurte feito com leite fermentado com lactobacilos acidófilos ou bifidobacterium bifidum, tem propriedades terapêuticas e por isso se denomina”Probiótico”(pró-vida). Os lactobacilos acidófilos têm a capacidade de restaurar a saúde e promover o equilíbrio de nosso ecossistema intestinal intoxicado com bactérias de putrefacção e outras bactérias patogénicas, resultado da utilização de antibióticos, contraceptivos orais, excessivo uso de açúcar, seguido de consumo excessivo de carnes e lácteos contaminados com resíduos de antibióticos e esteróides. Recentes investigações demonstram que os lactobacilos acidófilos destroem também E coli, uma das bactérias mais tóxicas de nosso tracto intestinal. Os acidófilos rompem a lactosa em ácido láctico e neste meio é impossível a sobrevivência das bactérias que produzem gases e putrefacção. Por outro lado, os acidófilos têm outro papel importante: o de sintetizar o “complexo B” em nosso sistema.

Os principais usos são:
• Estimula o sistema imunitário: desactiva bactérias patogénicas (quando está na presença de ácido fólico e riboflaviba)
• Trata e previne a geração e propagação de ‘cândida albicans’ e outras infecções micóticas.
• Em casos de diarreias: corrige a proliferação de bactérias gram-negativas.
• Protege contra infecções urinárias recorrentes.
• Reduz o risco de cancro do cólon.
• Assim como em casos de asma, problemas hepáticos e má absorção de proteínas.

5. Inclua os super-nutrientes: levedura de cerveja, algas (kelp ou chlorella), gérmen de trigo e pólen.
• A levedura de cerveja - É uma fonte concentrada de proteínas completas. Contém 15 dos 20 ácidos aminados de que necessitamos para fabricar todas as proteínas indispensáveis ao bom funcionamento de nosso organismo. Sobretudo indispensável para quem decida ter um regime vegetariano, já que pode complementar os ácidos aminados carentes de soja e outros grãos. Contém uma boa quantidade de quase todas as vitaminas do complexo B, principalmente thiamina, riboflavina, niacina, ácido pantotênico, pyridoxina, biotina e ácido fólico. Os sintomas de deficiência deste importante complexo incluem: fadiga física e mental, perda de apetite, irritabilidade, nervosismo, depressão, problemas de pele, fissura dos lábios, etc. Também contém traço de minerais essenciais como ferro, zinco, selénio e crómio. Principalmente deste último, a levedura é uma de suas mais ricas fontes. O crómio é um cofactor essencial para a atividade e eficácia da insulina, portanto fundamental para o metabolismo da glucosa. A insuficiência deste micro-elemento (que acontece com frequência com o consumo de hidratos de carbono refinados) eleva o nível de açúcar no sangue, produz hipoglicemia, intolerância de glucose nos diabéticos, endurecimento das artérias, aterosclerose e problemas no metabolismo de ácidos aminados.

• Algas- Verdes, vermelhas (nori) ou castanhas (laminárias, wakame, kombu, etc.) e praticamente todas as algas comestíveis contêm uma grande concentração de vitaminas tais como B1,B2,B3,B12,C e caretenóides. A vitamina B12 ou cyanocobalamina, essencial para o crescimento do tecido nervoso da mielina e para a formação de glóbulos vermelhos, é encontrada pela primeira vez em fontes não animais. Também contêm uma importante quantidade de minerais. Em algumas delas representa entre 10 e 30% do peso da alga seca; de todos eles, talvez o iodo seja o mais importante. O iodo actua sobre a tiróide para a produção de certas hormonas que asseguram o processo metabólico normal do organismo. Tanto sua deficiência como seu excesso podem bloquear seu bom funcionamento e produzir o bócio, hipertiroidismo ou hipotiroidismo e relacionado com isto, toda uma série de problemas. O iodo orgânico das algas é um excelente protector contra substâncias radioactivas como o strontium 90 e o iodo radioactivo 131, posto que bloquearia sua absorção por competição. De todas estas algas, o kelp, da espécie das laminárias, vem sendo utilizado em terapia nutricional, devido a sua grande concentração de outros traços de nutrientes essenciais, como hidratos de carbono, proteínas, vitaminas e minerais (principalmente iodo, magnésio, potássio, cálcio, fósforo, ferro e zinco). Também contêm polisacarídeos como os alginatos que são utilizados eficazmente no tratamento de úlceras e queimaduras. Outro componente, o ácido algínico, é usado em processos de desintoxicação de metais pesados como chumbo, mercúrio e cádmio, assim como protector contra radiações de strontium 4. Recentemente descobriu-se um componente polisacarídeo sulfatado, chamado fucoidan, com propriedades antitumorais 5 (responsável pelo baixo risco de cancro no seio no Japão) 6, aticoagulantes e fibrilíticos 7. Outro composto activo, o sulfato dextran, tem propriedades anti-viróticas (desactiva o vírus da herpes simples) e anti-microbiano de amplo espectro. E por último, o cicloendesmol, um composto antifúngico utilizado contra a cândida albicans.

Devemos mencionar aqui três micro-algas realmente importantes por conter uma grande quantidade de substâncias nutricionais e terapêuticas: A chlorella, a spirulina e a alga ”Azul-verde”(aphanizaomenon flos aquae).
A chlorella pyrenoidosa é uma alga verde unicelular, com um altíssimo conteúdo de clorofila (28.9g por kg), ademas de vitaminas (C, beta caroteno, B12 e todo o complexo B), minerais (fósforo, magnésio, cálcio, manganês, zinco e cobalto) 8, ácido lipóico, ácidos nucleicos, proteínas completas 60% (todos os ácidos aminados em boa proporção, à excepção de metionina), enzimas e outras substâncias terapêuticas como o glicolipídio chlorellin, que demonstrou possuir uma actividade antivírus imunoestimulante e antitumoral9; por sua indução à produção de interferon10, e a activação das células B e T (linfócitos) 11.
A Chlorella, graças à clorofila12, estimula a formação de eritrócitos no sangue e acelera a produção de fibroblastos( as células responsáveis pela cicatrização de feridas). Os derivados de clorofila inibem as enzimas proteases, as enzimas responsáveis pela inflamação e outros danos que causa a pancreatite13. Também a clorofila tem uma actividade “lipotrópica”, ou seja, de estimular a excreção de colesterol.
Por último, Chlorella tem uma grande capacidade de desintoxicação de metais pesados como o cadmio14, mercúrio, urânio e chumbo15. Assim como também remove pesticidas como o polychlorbiphenyl (PCB) e insecticidas como chlordecone16.

A Spirulina máxima é uma micro - alga unicelular que pertence ao grupo das cyanophyceae que crescem sobretudo nas superfícies de lagos de água alcalina17. Tem uma das percentagens mais algas de proteínas completas (60%), ou seja, tem todos os ácidos aminados em proporção correcta. É uma das fontes mais extraordinárias de vitamina B12 (duas vezes mais que o fígado), e de uma quantidade significativa de outras vitaminas do complexo B, principalmente a Thiamina (B1) e riboflavina (B2) 18. Contém também a provitamina A:Betacaroteno e outros 16 diferentes tipos de caretenoides. Tem uma boa proporção de ácidos gordurosos essenciais ou pol-insaturados: Omega-3, Omega-6, e Gamma linolenic acid (GLA); assim como grandes quantidades de phycocyanins (estimulante do sistema imunitário), glycolipídeos, sulfonolipídeos, rhamnose19, e muitos minerais tais como magnésio, ferram, potássio etc.
Terapeuticamente se utiliza em casos de avitaminose, anemias, úlceras, hipoglicemia, deficiências do sistema imunitário e prevenção de tumores.
A Alga “Verde-azul”Aphanizomenon flos-aquae, pertence ao mesmo grupo de micro algas que a Spirulina. Crescem na água fresca do lago Klamath, uma remota área ao Sul de Oregon (USA). Como a Spirulina, esta alga contém mais de 60% de proteínas completas, clorofila, Beta caroteno, complexo B (7 vezes mais de B12 que a Spirulina) e toda a gama de minerais.
• Germe de trigo
• Pólen- É uma fonte de vitalidade muito rica de vitaminas, ácidos aminados e proteínas pré-assimiladas. Pode se usar com outros adaptogênicos como regulador energético.

6. Utilize azeite de oliva e outros azeites vegetais a pressão fria e crus.
As gorduras, em várias formas, são outros dos factores nutricionais que o nosso organismo necessita para funcionar correctamente. Alguns deles, os ácidos gordos essenciais (Omega-3 e 6), produzem substâncias biológicas de capital importância, que sem elas o nosso organismo debilitaria. A Grosso modo, poderíamos classificar as gorduras em três tipos: saturados, mono-saturados e poli-insaturados.

Os saturados encontram-se maioritariamente em produtos animais como a manteiga de cerdo, derivados lácteos (queijo e manteiga), carne e em menor quantidade nos vegetais à excepção da manteiga de coco.
Os mono-saturados, encontram-se principalmente representados em azeite de oliva. O azeite tem que ser extraído a frio, só com processos mecânicos e nos refinados para ser denominado “Virgem”. Só assim podemos aproveitar os seus componentes medicinais, como o ácido oleico, vitamina E, Squalene, phytosterols, e caretenoidos, todos eles protectores de enfermidades cardiovasculares, e tumores.

Por último, os “Poli-insaturados”, são todos os óleos vegetais (em estado líquido a temperatura ambiente) provenientes do milho, girassol, colza, sésamo, soja e outros. Os “ácidos gordos essenciais” pertencem a este tipo de gordura. Na realidade, nem todos os poli-insaturados são essenciais. Alguns óleos vegetais podem sofrer alterações perigosas, sobre tudo quando estas são refinadas, processadas com calor ou utilizadas para frituras. Os ácidos grasos essenciais dividem-se por sua vez em dois grupos: O ácido linóleico (Omega-6), presentes principalmente nos óleos de girassol, milho, e soja. E no ácido alfa linolénico (Omega-3), que se encontra em maior proporção no óleo de linhaça e em menor proporção no óleo de soja, avelãs, nozes, e pevides de abóbora. O ácido alfa linolénico converte-se no nosso organismo em ácido eicosapentaenoico (EPA: encontra-se em boa quantidade nos peixes de água fria: salmão, atum, trutas, e cavala). E este ácido, por sua vez, se converte em uma importante hormona: “Prostaglandina E-3 “. Muitíssimos estudos hoje em dia demonstram que o consumo de estes peixes, reduzem significativamente o risco de enfermidades cardiovasculares. Por outra parte, Cis ácido linoleico transforma-se em ácido gama linolénico (se não encontra nenhum bloqueio na sua transformação); e este por sua vez em “Prostaglandina E-1”. Ácido Gama linolénico, encontra-se presente nos óleos extraídos de plantas como Borago officinalis e Primula veris.

A actividade biológica dos ácidos gordos essenciais é vastíssima; sem dúvida, alguns deles devem de ser mencionados:
a).- forma parte da membrana celular, contribuindo por sua fluidez e transportando oxigénio através das membranas. Assim como no crescimento e divisão celular.
b).- forma parte do tecido nervoso, afecta o desenvolvimento e função cerebral (incrementa a capacidade de aprendizagem).
c).- Modera as emoções, alivia as depressões e modera a hiperactividade infantil.
d).- As prostaglandina E-1 y E-3 são anti-inflamatórias, estimulantes do sistema imunitário (infecções), e modera os problemas auto-imunes (diabetes, artrites reumatóide)

6. Coma quando tiver fome e numa atmosfera relaxada.
O ruído ao qual estamos expostos quase todos no quotidiano, é um dos factores mais esgotantes e perturbadores do sistema nervoso. No momento de almoçar ou jantar, deveríamos apagar a televisão ou o rádio, abaixar o volume do telefone
(principalmente não atender) e nos distanciarmos o mais possível de todas as fontes de ruído que ultrapassem os 60 decibéis (um restaurante que dê para a rua passa dos 80 decibéis) 20. Então, devemos procurar um lugar mais tranquilo, harmonioso e confortável para podermos comer. E por menos ideal ou bonita que possa ser a casa onde vivamos, deveríamos sempre rodearmo-nos de cores agradáveis, da beleza das plantas e flores. Por outra parte, deveríamos evitar comer quando estivéssemos apressados, ansiosos, irritados ou com falta de apetite. Ao comer em tais circunstâncias não se mastiga nem se saliva a comida apropriadamente, e por isso perturba-se a digestão e uma série de problemas gástricos, tais como gases, que acompanham uma sensação de peso e sonolência durante o resto do dia. E por último, os pratos têm que ser apresentados esteticamente, de forma que sejam apetecíveis aos olhos.

7. Tome água pura ou mineral.
Não nos esqueçamos de que somos constituídos por uns 70% deste importantíssimo elemento; algo como 40 litros, dos quais 25 litros estão dentro de nossas células e 15 litros fora delas no fluido extra celular e no sangue. Esta quantidade deve permanecer aproximadamente constante, para não afectar o equilíbrio metabólico. Em condições normais, perdemos um mínimo de 1 litro de água e dependendo do clima ou do tipo de actividade como desporto, perdemos um pouco mais de 1 litro e meio. Por isso devemos ingerir a cada dia, pelo menos 1 litro e meio. Com um défice de 8 litros, o que só acontece com mais de 6 dias de privação, pode ser fatal.
A composição da água varia de acordo com a fonte donde ela provém. Algumas terão um conteúdo rico em magnésio, outras em cálcio, outras terão traços de lítio, etc. Infelizmente, a água encanada que bebemos contém também – assim como o ar e a terra uma grande quantidade de substâncias tóxicas. Estas provêm em primeiro lugar, das infiltrações que sofrem as camadas de água subterrânea, de pesticidas, herbicidas, fertilizantes (nitratos), detergentes, solventes e outros derivados petroquímicos. Em segundo lugar, pelo material de canalização, temos metais pesados como o chumbo e o cobre. E finalmente, pelo tratamento que sofrem as águas potáveis com o sulfato de alumínio e cloro, piora sua toxicidade e prejudicar a saúde, principalmente nas pessoas mais sensíveis.

Para resolver este problema temos três alternativas: a primeira, reabastecer-se numa fonte de água que esteja o mais longe possível de qualquer indústria. Isto é um privilégio para uma grande maioria. A segunda, comprar garrafas de água mineral ou de fontes cuja composição química e bacteriológica estejam na etiqueta. E por último, utilizar um filtro profissional, como o de “reverse osmosis” que remove absolutamente todos os pesticidas, cloretos, metais pesados e micróbios. Só que também remove minerais importantes como magnésio, cálcio e outros, portanto ter-se-ia que tomá-los como suplemento.

8.Purifique o seu sistema regularmente com jejum e outros processos de desintoxicação.
A “toxicidade” interna tem como primeira causa a acumulação de tóxicos do meio ambiente em nosso corpo. O ar que respiramos nas grandes cidades contém finas partículas de mil substâncias poluentes; a água da rede contém químicos perigosos.
   


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Impresso em 25/4/2024 às 23:57

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