Fundação Maitreya
 
O Conde de Saint Germain

de Lubélia Travassos

em 19 Fev 2007

  O grande Profeta Conde de Saint Germain, Mestre de Sabedoria da Grande Fraternidade Branca, revela-nos, numa das suas profecias, quanto ao novo Milénio que os primeiros anos serão cruciais, uma vez que aquilo que fizermos agora terá repercussões durante muitos séculos. Actualmente ele é o Guia da Era do Aquário, o Mestre da Chama Violeta.


Saint GermanO Profeta e Mestre de Sabedoria

Saint Germain possuía uma das características mais notáveis, que só poderá estar relacionada com um grande Mestre de Sabedoria, que residia no facto de não envelhecer. Existem muitas histórias relacionadas com a sua vida, em vários países e cidades da Europa, assim como em várias épocas, onde ele mantinha sempre o mesmo aspecto, de um homem que aparentava uma idade à volta dos 45 anos.
O Mestre e Profeta, cujas evidências provam que continua a viver, actualmente, entre a humanidade, a fim de ajudá-la a evoluir, procurando discípulos entre os melhores dos homens, para ajudá-lo, esteve presente em França durante os reinados de Luis XV e Luis XVI. Muitas pessoas o encontraram, em diversas épocas, mas muito poucas conhecem a sua procedência, e nem sabem se ele é, de facto, um dos Mestres de Sabedoria.

Um artigo escrito pelo célebre historiador Francês Alain Decaux, para a Revista “História”, relata-nos um caso passado em Paris, em 1758, onde durante um jantar se tinha dado um estranho acontecimento. «O convidado de honra era uma pessoa bastante misteriosa, de origem desconhecida e que se apresentou como Conde de Saint Germain. Era um homem bastante alto, com uma aparência juvenil, mas que rondaria menos de 50 anos, elegante, de feições agradáveis e olhos fascinantes, que cativavam todos os que o olhavam. Sendo uma pessoa muito alegre e mestre em eloquência, toda a gente o escutava atentamente e com grande admiração. Naquela noite ele falou muito sobre as suas viagens à volta da Europa.

Um dos convidados, uma dama idosa, de quem se dizia que a morte tinha sido indulgente com ela na Terra, a Condessa de Gergy, olhava constantemente, e de modo particular, para ele. Acabado o jantar, quando todos se dirigiam para o salão, a Condessa de Gergy aproximou-se do Conde de Saint Germain, na altura em que ele falava com uma grande amiga, a Condessa de Adhémar. Voltando-se para o Conde disse-lhe: “Excelência, lembro-me de tê-lo visto, quando era Embaixatriz em Veneza, já se passaram cinquenta anos e não mudou absolutamente nada, pode-se até dizer que parece ainda mais jovem”. O Conde sorriu e respondeu-lhe que costumava ter o privilégio de cortejar as senhoras. A Condessa então respondeu-lhe, que naquela altura o conhecia por Marquês Balletti. E o Conde retorquiu que ela tinha uma memória tão viva como antes.» Permanecia, assim, a incógnita! Quem seria aquele homem, que não só não envelhecia após cinquenta anos, como ainda parecia mais jovem.
Quando o Conde de Saint Germain foi para Paris em 1758, fácil e rapidamente se introduziu nos círculos mais fechados e, como ele afirmava ser proveniente de uma família da nobreza Alemã, depressa foi aceite entre os frequentadores regulares da Corte.

Certo dia, a Marquesa de Pompadour apresentou-o ao Rei Luis XV. Quanto ao teor da conversa havida entre os dois, permanece desconhecida, mas, desde então começou a ser recebido pelo Rei, com muito agrado. Inclusive, Madame du Hausset até declarou que o Rei não admitia que as pessoas fossem desrespeitadoras para com o Conde ou troçassem dele.
Cada vez mais se questionava quem seria aquela pessoa, sem qualquer título ou recomendação, que fora capaz de se introduzir, à sua maneira, na alta sociedade do reino! Desde logo, começou a ser objecto de uma história incrível nos salões de Paris e Versalhes. Segundo a versão espalhada pela Condessa de Gergy, o Conde Saint Germain, apesar da sua aparência jovem, era, realmente, um homem que já tinha muitos séculos.
Quando questionado sobre o assunto, o Conde simplesmente sorriria, não confirmando, nem negando, o que havia sido dito sobre ele. Então, um dia, a Marquesa de Pompadour disse-lhe: “Conde, nunca foi capaz de dizer a sua idade verdadeira, apenas diz que é bastante velho. No entanto, a Condessa de Gergy diz que o conheceu há cinquenta anos, em Veneza, e o seu aspecto era o mesmo de agora. De acordo com o que ela diz já deve ter mais de cem anos!” Pelo que o Conde respondeu-lhe que já conhecia a Condessa de Gergy havia muito tempo, e o que ela dizia poderia ser verdade.

O rei Luis XV começou a sentir uma especial predilecção pelo Conde, que não hesitava em contar-lhe fábulas na sua presença, que continham avisos mal disfarçados. Um dia ele disse ao Rei que não era necessário ser padre confessor, nem ministro, nem oficial de polícia, para julgar a importância dos homens. E o Rei perguntou-lhe se o próprio Rei também estaria incluído. Então, o Conde respondeu-lhe: “Majestade, há duas semanas havia um nevoeiro tão denso, que não era possível ver-se o que quer que fosse a quatro metros de distância. Os soberanos costumam estar rodeados por tal bruma espessa, devido a ministros desleais e intriguistas, que apresentam os casos de uma forma completamente diferente da realidade”. O Rei ouvia-o sempre com muito agrado e ficava encantado com todas as narrativas das viagens, que ele tinha empreendido pela Ásia e África, assim como as histórias que ele lhe contava sobre outras cortes, tais como a Áustria, Rússia e Turquia.

Dizia-se, em Paris, que o Conde deaint Germain não só conhecia o segredo do rejuvenescimento, como também era um grande alquimista, capaz de transformar os metais em ouro e purificar os diamantes imperfeitos. Além do mais, os seus conhecimentos não só se estendiam ao passado, como também a tudo o que se passava à volta do globo, pois ele tinha viajado por todo o mundo.
A alquimia era um dos assuntos predilectos das conversas, em Versalhes, mas, como o Rei era muito céptico queria pôr o Conde à prova. Convocou-o, uma vez, para comparecer na Corte e mostrou-lhe um diamante com defeito. O Rei disse-lhe que o diamante sem defeito deveria valer dez mil libras, mas com aquele defeito fora apenas avaliado em seis mil libras, por isso, gostaria que ele o ajudasse a determinar a diferença. O Conde pegou no diamante, examinou-o e depois disse que seria possível ajudá-lo, e que o devolveria ao cabo de um mês.
Passado um mês o Conde voltou a Versalhes, trazendo um pequeno pacote embrulhado num pano de amianto. Tirou de lá o diamante, agora perfeito, e entregou-o ao Rei, que agradeceu, de imediato, e deu instruções ao Senhor de Gontaut para levar o diamante ao Joalheiro. Este ofereceu nove mil e seiscentas Libras por ele, quando antes o tinha avaliado por apenas seis mil Libras. O Rei disse ao Conde que, com tais poderes, ele deveria ser muito rico, mas o Conde respondeu-lhe que não o era, mas nunca tido problemas monetários.»

Alguns meses mais tarde, o Conde de Saint Germain foi fazer uma viagem à volta da Europa, regressando a França em 1775, depois da morte do Rei Luís XV. O seu regresso teve como principal intenção avisar as Cortes Reais sobre a revolução eminente e o banho de sangue que se iria dar. Como gozava de grande confiança, por aqueles com quem lidava na corte, eram-lhe confiados muitos segredos de estado de vários países, visto ser considerado uma autoridade em muitas áreas.
Foi, então, visitar a Condessa de Adhémar, que ficou espantada por verificar que o seu aspecto não tinha mudado absolutamente nada, durante os dezassete anos ausente na Europa. O motivo dessa visita residia no interesse de ser apresentado à Rainha Maria Antonieta pela Condessa. A Rainha concordou em recebê-lo, visto já ter ouvido falar muito dele. Acompanhado pela Condessa de Adhémar, o Conde foi recebido pela Rainha de uma maneira muito amistosa. Ela disse-lhe que gostava muito da Condessa, e estava certa que ele teria coisas muito interessantes para lhe dizer.
Todavia, depois de pensar por um momento, o Conde disse tristemente que a Rainha teria de considerar com muita atenção o que ele tinha para lhe dizer. Assim, depois de um gesto encorajador da Rainha, o Conde continuou: «”Há um grupo de intelectuais que quer tomar o poder. Infelizmente eles serão bem sucedidos na sua ambição ao reduzirem a Igreja a um estado de abandono total, e no derrube da monarquia. Eles pretendem tornar o Duque de Chartres, Duque de Orleans, um primo do Rei (mais tarde chamado Filipe Egalité, e que tinha votado a favor da sua morte, na Convenção), no seu líder e pensam livrar-se dele depois de atingirem os seus fins. Mas, entretanto, acontecerão muitas desgraças e muitos crimes, antes da ordem ser restabelecida. Todo aquele que for honesto não poderá contar com a protecção da lei e, por outro lado, os malfeitores não terão qualquer receio dela. O poder cairá nas mãos de sanguinários e criminosos, que destruirão a Igreja Católica, a Aristocracia e a Justiça”.

A Rainha, aí, interrompeu-o e retorquiu que, sendo assim, apenas a Realeza deveria permanecer. O Conde, então, respondeu: “Nem sequer isso. A Realeza também desaparecerá”.
Após estas sinistras profecias, o Conde pediu à Rainha para apresentá-lo ao Rei Luís XVI. Mas, antes de responder ao seu pedido a Rainha perguntou, cheia de curiosidade, onde tinha nascido o Conde, e que idade tinha. Ele respondeu-lhe que tinha sido em Jerusalém, e pediu permissão para não revelar a sua idade porque acreditava trazer má sorte. A Rainha, a seguir, acentuoArcano do Aquáriou: “Assim, quanto ao que me diz respeito, e à minha própria sorte, não posso ter ilusões. Por isso poderá ir-se embora, e será mais tarde informado da decisão do Rei”. Todavia, aconselhado pelo Senhor de Maurepas, Luís XVI nunca recebeu o Conde de Saint Germain, por Maurepas ter achado que ele era um grande intriguista.»
Saint Germain tentava, com a sua presença profética e dominadora, provar que era necessário que se desse uma transição para uma nova Era, cujo fim da velha ordem se tornava inevitável. Tinha como plano a fundação de Estados Unidos em toda a Europa, antes que a Revolução eminente em França não deixasse nada de bom ou mau das casas reais Europeias. Ele tentou por várias vezes avisar o Rei Luís XVI e a Rainha Maria Antonieta de que se estava a preparar uma terrível revolução. Escreveu várias cartas à Rainha para advertir do perigo e colapso eminente e, que, se não ouvissem as suas advertências chegaria a uma altura em que a crise atingiria um ponto que não seria mais possível evitar tal revolução. Mas, lamentavelmente os seus esforços saíram frustrados, não foram capazes de compreender as suas profecias e ignoraram, completamente, os seus conselhos, pelo que se viu obrigado a afastar-se.

O Conde de Saint Germain deixou, novamente, a França e instalou-se na Prússia, na casa do Conde Charles de Hessel-Cassel, um grande protector das ciências secretas. De acordo com o historiador Alain Decaux, em 1776 o Conde foi primeiro para a Saxónia e depois para a Prússia onde foi recebido por Frederico II. Naquela altura o Príncipe Karl de Hesse também lhe estendeu a sua hospitalidade. Era um grande admirador do Conde de Saint Germain e afirmava ser seu discípulo. Considerava-o um dos maiores filósofos de sempre, um grande altruísta que só pretendia adquirir dinheiro para ajudar os pobres. Além do que amava muito os animais, e a sua única preocupação era a felicidade dos outros. Consta que morreu na Prússia a 27 de Fevereiro de 1784, mas em 1785 foi visto num Congresso Maçónico, em Paris e, em 1788, o Conde de Chalons afirmou que tinha falado com ele, durante uma hora, na Praça de São Marcos, em Veneza.
Em 1789, antes da Revolução Francesa, a Condessa de Adhémar recebeu em casa uma carta do Conde, com o seguinte teor: “Senhora Condessa, tudo está perdido. O sol que se põe hoje não verá a realeza amanhã. Um reinado de problemas e grandes desordens suceder-se-á. Como sabe tentei tudo o que me foi possível para resolver a situação, porém riram-se de mim, e agora já é demasiado tarde. Gostaria de saber o que aquele diabo do Cagliostro tenciona fazer. Olharei por si, mas seja prudente e sobreviverá aos estragos da tempestade. Resisti à tentação de ir visitá-la, pois não saberia o que conversar. Pediu-me uma coisa impossível. Infelizmente não poderei fazer mais nada pelo Rei nem pela Rainha, nem tampouco pela família real. De igual modo, não poderei fazer nada pelo Duque de Orleans, o vencedor de amanhã, que tropeçará, para seu infortúnio, no penhasco de Tarpeian. Contudo, se quiser realmente ver o seu velho amigo, vá à Missa de Recollets, às oito horas, onde estarei na segunda capela lateral à direita…”

Convém salientar a data dessa carta, em 1789, data que constava que o Conde de Saint Germain já havia sido dado como morto, oficialmente, decorridos mais de cinco anos, por isso era de imaginar o espanto da Condessa de Adhémar ao receber a sua carta! Não obstante, foi à Igreja indicada pelo Conde e encontrou-se com o amigo que parecia, exactamente, o mesmo, quando ela o viu em 1760.
Após uma troca de palavras amistosas, o Conde disse muito seriamente que, tal como dissera na carta, não poderia fazer nada, pois as suas mãos encontravam-se atadas por algo mais forte do que ele. Perguntou à Condessa se ia ver a Rainha, ao que ela respondeu, num pranto, que não iria, pois a Rainha já tinha sido condenada à morte. Então, perguntou ao Conde o que aconteceria à França depois daquela tragédia! O Conde respondeu-lhe que poderia tornar-se num reinado, numa república ou num império, assim como numa nação vítima de confusão, de desordem e de agitação, derrubada, dispersa e muito dividida.
Após tais descrições a Condessa disse-lhe que ele era, na verdade, um profeta muito sombrio, e perguntou-lhe se poderiam encontrar-se novamente. A resposta foi que seria possível mais cinco vezes, mas ela não esperasse por um sexto encontro».

Depois da Revolução Francesa e da entrada de Napoleão para o poder, o Conde ainda alimentou uma última esperança de criar uma comunidade europeia unida, apoiando, então, Napoleão “Le petit Caporal”, que aceitou o poder de Saint Germain, mas não os seus conselhos. Afinal, não fez mais do que usá-lo em proveito próprio, e excedeu as instruções daquele grande Mestre. Mais uma vez Saint Germain se viu obrigado a se afastar e a deixar o temerário e ambicioso Napoleão entregue à sua sorte na batalha de Waterloo.
Não obstante, como Saint Germain possuía uma grande devoção pela causa da liberdade mundial, trabalhou em muitas frentes, de forma diligente, pelo aperfeiçoamento da humanidade, em geral, visto reconhecer que havia muitas pessoas que aspiravam pela justiça, e ficariam muito satisfeitas com o conceito de uma união perfeita. Isso as ajudaria a tomar posse de um novo mundo, assim como criar uma União dos estados soberanos. Foi, desta forma, que os Estados Unidos nasceram, como um filho do seu coração, tendo a Revolução Americana tornado-se no meio de manifestação da liberdade, com toda a sua glória, desde o Oriente até ao Ocidente. Já antes da Revolução Francesa ele andava ocupado nesse projecto, de formar uma união mais perfeita das Treze Colónias, e inspirou um dos signatários (George Washington) a fazer um discurso na Declaração da Independência, para incitá-los a assinar o documento. Ele foi, por conseguinte, um dos protectores da independência dos Estados Unidos da América.
Muitas personagens afirmaram ter encontrado o Conde de Saint Germain depois da tragédia francesa. Um historiador Alemão, E.M. Oettinger declarou que o tinha encontrado em Paris, em 1835. Um Inglês, chamado Vandam afirmou que o tinha visto na Corte de Luis Filipe, à volta do ano 1846-1847, e que na altura o seu nome era Major Frazer.

No fim do século XIX, Madame Blavatsky, fundadora da Sociedade Teosófica, com a ajuda dos Mestres de Sabedoria da Fraternidade Branca “El Morya”, Koot Hoomi e Serapis Bey, encontrou Saint Germain no Tibete, que também prestou assistência à fundação da Sociedade junto com esses Mestres; e o bispo Leadbeater, membro da Sociedade Teosófica também o viu em 1905. De novo, em 1926, Leadbeater encontrou o Conde em Roma e esteve a conversar com ele durante uma hora.
O escritor Italiano Enriço Contardi-Rhodio alegou ter notado uma visita que o Conde lhe fez em 1934. Porém, as últimas notícias recebidas sobre o Conde Saint Germain foram dadas em 1945, por Roger Lanne, através de um artigo de Jornal, onde ele declarava que Saint Germain tinha voltado para o Sul de França.

Contudo, persiste uma interrogação. Quem seria o Conde de Saint Germain, de onde teria vindo? Ninguém sabe. Não era fácil saber-se quais os lugares em que tinha estado ou visitado, pois aparecia e reaparecia, por toda a Europa, de maneira imprevisível. Ele era considerado um cavalheiro muito rico e reconhecido pela sua inteligência brilhante, assim como pelos seus maravilhosos talentos para tocar piano e violino, além de ser grande pintor, poeta e artesão. Madame de Genlins, que o conhecia pessoalmente disse que ele falava doze línguas e que era fluente em Italiano, Alemão, Inglês, Espanhol, Francês, Português, Russo e línguas orientais, e falava-as sem qualquer sinal de sotaque. Devido às suas longas estadias na Ásia, era um perito em Sânscrito, Chinês e Árabe. Esteve na Índia em 1755, onde segundo ele, aprendeu a fundir jóias. Igualmente exibiu a sua arte de precipitar e aperfeiçoar pedras preciosas, em especial, diamantes, entre 1737-1742, na Corte do Xá da Pérsia.
Numa carta endereçada a Frederico II da Prússia, Voltaire escreveu que o Conde era um homem imortal e que sabia tudo. O Ministro plenipotenciário da Rainha Imperatriz Maria Tereza, Sr. de Cobenzi, declarou que, aparentemente, o Conde era uma pessoa extraordinária e muito rica, embora levasse uma vida simples, honesta e generosa. Descreveu-o como um Sábio, poeta, músico, doutor, químico, engenheiro, físico, artista, em resumo, um homem que possuía uma cultura, em todos os domínios, fora do vulgar, e rara encontrar-se em alguém, e que tinha passado com ele momentos muito agradáveis.

Aliás, ele era conhecido, em toda a Europa, como um “Homem Extraordinário”. Algumas pessoas prestaram depoimentos sobre os seus dotes, e inclusive o Príncipe Karl de Hesse disse que ele, também, era hábil na arte de curar e possuía conhecimentos sobre a utilização de ervas destinadas a usos medicinais. Muitos afirmaram que ele utilizava as ervas nos seus hábitos alimentares, e que as mesmas lhe proporcionavam rejuvenescimento, além de ter inventado remédios que usava, constantemente, para lhe prolongar a vida.
Certo é quPalácio de Versalhese, por toda a parte em que ele viajava, era recebido como um grande erudito, estadista e famoso contador de histórias. Sabe-se que fundou muitas sociedades secretas, e que foi uma figura que liderou, tanto os Rosa-Cruzes, como os Maçónicos e os Cavaleiros Templários da época, assim como escrevera o clássico ocultista “The Most Holy Trinosophia”, (A Mais Sagrada Trinosofia), no qual usou uma mistura de línguas modernas e hieroglíficos antigos.
O Mestre Saint Germain, como já se disse, não só foi um grande alquimista, como dominava e praticava, como grande adepto das filosofias orientais, a meditação, em posição de lótus e o Yoga. O holandês J. van Sypesteyn, que o admirava muito, disse que ele às vezes entrava em transe, e quando voltava ao estado normal dizia que tinha estado a viajar no astral, por terras distantes. Desaparecia frequentemente, durante períodos de tempo considerável, e também regressava subitamente e, depois, dava a entender que na sua ausência tinha estado noutro mundo, em comunicação com os mortos.

Deixava, em toda a parte onde o conheciam, uma impressão muito favorável, assim como a recordação de ter praticado obras boas e nobres, ajudando famílias pobres, assim como muitas instituições de caridade que foram secretamente ajudadas por ele. Segundo o Príncipe Karl de Hesse ele era um grande amigo da humanidade, que só necessitava de dinheiro para dá-lo aos pobres.
Um dos grandes objectivos de Saint Germain, como grande visionário, que exaltava e personificava a liberdade da mente e do espírito, era o de ajudar a acelerar o progresso da ciência e da tecnologia, de maneira que a humanidade pudesse dispor de tempo para obter um conhecimento espiritual muito maior. Foi um grande protector da Revolução Industrial. Lamentavelmente, não foi bem compreendido, pois embora os monarcas gostassem do seu convívio e conselhos, ignoravam-nos de forma delicada, enquanto os seus ministros tinham inveja e ciúme dele, desprezando-o completamente.

Este Mestre além de ter tido grandes missões, também teve várias encarnações passadas. No Século XI foi o profeta Samuel, o último e o maior dos juízes das doze tribos de Israel, que procurou libertar os Israelitas da dependência dos sacerdotes corruptos, os filhos de Eli e dos Filisteus. Samuel revelou aos Israelitas uma profecia associada ao Karma e ao livre arbítrio, e avisou-os que abandonassem e deixassem de adorar os falsos deuses estrangeiros, em vez do único Deus e verdadeiro, senão seriam derrotados. Aconselhou-os a adorarem e servirem o verdadeiro Deus, com todo o seu coração, pois ele os livraria das mãos dos Filisteus. Com a ajuda de Samuel, assim aconteceu. Os Israelitas se uniram, jejuaram e se consagraram a Deus, e com as suas orações conseguiram vencer os Filisteus, que saíram de Israel.
Uma importante encarnação de Saint Germain deu-se no século XIII, na Inglaterra medieval, como Roger Bacon, o homem mais talentoso daquele século, considerado o percursor da ciência moderna e o profeta da tecnologia. Declarou a convicção de que o mundo era redondo e censurou os eruditos e os cientistas da época pelo seu espírito tacanho. Previu e escreveu, como se os tivesse visto, sobre o balão de ar quente, as máquinas voadoras, o telescópio, o microscópio, os óculos, elevadores, barcos e carruagens de propulsão mecânicas, assim como registou as instruções para o fabrico da pólvora, embora conservasse a fórmula secreta, para não ser usada em fins destrutivos.

Roger Bacon foi Professor na Universidade de Oxford e na Universidade de Paris, no entanto, sentiu-se determinado em encontrar a sua ciência e religião. Ao entrar para a Ordem Franciscana dos Frades Menores disse, que iria realizar as suas experiências sobre as forças magnéticas da pedra íman, no mesmo santuário que Francisco de Assis tinha realizado as suas experiências das forças magnéticas do amor.
Devido aos seus ataques aos teólogos da época, à sua perspectiva científica e filosófica, ao estudo da alquimia, astrologia e magia, foi feito prisioneiro, durante catorze anos, numa solitária, pela acusação de “herege”, sendo libertado pouco tempo antes da sua morte.
Em 1561-1626, numa encarnação como Francis Bacon, teve a liberdade de finalizar o trabalho que tinha começado como Roger Bacon. Francis Bacon foi a mente mais brilhante jamais produzida no Ocidente, com realizações em todas as áreas. Ficou conhecido como o pai do raciocínio indutivo e do método científico, responsáveis pela presente tecnologia. Reuniu ao longo dos anos um grupo de eruditos que, entre outras coisas, foram os responsáveis por quase toda a literatura Isabelina. Alguns fizeram parte de uma sociedade secreta, denominada “Os Cavaleiros do Elmo”, fundada por Francis e pelo seu irmão Anthony, quando estudavam direito, que tinha como finalidade o progresso da aprendizagem através da expansão da língua inglesa, e pela criação de uma nova literatura em Latim, mas com palavras que seriam compreendidas pelos Ingleses. Como grande ideólogo foi, igualmente, inspirador de muitas ideias políticas, com princípios revolucionários.
Francis Bacon também organizou a tradução da versão da Bíblia do Rei James, para que todas as pessoas tivessem acesso à leitura das escrituras.

Foi o grande Fundador da Maçonaria, dedicada à liberdade e ao esclarecimento da humanidade, e os seus membros desempenharam um papel muito importante na fundação da nova nação americana. Contudo, foi acusado de suborno, com base em provas falsas, que fez com que se demitisse do seu cargo e morreu como um homem perseguido, nunca reconhecido pelos seus talentos.
Saint Germain, pelos progressos que fez na educação, na espiritualidade, na ciência e no governo, ao longo de muitos séculos, lançou o caminho para a libertação da alma, como guia da Era de Aquário. Essa Era destina-se ao aperfeiçoamento da nossa concepção de liberdade e do amor, a fim de expressarmos estas qualidades no completo florescimento da nossa alma. E, como mestre alquimista, ele ensina-nos a dominar estas energias e a tornarmo-nos no que realmente somos, ao dar-se uma transformação alquímica no nosso interior.
Os Mestres apresentam-nos um caminho e ensinamentos que nos podem ajudar a conhecermo-nos melhor e ao nosso verdadeiro ser, assim como a criar uma relação mais íntima com Deus. Através de técnicas espirituais podemos acelerar o poder e o amor nos nossos corações, para que se dê uma transformação pessoal e mundial, que poderá levar-nos a viver uma plena idade de ouro.

Contudo, os Profetas procuram esclarecer e encorajar os homens com os seus avisos, pois a profecia nunca é definitiva, visto depender do comportamento dos homens. Saint Germain aponta-nos um caminho para atingirmos a resolução dos nossos problemas kármicos, e afastarmos as calamidades, se usarmos a energia espiritual da chama violeta, e a aplicarmos em situações pessoais e mundiais, através da oração e da meditação. Ele não nos garante uma Idade de Ouro nos seus presságios, só porque entrámos na Era de Aquário, visto a mesma depender das nossas opções comportamentais, pois os comportamentos que tomarmos é que poderão determinar o curso da civilização. Ele diz-nos que os primeiros anos deste novo Milénio são cruciais, porque o que fizermos actualmente se reflectirá durante muitos séculos. Aquário é a Era de Amor, que devemos deixar crescer no nosso coração, sendo o objectivo da vitória.
Saint Germain, tal como Egdar Cayce revela-nos que estamos a enfrentar os mesmos desafios que destruíram as civilizações antigas dos Continentes desaparecidos da Atlântida e da Lemúria, assim como temos as mesmas oportunidades de atingirmos uma civilização da Idade de Ouro, tal como a Atlântida outrora teve a sua célebre civilização prodigiosa, da Quarta Raça Raiz.
No entanto, Saint Germain não é o Profeta da desgraça. Embora se apresente realista quanto aos nossos desafios, tem uma visão do futuro da humanidade, que entrará numa idade de ouro, de esclarecimento, paz e transcendência espiritual. Por isso ele afirma que o século XXI abrirá as portas para que todos possamos renovar os nossos laços do passado, tanto positivos, como negativos, acentuarmos mais os positivos e atingirmos a meta de liberdade absoluta. Ele vê magníficos seres de luz que aclamam uma vitória e incita-nos a torná-la uma realidade, pois temos capacidade para tal, para que vejamos o mundo entrar num período áureo.

De acordo com Saint Germain muitos Atlantes têm encarnado na Terra, na nossa Quinta Raça Raiz, e tal como outrora continuam a fazer os mesmos erros de antes, continuando a criar Karma, e a esqueceram as suas origens divinas, assim como os objectivos da vida. Actualmente a Terra ainda está muito imperfeita e a sofrer por condições imprevisíveis, que não permitem que as almas de uma nova raça raiz encarnem, porque iria pôr em perigo o seu desenvolvimento espiritual. A sexta Raça Raiz já está em desenvolvimento na Terra, mas Saint Germain revela-nos que a América do Sul está destinada a se tornar o berço das almas avançadas que farão parte da sétima Raça Raiz.
Como grande Profeta, em relação ao futuro da Terra, ele fez várias profecias relacionadas com a sétima Raça Raiz, e sugere-nos o que devemos fazer, para nos ajudar a entrar, de novo, numa cultura áurea. Embora todo o planeta tenha a oportunidade de gerar uma idade de ouro, na Era de Aquário, contudo, a América do Sul foi o lugar escolhido por Deus, para se dar esta preparação, a fim de que almas puras de Luz encarnem, os filhos da nova Era, que se ofereceram, livremente, para voltarem à Terra, como guerreiros de Paz...
   


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