Fundação Maitreya
 
DIU

de Queeny Singh

em 22 Set 2009

  Diu, a minúscula ilha que antigamente era uma colónia portuguesa à beira da costa perto a Junagadh, na península de Saurasthra, é um destino exótico. É, sem dúvida, uma ilha pequeníssima – 11, por 3 quilómetros – ao largo do Golfo de Cambaia, perto de porto de Verval; é separado da terra firme por uma enseada. Ao norte de Diu, encontra-se o rio Chasi, enquanto os seus outros três lados são rodeados pelas águas do Mar Arábico. Está ligado com o continente através de duas pontes – uma ao pé da aldeia de Tad e a outra perto da aldeia de Ghogla.


A Pérola do Mar Arábico

O clima em Diu é agradável durante todo o ano – as temperaturas variam entre 20ºC e 30ºC. Acredita-se que o primeiro rei de Diu era um rajput cujo nome era Jallandhar. Todavia, em 1380 d.C. Diu caiu nas mãos dos invasores muçulmanos. Bahadur Xá, o sultão de Guzerate construiu a fortaleza que hoje em dia é um edifício que domina a ilha e é uma grande atracção turística. A localização e a construção da fortaleza mostram como os reis indianos eram grandes peritos nas estratégias militares. A fortaleza é sólida como uma rocha e não foi fácil subjugá-la. É rodeada pelo mar em três lados e apenas uma ponte liga a fortaleza à terra firme no último lado.

Durante o século XVI, as nações marítimas da Europa olharam para o Oriente devido ao comércio. Consequentemente, os portugueses vieram a Diu em 1510. Todavia, foi cedido definitivamente aos portugueses apenas em 1534. Receando assaltos pelos seus rivais comerciais – os ingleses e franceses – o governador português D. João de Castro reconstruiu a fortaleza depois do cerco de 1545. Foi conhecida como a praça de Diu. Ainda hoje se pode encontrar os canhões portugueses de ferro e bronze com as armas lusitanas posicionadas nas muralhas da fortaleza, quase como se estivessem prontos a disparar a qualquer momento. Ao passear pelas muralhas com canhões prontos para a batalha dá a qualquer visitante, frémitos de excitação e conjura visões de batalhas marítimas duma outra época. Há uma grande quantidade de balas de canhões ainda não usadas nos cantos da fortaleza. Há também dois faróis dentro do recinto da praça, um dos quais ainda funciona. O reflexo do sol e das muralhas nas águas do mar é uma vista simplesmente magnífica.

Os portugueses também construíram uma capela dedicada a São Jaime dentro das muralhas. Uma outra capela da fortaleza hoje em dia é um museu que alberga uma colecção de inscrições esculpidas em pedra, algumas das quais são em árabe e remontam à época antes da chegada dos portugueses.
Não satisfeitas com a inacessibilidade e a força da fortaleza, as autoridades construíram a sua sede numa estrutura sobre as rochas no meio do mar com um farol para desafiar os seus adversários. O povo local chama ao edifício Panikotha. Pode se chegar a Panikotha via barco a partir da fortaleza. Visitar esse paredão ao pôr-do-sol é uma maravilha. A vista da fortaleza de Diu desde Panikotha oferece um panorama espantoso.

Embora a influência da cultura portuguesa seja visível em muitas facetas da vida em Diu, também se pode ver traços das influências muçulmanas e do Rajastão. O templo de Jallandhar Nath, o mais antigo templo construído em memória do primeiro rajput de Diu; o templo de Gangeshwar dedicado a Śiva, onde o lingam está banhado pelas águas do mar, situado numa extremidade da aldeia de Nagoa; os havelis de Nagar Seth (grandes casas de ricos mercadores) num estilo típico da região de Guzerate e a mesquita de Jami Masjid são vestígios duma cultura pré-portuguesa.

As ruas de Diu têm o aspecto duma vila europeia. A arquitectura das casas é diferente das casas de Guzerate. Aliás, é uma mistura de arquitectura portuguesa e local; em muitos lugares, pode ver-se lindos balcões de madeira que sobressaem nas estreitas ruelas. Os edifícios de destaque em Diu incluem as igrejas de São Paulo e São Tomé e a torre da igreja de São Francisco de Assis. A igreja de São Paulo foi construída no estilo gótico em 1610 e é consagrada à Nossa Senhora da Conceição. A igreja de São Tomé também tem um museu que mostra como era a vida em Diu no passado. Com a saída dos portugueses da Índia em 1961, a população cristã local diminuiu bastante e há serviços regulares apenas na igreja de São Paulo.

Uma descrição de Diu seria incompleta sem mencionar as suas lindas praias – Jallandhar, Chakratirath, Gomtimala e Nagoa, entre outras. Dessas, a praia ao pé de Nagoa que forma uma grande curva é entre as mais belas praias da Índia. Situa-se numa baia plácida de águas azuis onde é possível nadar e praticar os desportos aquáticos.
Há uma estreita e sinuosa rua que rodeia a ilha de Diu. Esse caminho passa pelas aldeias de Bucharwada e Vana Kabra, onde se pode encontrar uma abundância de palmeiras. A maioria da população local ocupa-se da pesca e da produção de sal.

Muitos dos habitantes também tecem e tingem tecidos. O artesanato local tem um elevado valor estético e inclui panos estampados, peças de marfim, concha de tartaruga, e outros adornos de animais.
Dui também é um paraíso para os ornitólogos. Pode-se observar várias espécies de pássaros. A maior atracção é a presença de pássaros migratórios entre Agosto e Fevereiro.
Diu tem tudo que qualquer pessoa procura; o seu ambiente calmo e sereno faz desse sítio um lugar encantador.
   


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