Fundação Maitreya
 
A Estrela que guiou os Reis Magos

de Lubélia Travassos

em 03 Dez 2017

  A essência da Religião Cristã já existia entre os antigos desde o início da raça humana. A Verdadeira Religião de então passou a denominar-se Cristianismo quando Jesus Cristo, o seu Fundador veio ao mundo. Cristo foi o primeiro ser humano “do centro a que chamamos a raça humana” a atingir a Terceira Iniciação. Nessa primeira grande manifestação do Seu ponto de realização, Cristo uniu-se a Buda, que já tinha atingido esse ponto antes da criação da nova vida planetária. Cristo foi denominado Bodhisattva ou Maitreya. Quando recebeu a sua Segunda Iniciação transmitiu o mais belo Ensinamento sob o nome de Krishna. Se estudarmos o Novo Testamento e ao mesmo tempo o “Bhagavad Gitã” do Hinduísmo, compreenderemos o mesmo espírito que irradia deles, que nos transmite aquele Ensinamento da Sabedoria Antiga.

Cristo, ao receber a Iniciação da Iluminação ou da Transfiguração tornou-se o líder da Hierarquia sob a orientação do Grande Ser, mencionado na Bíblia como “Ancião dos Dias”, Melquisedek, denominado nos escritos Hindus “Sanat Kumara”.

Buda e Cristo completaram-se um ao outro para manifestarem a perfeição do Amor. Buda alcançou o aspecto da Sabedoria do Amor, e Cristo desenvolveu a forma e a substância do amor. Mais tarde, Cristo atingiu o seu objectivo na Palestina ao tornar-se a personificação do Amor-Sabedoria e do princípio Cósmico do Amor.

As condições do mundo civilizado, na época em que Jesus nasceu, eram de grande perturbação. As religiões de mistério e os ensinamentos encontravam-se cristalizados, e eram usados para explorar os pobres e os inocentes. A política era corrupta e a moral da maior parte das pessoas encontrava-se num nível muito baixo. Em suma, o mundo civilizado estava mergulhado em orgias indescritíveis de imoralidade, deslealdade e perversidade, e o homem buscava apenas satisfação física e emocional através do mau uso da energia, do poder e da autoridade. A humanidade corria grande perigo. Tais condições não eram favoráveis para que almas evoluídas reencarnassem e ocupassem cargos num mundo onde prevalecia a corrupção e o crime, e onde os mestres fossem influenciados por anseios e impulsos inferiores. Dominava, então, o mau exemplo de Roma, que exercia o maior poder mundial, e o centro da libertinagem e da intriga. Roma tinha conquistado a Palestina 63 anos a.C., advindo as consequentes décadas de poder e guerras civis, onde imperaram o egoísmo e a animalidade.

Ora, sempre que o nascimento dessas almas for impedido haverá consequências graves para o progresso da humanidade, que se torna mais lento e pode, inclusive, parar temporariamente. Por isso, apenas os Seres escolhidos, que possuam o escudo protector da Hierarquia poderão sobreviver e derramar a Sua Luz pela humanidade, apesar das condições adversas e dos constantes ataques das forças malignas. Jesus foi, então, escolhido e enviado sob tais circunstâncias, a fim de se tornar no veículo de um grande Espírito de Luz, para proteger o Ensinamento da Hierarquia e abrir o Caminho da Salvação aos Homens.

Certo é que o poder invisível, por detrás do drama real do nascimento de Jesus, fez com que o mesmo ocorresse na altura em que estava a dar-se um fenómeno solar relativo à nossa Terra. O grande Hermes viu essa relação entre o grande e o pequeno e o em cima e em baixo, pelo que formulou as famosas palavras: “Em baixo da mesma forma que em cima”.

Alice Bailey, no seu livro “De Belém ao Calvário”, diz que: «Quando Jesus Cristo nasceu a Estrela do Leste, Sírio, encontrava-se na linha do meridiano. A constelação de “Orion”, denominada pelos astrónomos orientais “Os Três Reis”, encontrava-se nas proximidades. Por consequência, a constelação de Virgo, a Virgem, surgia no leste e as linhas da eclíptica, do equador e do horizonte cruzavam-se nessa constelação. Curiosamente, observamos que a estrela maior e mais brilhante da constelação de Virgem é denominada Espiga. A mesma encontra-se na espiga de milho (símbolo da fertilidade) que a Virgem segura. Além disso, Belém significa, a “casa do pão”, existindo, por isso, uma ligação óbvia entre essas duas palavras. Essa constelação é, ainda, composta por três estrelas que formam uma taça, o verdadeiro Santo Graal, que contém o sangue da vida, o receptáculo do sagrado e do santo, e o que encobre a divindade. Na jornada do Sol à volta do Zodíaco, aquele “Homem dos Céus” chega finalmente a Peixes. Esse signo é oposto ao de Virgem, sendo, ademais, o signo de todos os Salvadores do mundo. A idade do Cristianismo é a era de Peixes, e Jesus Cristo veio para a Terra Sagrada quando o Sol transitava por esse signo. Assim, o que começou e teve a sua existência em Virgem (o nascimento do Cristo criança) é consumado em Peixes, quando esse Cristo Criança, ao atingir a maturidade surge como o Salvador do mundo. Igualmente, associadas à constelação de Virgem, situadas na mesma secção do céu, encontravam-se outras três constelações, que representavam, de forma simbólica, a história da criança, que nasceria, sofreria, morreria e retornaria. Havia, também, o conjunto de estrelas denominado “Coma Berenices”, a mulher com a criança. Havia, ainda, por acrescento Centaurus, o Centauro e Bootes, cujo nome em Hebraico significa “O que virá”. Assim, temos, primeiro, a criança que nasce da mulher e essa mulher é uma virgem, depois o centauro, que representa o símbolo da humanidade na mitologia antiga, visto o homem ser um animal, acrescido de um deus e, consequentemente, um ser humano. Portanto, aquele que viria se agigantaria sobre todos, ofuscando-os, e apontando para a realização através do nascimento e da encarnação humana.

São Lucas relata-nos que, na altura que Maria deu à luz o seu Filho, estavam, naquela região, uns pastores que vigiavam à noite os seus rebanhos. Apareceu junto deles o anjo do Senhor, e a glória do Senhor envolveu-os com a sua luz, fazendo com que ficassem possuídos de um grande temor. Mas, o anjo disse-lhes para não temerem porque ele vinha anunciar-lhes uma boa nova, que seria uma grande alegria para todo o povo. O anjo anunciou-lhes que tinha nascido na cidade de David um Salvador, que seria o Cristo. Disse-lhes que encontrariam um menino envolto em panos, deitado numa manjedoura. Ao proferir aquelas palavras apareceu, subitamente, uma multidão da milícia celeste, louvando a Deus, dizendo: «Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens de boa vontade». Os pastores foram, então, a toda a pressa, e encontraram Maria, José e o Menino que estava deitado na manjedoura.

Entretanto, os três Reis Iniciados ou Magos puseram-se a caminho de Belém, guiados pela Estrela, para saudarem a criança Jesus. A história da Estrela conta que os três Magos vestiram os seus melhores trajes que, na linguagem mística, significam os veículos do homem, que devem ser purificados e tornados belos. Só, então, é que a entidade humana, que se encontra no seu interior, conseguirá aproximar-se de níveis mais elevados de consciência, dos mundos superiores, e usar a luz que cresce no seu interior.

Dizem os registos antigos, que os magos estavam com tanta pressa para encontrar Jesus que se esqueceram, durante a viagem, de dar de beber aos camelos, sedentos e cansados. Então, ficaram momentaneamente perdidos, porque a Estrela de Belém desapareceu da sua vista, deixando de guiá-los, e só voltou a aparecer quando eles perceberam que os camelos precisavam de descansar e de beber água. Conta a tradição que aqueles Iniciados, ou Reis Magos, foram enviados pela Hierarquia para ajudar a Criança Jesus, tanto financeira como espiritualmente. Na verdade, eles não só deram a ajuda financeira necessária a Maria e José, para que vivessem bem e cuidassem de Jesus, como também lhes transmitiram informações esotéricas, da forma como deveriam orientar a Criança à medida que ela crescesse, a fim de protegê-la dos diversos perigos, assim como sobre o Plano que se estava a desenvolver por detrás desses eventos. Maria tinha consciência de muitas coisas que iriam acontecer, mas a sua consciência centralizava-se no dia que teria conhecimento do significado completo, assim como na finalidade de tudo o que estava a acontecer.

Os três Reis Magos, Belchior, Gaspar e Baltazar eram Discípulos Iniciados que mantinham contacto com a Hierarquia, e estavam a servi-la como reis de diferentes países do Oriente. Belchior era filho de um rei Árabe e vivia em Petra, onde havia um pequeno centro para o Ensinamento da Hierarquia e dos mistérios menores. Trouxe incenso, abundante naquela região, que era usado nas cerimónias e nos rituais do Templo. Gaspar, um Iniciado muito rico, vivia na Pérsia e na Índia, e ofereceu ouro ao Menino Jesus. Baltazar, mencionado na história da Etiópia como Bees Bazen, era um antigo Iniciado egípcio e etíope. Trouxe mirra, que era encontrada na área do Mar Vermelho, habitada por egípcios e etíopes. Diz-se que um dos Magos trazia um Terafim, uma pequena figura de madeira, fortemente magnetizada pelos Grandes Seres, que era dada aos Iniciados para funcionar como um elo magnético entre a Hierarquia e os Iniciados. Aquela figura funcionava como uma espécie de linha de comunicação, guiando-os ao destino certo.

Os Reis Magos, denominados individualmente de “Magus”, que significa Mestre, eram, também, astrólogos muito avançados. Era costume, esses seres evoluídos visitarem, em todas as épocas, uma grande Alma, sempre que essa estava encarnada. Isso aconteceu no nascimento de Krishna, onde a Estrela foi vista e aqueles Grandes Seres O visitaram. Há conhecimento de uma narrativa semelhante sobre o nascimento de Buda, de Confúcio, e também se contam as mesmas histórias sobre o nascimento de Mitra, Sócrates, Asclépio, Rómulo, Baco, Zoroastro, Hermes e outros seres evoluídos.

Alguns registos esotéricos afirmam que, após terem visitado Maria, José e a Criança Jesus, e dado as instruções provenientes da Grande Irmandade, os três Reis Magos foram para o Monte Carmelo, onde havia um grande centro esotérico da comunidade Essénia. Registaram o acontecimento naquele centro e deixaram instruções relativas ao futuro de Jesus, prosseguindo depois para o Egipto, onde se encontrava um centro esotérico. No entanto, nunca abandonaram Jesus, pois estiveram sempre em contacto com Ele, a orientá-Lo até atingir os trinta anos, altura que começou o Seu grande ministério.

Naquela época havia cinco grandes centros, ou escolas, esotéricas, com os seus diversos grupos, na Ásia e na Grécia, que formavam uma estrela de cinco pontas da grande Revelação. O primeiro situava-se na Arménia, perto do Monte Ararat, onde a Arca de Noé tinha permanecido, no seu topo, e a sua escola lidava, principalmente, com os raios cósmicos. O segundo encontrava-se na Palestina, no Monte Carmelo, onde residia a Comunidade Essénia, na costa setentrional do Mar Morto, que se dedicava aos mistérios religiosos, à veneração e aos sacramentos. Os Essénios praticavam a cura e celebravam os Sacramentos do Baptismo e da Sagrada Comunhão, dois dos mais importantes sacramentos da Igreja, que chegaram até nós a partir dos Essénios. O terceiro Centro, situado no Egipto, era muito avançado e fundamentava-se na ciência da comunicação com os mundos mais elevados, tais como os segredos esotéricos da astronomia, química, som e arquitectura. O quarto, na Grécia, dedicava-se, em especial, ao desenvolvimento e integração da mente superior, como a lógica, a razão e a intuição pura. O quinto, situado entre a Caldeia e a Pérsia tinha como função principal a magia e a utilização da mente sobre a matéria através da manipulação das energias ardentes do universo e do homem. Os centros esotéricos, cujos dirigentes eram os Iniciados, tinham como objectivo preparar os seus líderes para depois esclarecerem a humanidade sobre o “Reino de Deus” e o Plano da Hierarquia.

Relatos sobre a vida de Jesus, segundo os registos antigos dizem que, quando Ele tinha dois anos foi com os pais para o Egipto, por ordem de uma grande Mensageiro. Uma das razões foi Herodes ter sabido do nascimento de um grande Ser, que poderia ser o futuro líder do povo e tentou livrar-se d’Ele, ordenando aos soldados que matassem todas as crianças do sexo masculino, com menos de dois anos, naquela região. Outra das razões devia-se a terem de receber instruções especiais sobre os mistérios egípcios. Lá encontraram-se com Grandes Seres, que os instruíram sobre a educação de Jesus, pois Ele era um Iniciado de elevado grau, no corpo de uma criança, que necessitava de muita protecção física e mental. Os pais precisavam de ser instruídos da forma como alimentá-Lo e saber lidar com Ele, para que mais tarde fosse capaz de representar o seu papel no Drama Divino, segundo o Plano da Hierarquia. A família passou três anos no Egipto, onde Jesus se deleitou com os grandes Templos, desfrutou da aura dos grandes Mestres e foi coberto pelas suas bênçãos. Quando terminou a educação dos pais no Egipto, regressaram à Palestina, e Jesus ingressou na escola de mistérios do Monte Carmelo.

Jesus permaneceu com a Irmandade Essénia até completar doze anos, onde as pessoas mais velhas expressavam a sua admiração pelo conhecimento que Ele revelava nas respostas às inúmeras perguntas que Lhe faziam. Dois dos Grandes Seres que o visitaram no seu nascimento voltaram e disseram-lhe que se preparasse para partir com eles para a Índia, após ter permanecido sete dias com os pais. Viajaram por terra durante um ano, onde Jesus conheceu muitas terras e povos diferentes. Ele, também, testemunhou muito sofrimento e muita dor entre as pessoas, aumentando a Sua compaixão por elas. Ao fim de um ano chegaram a Jagannath (Puri) onde Jesus entrou para uma Escola avançada de Budismo puro, leccionada por Grandes Seres. Foi na Índia que Jesus reuniu as suas parábolas, as registadas e as não registadas.

Ele tinha aprendido com os Essénios os mistérios do corpo emocional e do plano astral, e na Índia aprendeu os mistérios do corpo e do plano mental. Dominou completamente a Sua mente inferior e aprendeu a manobrar a Sua mente superior. Tornou-se um Grande Mago Branco. Jesus chegou ao Ganges e viveu em Benares por vários anos. Estudou e dominou a ciência da cura espiritual no Mosteiro de Jagannath, sob as ordens do grande praticante de curas Udraka. Depois foi para o centro do Tibete, Lhasa. Nos Himalaias, Jesus encontrou Grandes Seres que Lhe desvelaram o papel que iria representar no grande drama que estava próximo. Quando deixou os Himalaias, foi viver para um mosteiro na Pérsia, onde um dos Magos o visitou. Lá aperfeiçoou os seus poderes e métodos de cura, aprendeu a silenciar a sua natureza e a comunicar com esses Seres, a fim de levar a sua mensagem para o mundo. Após um ano na Pérsia foi para a Caldeia estudar o significado esotérico do tempo e os mistérios das estrelas. Ao deixar a Caldeia visitou a Grécia, onde tomou parte nos mistérios de Dionísio e estudou nos diversos Templos. Lá, recebeu a visita de Grandes Mestres Egípcios, que o convidaram a ir ao Egipto, onde viveu até aos 29 anos, para receber os Seus últimos ensinamentos e se preparar para iniciar a Sua missão mundial na Palestina…

Que o Amor-Sabedoria de Jesus ilumine o vosso Natal e o Novo Ano

Lubélia Travassos

   


® http://www.fundacaomaitreya.com

Impresso em 19/4/2024 às 4:16

© 2004-2024, Todos os direitos reservados