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  Multivitamínicos são desperdício de dinheiro  03 Jan 2014

Por Bahar Gholipour e LiveScience

Estudo publicado no Annals of Internal Medicine mostra que o uso de suplementos não se justifica
As pessoas deveriam parar de gastar dinheiro com suplementos dietéticos, declararam médicos em 16 de dezembro, em resposta a três grandes novos estudos que mostraram que a maioria dos suplementos multivitamínicos não reduz o risco de doenças, e que podem até ser prejudiciais.

Os novos estudos, publicados em 16 de dezembro no periódico Annals of Internal Medicine – que incluem dois novos testes clínicos e uma grande revisão de 27 testes clínicos anteriores conduzidos pela Força Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos – não encontraram evidências de que tomar suplementos multivitamínicos e minerais diariamente evita ou reduz o progresso do declínio cognitivo ou de doenças crônicas como doenças cardíacas ou câncer.

“A mensagem é simples: a maioria dos suplementos não evita doenças crônicas ou morte, seu uso não se justifica e eles deveriam ser evitados”, escreveram os médicos em um editorial publicado junto com os estudos.

Essa mensagem é especialmente dirigidas a pessoas que não têm sinais de deficiência nutricional – ou seja, a maioria dos usuários de suplementos dos Estados Unidos, declararam os pesquisadores.

“Cada vez mais estudos retornam resultados negativos – mas pessoas continuam a tomar suplementos, e agora a taxas recordes”, lamenta o Dr. Edgar Miller, um dos cinco autores do editorial e professor de medicina e epidemiologia da Johns Hopkins University em Baltimore.

Pode haver um componente psicológico para o uso de suplementos, observou Miller. Apesar de evidências mostrando que suplementos não trazem benefícios para a população geral, algumas pessoas podem concluir que precisam de suplementos porque suas dietas não têm os nutrientes necessários, contou Miller à LiveScience.

As novas descobertas estão de acordo com estudos publicados anteriormente que não encontraram benefícios por parte de suplementos dietéticos, incluindo vitaminas B e antioxidantes, e até sugerem possíveis riscos. De acordo com os pesquisadores, resultados de testes clínicos envolvendo dezenas de milhares de pessoas mostraram que o beta-caroteno, a vitamina E, e possivelmente altas doses de suplementos de vitamina A, na verdade aumentam as taxas de morte.

“Nós acreditamos que o caso esteja encerrado – suplementar a dieta de adultos bem nutridos principalmente com suplementos minerais ou vitamínicos não tem benefício claro e pode até ser nocivo”, escreveram os pesquisadores em seu editorial.

De acordo com os Centros para Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, o uso de suplementos minerais e multivitamínicos entre norte-americanos chegou a 50% na metade dos anos 2000, em comparação aos 40% do início dos anos 1990.

Mas estudos encontraram uma redução no uso de alguns suplementos, como o beta-caroteno e a vitamina E, após relatos de seus efeitos negativos sobre o câncer de pulmão e a mortalidade.

Em comparação, de acordo com pesquisadores as vendas de multivitamínicos e outros suplementos não foram afectadas por grandes estudos que não encontraram benefícios [para seu uso]. A indústria de suplementos dos Estados Unidos continua a crescer, e atingiu US$28 bilhões em vendas anuais em 2010. Tendências semelhantes foram relatadas no Reino Unido e em outros países europeus.

De acordo com Miller, a indústria de suplementos dietéticos argumenta que, para muitos norte-americanos, apenas a dieta pode não fornecer as vitaminas de que eles precisam diariamente.

“A indústria tenta criar a impressão de que nós temos deficiências, mas testes aleatórios mostram que não estamos todos deficientes, e que não nos beneficiamos de suplementos”, explicou Miller, adicionando que testes clínicos incluem pessoas com várias dietas da população geral.

O novo estudo de revisão observou testes clínicos que incluíam um total de 450 mil adultos mais velhos. Todos juntos, os pesquisadores não encontraram evidências claras de um efeito benéfico de suplementos sobre câncer e doenças cardíacas.

Em outro estudo, pesquisadores observaram os efeitos de tomar uma combinação diária de nutrientes – incluindo vitaminas A, C, E, beta-caroteno e vitaminas B – em seis mil homens com 65 anos ou mais, que foram acompanhados durante 12 anos. O desempenho cognitivo e a memória verbal dos participantes que tomaram suplementos multivitamínicos não diferiram daquela dos participantes que tomaram placebo.

No terceiro estudo, os pesquisadores verificaram se altas doses de vitaminas e minerais poderiam prevenir ataques cardíacos, AVCs e morte em 1.700 pessoas que já tinham sofrido um ataque cardíaco. Após um acompanhamento médio de cinco anos, os resultados não mostraram nenhuma diferença entre participantes que tomaram suplementos dietéticos e os que não tomaram.



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