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Mosteiro Budista
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Filhas e Filhos

de Ajahn Jayasaro

em 19 Abr 2021

  (...anterior) A dívida que temos com os nossos pais não é uma dívida normal, é uma obrigação sagrada.

O Buda ensina-nos que para além de servir os nossos pais como prescrito em As Seis Direcções, um budista deve encorajar os seus pais para tudo o que é bom. O filho deve procurar ser um kalyanamitta ou “bom amigo” para os seus pais. Aqui talvez vejamos mais claramente que a ideia de uma sociedade budista é uma em que as pessoas tentam ser boas amigas umas das outras. Os pais devem tentar ser bons amigos dos filhos, e os filhos devem tentar ser bons amigos dos pais. Um irmão mais velho deve tentar ser um bom amigo para um irmão mais novo, e um irmão mais novo deve tentar ser um bom amigo para um irmão mais velho. Um marido deve tentar ser um bom amigo para a mulher, e a mulher deve tentar ser uma boa amiga para o marido. Devemos ajudar-nos uns aos outros na tarefa de reduzir as emoções negativas nos nossos corações e trabalharmos juntos para criar uma vida e uma sociedade baseada em amor bondoso, compaixão e sabedoria.

No discurso que mencionei acima, o Buda destacou quatro virtudes. Eu gostaria de as repetir e de desenvolver o seu significado.
Saddhā (fé) é a fé de que o Buda é um ser perfeitamente iluminado, de que os seus ensinamentos são verdadeiros e de que os ensinamentos do Buda resultarão em liberdade para aqueles que os praticam a sério. É acreditar que há pessoas que praticaram bem os ensinamentos do Buda e se tornaram livres através deles. É acreditar que de todos os seres no universo, este grupo de nobres seres livres é o mais merecedor de respeito. É acreditar que enquanto seres humanos, nós controlamos o nosso próprio destino: independentemente de as coisas virem a ser boas ou más, quer experienciemos felicidade ou sofrimento, depende de nós. As nossas vidas não dependem de nenhum espírito, fantasma, anjo (§), deus ou poder divino, mas sim das nossas próprias acções do corpo, do discurso ou da mente – tanto no passado como, e mais importante, no presente. Na sua essência, saddhā quer dizer fé no nosso potencial para a iluminação, e a convicção de que a coisa mais importante que um ser humano pode obter da sua vida é liberdade do sofrimento e das suas causas.
Sīla (virtude ou preceitos) é a beleza e nobreza de conduta. Refere-se à capacidade de nos refrearmos de dizer ou fazer alguma coisa que nos prejudique a nós mesmos ou aos outros. Sīla é libertação do mau kamma criado através do corpo e do discurso, e encontra-se estável quando protegida por um sentido inteligente de vergonha em relação a acções prejudiciais (hiri) e um receio inteligente das consequências kámmicas de tais acções (ottappa). Sīla fornece a referência moral necessária àqueles que estão determinados em crescer no Dhamma.
Chaga (generosidade, renúncia) refere-se ao desapego das coisas materiais, ao deleite na generosidade, caridade e ajuda aos outros. As pessoas com chaga são amáveis e atenciosas, não são mesquinhas nem se engrandecem a si mesmas.
Pañña (sabedoria) é o tipo de saber que extingue o sofrimento e as impurezas que o provocam. Os seres humanos estão sempre vulneráveis ao sofrimento, embora ninguém queira sofrer o mínimo que seja. Sofremos porque não entendemos como é que o sofrimento aparece e como é que cessa. Porque é que não entendemos? Porque não nos compreendemos a nós próprios e não estamos a tentar compreender tanto como podíamos. Enquanto não nos compreendermos a nós próprios, seremos sempre uma vítima das nossas emoções. É como estar num quarto às escuras com uma cobra. Seria possível andar num quarto assim sem ser mordido pela cobra? Já seria suficientemente difícil evitar ir contra os móveis.
Pañña, na fase inicial, trabalha ao nível da percepção. É uma função das memórias que acumulámos de ouvir, escutar e ler o Dhamma. Nós condicionamos as nossas emoções – boas e más – com percepção e ideação. Aqueles que escutam e se lembram do Dhamma podem reflectir sobre ele até compreenderem, e então podem cultivar o caminho da ponderação inteligente.
  (... continua) 
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