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Budismo Theravada

de Bhikkhu Dhammiko

em 08 Abr 2006

  (...anterior) Ajahn Chah Este contraste é outro ponto crucial, que paradoxalmente, ao invés de omitir a importância que a linha Theravada dá ao estudo da palavra do Buddha (§), realça antes de mais a particularidade dos monges da “Tradição da Floresta”, em assumirem uma determinação mais concentrada no estilo de vida e na experiência pessoal do que nos livros (especialmente os comentários à Escritura). Seria talvez indigna tal atitude, ou até se poderiam supor sentimentos menos puros por detrás de tais alusões, não fosse na realidade a constatação de que as interpretações dos “eruditos” estavam na verdade a conduzir o Budismo para um buraco negro.
Este foi precisamente o chão maduro para que algo de novo surgisse. Uns poucos, insatisfeitos com a situação vigente, tal como o Buddha 2500 anos antes, sentiam a necessidade de ir mais longe. Não descurando o estudo do Cânone, voltavam então os seus olhos e as suas vidas novamente para os recantos selvagens das florestas e montanhas, como que se recolhendo à própria Natureza interior, buscando aí o retiro contemplativo e a meditação no contacto com o meio natural, trazendo assim à luz a prática da realização e da descoberta interior.
De entre as várias Tradições “silvestres” do Sudeste Asiático, aparece então aquela que tem vindo cada vez mais a atrair a atenção de um maior número de ocidentais pela sua originalidade e sobriedade, tendo já começado a criar raízes no Ocidente. É a “Tradição Kammatthāna (Meditação) da Floresta” da Tailândia, que veio a encarnar a “anima” fundamental da actual “Tradição Tai da Floresta”, movimento esse que foi catapultado nos princípios do século XX pelo grande Mestre, natural do Nordeste da Tailândia, Phra Ajahn Mun Bhūridatta Thera, um dos baluartes da essência Budista que veio acender o espírito perdido da antiga “Sabedoria do Guerreiro”, e ao qual a “Tradição Tai da Floresta” deve hoje o seu estandarte espiritual.
Nascido em 1870, filho de produtores de arroz na província nordeste de Ubon, ordenou-se como monge em 1892. Nesse tempo, o País sofria ainda os restos da anarquia provocada pela destruição do Reino de Ayudhya em 1767, piorando ainda mais a desorganização do já corrupto sistema monástico.

Havia então na época dois grupos principais de Budismo: o Budismo Tradicional, que veio a conhecer-se como Mahanikaya e que incluia uma múltipla variedade de costumes e ramos espalhados por todo o País, já em desleixo e com cultos vários à mistura, pouco já respeitando o Cânone Pali; e o grupo do Budismo Reformativo Dhammayutta, iniciado em 1820 pelo Príncipe Mongkut que, descontente com o desleixo corrupto da situação monástica, decidiu reordenar-se entre a disciplina dos rigorosos Mon, perto da fronteira entre a Tailândia e o Myanmar. O seu propósito resultou no alinhamento da prática com os ensinamentos do Cânone Pali.
Ao comportar uma abordagem mais racional e “científica” ao Dhamma, promoveu toda a erradicação de superstições, um estudo mais sério dos textos Pali e acima de tudo um novo rigor no Código e na Disciplina monásticas. Encontrando pouco apelo no grupo Tradicional, foi neste grupo Dhammayutta que mais tarde Ajahn Mun se veio a ordenar. O seu método de prática era solitário e rigoroso, dando bastante mais atenção às práticas de meditação do que ao lado teórico. Ele seguia o Vināya (disciplina monástica) fielmente, e observava também muitas das 13 dhutanga (práticas ascéticas) clássicas, como comer unicamente do que é oferecido, usar hábitos unicamente confeccionados com sobras, viver na floresta e comer uma só refeição por dia. Em busca dos refúgios nas florestas selvagens da Tailândia e de Laos, fez por evitar as obrigações da acomodada vida monástica, decidindo assim dedicar longas horas do dia e da noite à meditação.

Por essa altura já ninguém acreditava na realização do caminho para o Nirvāna.
  (... continua) 
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