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Budismo Theravada

de Bhikkhu Dhammiko

em 08 Abr 2006

  (...anterior) Ajahn Sumedho Depois de vaguear largos anos com o seu Mestre, que nunca lhe garantiu que aquela prática conduzisse às Nobres Realizações, Ajahn Mun decide partir solitário, em busca de um Mestre que lhe pudesse mostrar seguramente esse caminho. A sua busca durou duas décadas por entre incontáveis desafios e dificuldades, à medida que foi percorrendo as selvas de Laos, Tailândia Central e Myanmar (Birmânia), mas nunca chegou a encontrar o Mestre que procurava. Amiúde, apercebeu-se que teria de seguir o exemplo do Buddha (§) e tomar a Natureza selvagem como seu Mestre, não como medida simples de conformação às leis da própria Natureza – pois a própria Natureza manifesta samsāra (impermanência – transitoriedade) - mas sim como meio para discernir e alcançar na íntegra as verdades transcedentes a essas mesmas leis. Se Ele queria encontrar o caminho para além do envelhecimento, doença, e morte, Ele teria de apreender as lições de um ambiente onde o envelhecimento, a doença, e a morte estão claramente em evidência. Ao mesmo tempo, os encontros com outros monges da floresta, indicaram-lhe que aprender as lições da Natureza envolvia mais do que o simples aperfeiçoamento da perícia para a sobrevivência física. Ele teria também que desenvolver o discernimento para não se deixar levar para caminhos indesejáveis na sua meditação. E então, com profunda determinação e responsabilidade pela sua tarefa, regressou a uma região montanhosa da Tailândia Central e aí se estabeleceu sozinho numa caverna.

No seu longo caminho pelos recessos selvagens da Natureza, Ajahn Mun compreendeu que, contrariamente ao cépticismo de ambos os grupos Budistas Tradicional e Reformativo, o caminho para o Nibbāna (Nirvāna) não estava fechado. E que o verdadeiro Dhamma deveria ser encontrado, não em costumes, rituais ou textos, mas sim no coração e na mente bem treinados. Os textos seriam indicadores para o treino, nem mais nem menos. As regras do Vināya (disciplina), em vez de simples convenções externas, deveriam assumir um papel importante na perserverança física e mental. Quanto aos textos do Dhamma, a prática não deveria ser somente uma questão de fé cega, de afirmação ou verbalismo. Apenas ler e pensar sobre os textos, não podia oferecer uma adequada compreensão do seu sentido, nem obrigatoriamente significar verdadeiro respeito por eles. O verdadeiro respeito pelos textos, traduzia-se por tomá-los como um desafio: colocar os seus ensinamentos seriamente em teste, de modo a verificar onde na realidade são verdadeiros. Durante o teste dos ensinamentos a par com a meditação, a mente daria à luz muitas realizações inesperadas que não se encontravam nos textos. Estas por sua vez deveriam ser postas também sobre teste, de modo a que assim se aprende gradualmente por experiência e erro, até ao ponto da efectiva e Nobre realização. Só então Ajahn Mun dizia, «se teria compreendido o Dhamma».

É esta a atitude que em relação ao Dhamma (a Verdade) remonta ao que as antigas culturas designavam por “Sabedoria do Guerreiro” – o “conhecimento” que vem ao desenvolver-se perícia na prática de situações difíceis e adversas – em contraste com o “conhecimento escrivão” desenvolvido por pessoas sentadas com relativa segurança e conforto. Obviamente que os guerreiros precisam de usar palavras no curso do seu treino, mas só reconhecem a autoridade de um texto na medida em que os seus ensinamentos frutifiquem na prática. O Cânone por si próprio encoraja neste sentido quando menciona o Buddha a ensinar a sua tia: «Em relação aos ensinamentos que podereis conhecer, “Esses ensinamentos conduzem a superar a paixão, não à paixão; a ser livre, não à prisão; ao despojamento, não à acumulação; à modéstia, não à superioridade; ao contentamento, não ao descontentamento; ao recolhimento, não ao enredo; à perseverança, não à preguiça; ao desafogo, não ao sobrecarregamento” – Podereis certamente assegurar, Isto é o Dhamma, isto é o Vināya, isto é a instrução do Mestre».
  (... continua) 
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