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Mosteiro Budista
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Budismo Theravada

de Bhikkhu Dhammiko

em 08 Abr 2006

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Num célebre episódio com um dos seus discípulos, em que este constantemente duvidava sobre o sítio onde encontrar a dispensação e transmissão douta do Buddha (§) (sāsanā), Ajahn Mun pô-lo um dia inteiro a meditar sobre a palavra “Buddho”... Ao fim do dia, depois de ter realizado interiormente o sítio e ao preparar-se para informar o Mestre abrindo a porta da sua palhota, deu de caras com Este que sereno lhe perguntou, «reconheces agora onde encontrar o sāsana?». Ou seja, a autoridade última a avaliar e a ajuizar o ensinamento, não está no “corpo” onde este se possa encontrar, neste caso o Cânone Pali ou a religião Budista em si, mas sim na inexorável honestidade do ser humano em testar o Dhamma (Verdade – Ensinamento) e cuidadosamente discriminar os resultados interiormente.

Entretanto, ao assegurar-se de que o caminho para as Nobres Realizações e para o Nibbāna estava aberto, Ajahn Mun regressa ao nordeste e apesar da sua natureza reservada, com a sua singular e íntegra postura, foi cada vez mais atraindo admiradores e discípulos com vontade de encetar o estudo num meio mais silvestre.
O ponto vital desta figura pilar do Budismo Theravada e baluarte da actual “Tradição Tai da Floresta”, revela-se precisamente no equilíbrio que dentro das diferentes tradições, Ele próprio Ajahn Mun reuniu e lutou por conjugar e realizar dentro e ao redor da sua prática e disciplina. Ele conseguiu harmonizar o rigor da disciplina e da erudição académica inspirado pelo movimento Dhammayutta, com o lado prático em relação com a Natureza selvagem, revitalizando e inspirando ao mesmo tempo a ordem Mahanikaya. O movimento Dhammayutta, no entanto, falhou redondamente com a sua tendência mais académica, ao burocratizar-se politicamente e adoptar uma forma mais urbana e social, inspirando mais tarde um terceiro tipo de budismo, o “Budismo Estatal”, que chega a instigar os monges a fixarem-se nos mosteiros, a abandonar as florestas e a dedicarem mais tempo ao lado académico do que à meditação, chegando a impugnar quem se opusesse a essa directiva.

Nunca tendo dado grande importância ao foro académico e social, Ajahn Mun parte com os seus discípulos mais fiéis para o norte, onde podiam ainda ser livres. Durante toda a sua vida recusou fama e títulos, e quando no início dos anos 30, foi designado pelas autoridades de Bangkok para exercer a função de abade e líder da Tradição num dos mais importantes e antigos mosteiros na cidade de Chieng Mai, desaparece sem deixar rasto na aurora do dia seguinte.
Os seus detractores acusavam-no de não seguir nem respeitar os tradicionais costumes Budistas da época, ao que Ele respondia não estar interessado em se curvar aos costumes de qualquer sociedade em particular – que eram por norma os costumes de pessoas embotadas com avareza, ódio e ilusão nas suas mentes. Ele estava mais interessado em encontrar o que Ele chamava de o “Costume dos Nobres”, as práticas que antes de tudo, tinham habilitado o Buddha e os seus discípulos originais a alcançarem o despertar.

Esta famosa frase – o “Costume dos Nobres” – remonta a um incidente na vida do próprio Buddha: não muito depois do seu “Despertar – Iluminação”, Ele regressou ao reino que tinha deixado 6 anos antes, de modo a transmitir o Dhamma à sua família. Depois de passar a noite na floresta, ao acordar do dia, dirigiu-se à cidade para mendigar alimento. Seu pai, o Rei, ao saber do que se passava, dirigiu-se imediatamente para o admoestar. «Isto é uma vergonha, disse o Rei, nunca ninguém na linhagem da nossa família alguma vez mendigou. É contra os costumes da nossa família». Ao qual o Buddha respondeu, «Agora, pertenço não mais à linhagem da minha família, mas à linhagem dos Nobres. Deles são os costumes que eu sigo». Ajahn Mun devotou muitos dos seus anos à busca destes costumes.
Passados anos, já no fim da sua vida e depois das autoridades eclesiásticas se terem tornado mais condescendentes para com a sua prática, regressou novamente, estabelecendo-se no nordeste. O movimento fundado por si, só nos anos cinquenta viria a ser aceite em Bangkok.
  (... continua) 
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