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A criatividade representa a face nobre do homem, quer seja de uma forma concreta, material, quer subjectiva, subtil através do seu Pensamento. Qualquer forma criativa é arte, e arte é religar a ponte entre a matéria e o Espírito, entre o homem e Deus, podendo a inspiração levar a horizontes cada vez mais alargados, tocando o Infinito…

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A Musealização

de Ana Isabel Marques

em 07 Dez 2007

  O Museu é o Guardião da Beleza e da Criatividade do Homem. A visita a um Museu pode tornar-se um oásis para a mente e numa fonte de luz para o coração. As melhores energias são emanadas daqueles Museus que contêm não só a História dos povos, como imagens que falam silenciosamente da espiritualidade Humana. Encontramo-los por todo o mundo como depositários de autênticos tesouros de arte, herança sagrada que ecoa no tempo perpetuando a Beleza, e é onde, a Arte, a Religião, a Mitologia e a Lenda iconograficamente se reúnem num cadinho de Sabedoria. Uma obra de Arte pode suscitar uma viagem dimensional, ou uma suave contemplação.

O Espelho de Vénus - Burne Jones - M.GulbenkianSe observarmos todo o processo museológico desde as suas origens, vemos que os cultos solares e/ou esotéricos estão na sua origem.
O homem primitivo, no seu temor pelos elementos da natureza, recria imagens divinas à sua própria semelhança. Os animais totemicos são também símbolos da riqueza e da protecção divina.
Mais tarde, nos templos coleccionam-se oferendas artísticas aos deuses, e os objectos são sempre dignos de deuses e de reis, pela sua qualidade e preciosidade.

O desenvolvimento materialista do homem criou uma ruptura em todo o sistema sagrado. O processo iniciático, torna-se um conhecimento mais que um modo de estar na vida, e o homem começa a manifestar essa separação do divino, oculto no seu interior. Este movimento gera uma atitude psicológica da própria mente, que para se defender da perda de um objectivo de vida, cria algo que o substitui, e que não está mais no interior mas no exterior. De repente o homem racional, vê-se longe do divino, e através de uma lógica sistemática, procura reconstruir toda a obra desse mesmo divino, mas negando-O sistematicamente. A mente torna-se científica, e a manifestação externa é o objecto do seu estudo. Surgem as colecções de objectos, e colecciona-se tudo o que tem origem na antiguidade clássica, depois começa-se a inventariar e a guardar nas caixas fortes dos museus, depois organizam-se por temáticas, a ciência, a etnologia, a história natural, tudo entra na panóplia do conhecimento humano, autêntico enciclopedismo na busca da primeira causa.

Depois o museu do rádio, do teatro, do traje, das telecomunicações, etc., também entram no rol dos interesses humanos. Presentemente estuda-se tudo, até aquilo que não tem lógica, se procura racionalizar. A própria manifestação artística perdeu o seu cunho intuicional para se transformar na materialização de um pensamento elaborado. O caminho iniciático tenta ser copiado, e posto em movimento mais como uma curiosidade de uma sociedade hedonista que procura auto-afirmação no campo ideológico que pela busca de uma auto-transcendência.

As correntes actuais no campo da musealização tentaram primeiro copiar o modelo da caixa do tesouro. Depois seguiram para a materialização de um caminho iniciático de pendor simbólico e esotérico. A caixa que no iniciado representava a pureza máxima, a shekina, como símbolo da ascensão do fogo sagrado, passou a representar uma imensa caixa de Pandora, que reúne no seu interior todo o aglomerado dos passados de humanidades, à semelhança do próprio homem, assombrado por inúmeros eus subconsciente que é incapaz de controlar.
Por fim, o homem actual rompe com toda a sua ideologia e procura a sua manifestação museológica em contacto com a natureza, procurando à força polarizar-se novamente com as forças elementais, numa tentativa de comunhão inconsciente com o divino. O respeito que muitas vezes ele não é capaz de ter consigo próprio, procura impô-lo através da preservação do ambiente, da paisagem, retornando às origens ecológicas do próprio planeta.

A atitude perante este espólio a conservar, pode ser muito discutível, no entanto a função didáctica e lúdica do museu não devem ser excluídas. O adulto necessita, tal como a criança, de satisfazer uma curiosidade táctil. Por outro lado é de máxima importância que o homem, indiferentemente de raça ou ideologia, aprenda cada vez mais a viver na actualidade, com todas as suas novas tecnologias, dedicando todo o carinho e amor ao passado, que foi a fonte do seu ser, mas sem desviar o olhar do futuro, e da meta a alcançar, fora do tempo e do espaço, sabendo manter permanentemente diante dos olhos, os seus objectivos.
   


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