Homepage
Spiritus Site
Início A Fundação Contactos Mapa do Site
Introdução
Sagrados
Sugestões de Leitura
Especiais
Agenda
Notícias
Loja
Directório
Pesquisa
Marco Histórico §
Guia de Sânscrito
NEW: English Texts
Religião e Filosofia
Saúde
Literatura Espiritual
Meditação
Arte
Vários temas
Mosteiro Budista
pág. 3 de 4
Notando o Espaço

de Ajahn Sumedho

em 28 Mai 2006

  (...anterior) murmurando, murmurando: Oh, estou a pensar! - e então o pensamento pára”.
Para observar o processo dos pensamentos, pensem deliberadamente em algo: simplesmente tomem um pensamento como “Eu sou um ser humano”, e simplesmente olhem para ele. Se olharmos para o princípio dele podemos reparar que imediatamente antes de dizer “ Eu”, existe uma espécie de espaço vazio. Então se pensarem na vossa mente, “Eu - sou - um - ser - humano”, verão o espaço entre as palavras. Nós não estamos a olhar para o pensamento para observarmos se temos pensamentos inteligentes ou estúpidos. Em vez disso estamos a pensar deliberadamente de forma a notar no espaço à volta de cada pensamento. Desta forma começamos a ter uma perspectiva da natureza impermanente dos pensamentos.
Isto é apenas uma maneira de investigar para então poder notar o vazio quando não existem pensamentos na mente. Tentem focar-se nesse espaço, vejam se conseguem realmente concentrar-se nesse espaço antes e depois do pensamento. Por quanto tempo o conseguem fazer? Pensem “Eu sou um ser humano”. E mesmo antes de o começar a pensar fiquem nesse espaço imediatamente antes de o dizerem. Então isso é mente plena, não é? A vossa mente está vazia mas existe também a intenção de pensar um determinado pensamento. Então pensamos; e no fim do pensamento, tentem percorrer o espaço que lhe sucede. A vossa mente continua vazia?
A maior parte do nosso sofrimento vem da actividade pensante habitual. Se tentamos pará-la por termos aversão a pensar, não conseguimos, simplesmente continuamos e continuamos pensando. Então o importante não é vermo-nos livres do pensamento, mas compreendê-lo. E nós fazemos isto através da concentração no espaço existente na mente em vez de nos concentrarmos nos pensamentos.
As nossas mentes tendem a ser apanhadas por pensamentos de atracção ou de aversão aos objectos, mas o espaço circundante a esses pensamentos não é atractivo ou repulsivo. O espaço à volta de um pensamento atractivo e o espaço à volta de um pensamento repulsivo não é diferente, não é?
Concentrando-nos no espaço entre os pensamentos passamos a ser menos apanhados nas nossas preferências no que diz respeito aos pensamentos. Então, se notarem que um pensamento de culpa, auto-compaixão ou paixão continua a surgir, podem trabalhar com isso desta forma – pensando nisso deliberadamente, trazendo-o realmente a um estado consciente e notando o espaço à sua volta.
É como olhar para o espaço numa sala: nós não vamos a uma sala para olhar para o espaço, não é? Estamos simplesmente abertos a ele, porque ele está lá sempre. Não é nada que iremos encontrar dentro do armário ou na próxima sala, ou debaixo do chão – está mesmo aqui e agora. Apenas temos que nos abrir à sua presença: e então começamos a reparar que ele está lá.
Se continuarmos concentrados nas cortinas ou nas janelas ou nas pessoas, não vamos reparar no espaço. Mas não temos de nos livrar de todas as coisas para notarmos o espaço. Em vez disso podemos simplesmente nos abrir à sua presença. Ao invés de concentrarmos a nossa atenção numa coisa abrimos a nossa mente completamente. Não estamos a escolher um objecto condicionado, mas em vez disso estamos conscientes do espaço no qual esse objecto condicionado existe.
A posição de Budha – conhecedor
Com a mente podemos apelar interiormente para a nossa “abertura de atenção”. Quando temos os olhos fechados podemos ouvir as vozes internas que pairam na mente. Elas dizem, “ Eu sou isto...eu não deveria ser assim”. Podemos usar essas vozes para nos levar para o espaço entre os pensamentos. Ao invés de fazer das obsessões e medos que percorrem a nossa mente um grande problema, podemos abrir a nossa atenção e ver essas obsessões e medos como condições mentais que vêm e que vão no espaço. Desta forma, mesmo um mau pensamento pode levar-nos para o vazio. Esta forma de conhecimento é muito útil uma vez que põe fim à luta mental na qual nos tentemos ver livres dos “maus” pensamentos. Podemos ser justos com o “diabo”.
  (... continua) 
topo
questões ao autor sugerir imprimir pesquisa
 
 
Flor de Lótus
Copyright © 2004-2024, Fundação Maitreya ® Todos os direitos reservados.
Consulte os Termos de Utilização do Spiritus Site ®