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A criatividade representa a face nobre do homem, quer seja de uma forma concreta, material, quer subjectiva, subtil através do seu Pensamento. Qualquer forma criativa é arte, e arte é religar a ponte entre a matéria e o Espírito, entre o homem e Deus, podendo a inspiração levar a horizontes cada vez mais alargados, tocando o Infinito…

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Museu de São Marcos

de Maria Ferreira da Silva

em 29 Jun 2020

  Para aqueles que estando em Florença decidam visitar o Museu de São Marcos, a primeira impressão que recebem vem do ambiente, lugar e espaços que circunscrevem o edifício, a que posteriormente se acrescenta a monumental obra de pintura que reveste o seu interior. Um elemento importante e determinante que contribui para o encanto e riqueza espiritual deste Museu, é a sua conservação intacta através dos séculos, apesar das vicissitudes e das estratificações históricas.Antigo Convento, é antes de mais hoje, um lugar de memórias, de memórias dominicanas, vinculado a homens ilustres da Ordem, desde Santo Antonino, a Frei Angélico, a Frei Savanarola e a Frei Bartolomeu, para mencionar apenas as personagens mais célebres que aqui viveram, às quais podemos acrescentar nomes de outras que se distinguiram nas mais diversas formas de expressão artística, cultural e mística da mesma época como Frei Paulino, Marco e Francesco della Robbia. Um elemento importante e determinante que contribui para o encanto e riqueza espiritual deste Museu, é a sua conservação intacta através dos séculos, apesar das vicissitudes e das estratificações históricas.

Pintura de Frei AngélicoO Museu tem a sua sede na parte mais antiga do Convento, que ocupa aproximadamente metade do edifício, e cujas proporções foram aumentando com o tempo, sendo uma parte ainda habitada pelos frades. O núcleo mais antigo do edifício, construído sobre a área do Convento medieval dos monges Silvestrinos, foi realizado por Michelozzo, o arquitecto predilecto dos Medici (§), por expressa vontade de Cosme o Velho, que pagou todos os custos com o fim de alojar os Dominicanos de Fiésole, dirigidos naquele tempo por Antonino Pierozzi. Michelozzo uniu de forma bem estruturada todo o edifício ao redor de um claustro de proporções harmoniosas, levando a cabo um projecto de um edifício conventual moderno e funcional, o que contribuiu para aumentar o prestígio dos Medici, aproveitando os muros pré-existentes de ruínas pertencentes à estrutura do convento silvestrino dos últimos anos do século XIII.

O Convento de São Marcos foi fundado para acolher uma grande comunidade, cujas funções específicas estavam bem delineadas, ficando marcadas na memória do tempo, mediante imagens belas e simbólicas pintadas sobre as paredes e portas, principalmente executadas, pelo Frei Giovanni de Fiésole, conhecido como Frei Angélico, um dos maiores pintores do Renascimento e que, sendo reconhecido pelo seu talento e prestígio, recebeu o encargo de pintar o interior de todas as celas com imagens evocativas da vida de Cristo.
A entrada no Museu começa pelo acolhimento de um claustro repleto de serenidade, de belas cores, flores, colunas e completa-se com os frescos que ilustram a história e vida de Santo Antonino – o primeiro prior do Convento, arcebispo de Florença desde 1446, canonizado em 1523, repartidos por vinte e cinco pinturas de artistas célebres da época. Adjudicado à Igreja e caracterizado por um grande cedro ao centro, é um exemplo da pausada arquitectura típica do estilo renascentista florentino. Do claustro aprecia-se uma vista arquitectónica simples mas harmoniosa no seu conjunto, onde num olhar circundante se penetra intrusamente numa intimidade mística, ao depararmos com as pequenas janelas na parte superior do edifício, revelando as celas dos que em silêncio aqui viveram.

Desde 1921 que se expõem aqui todas as pinturas de Frei Angélico recolhidas de igrejas e conventos de Florença e arredores, que haviam entrado na posse do Estado devido a perseguições movidas às instituições religiosas levadas a cabo entre o século XVIII e o século XIX.
Frente à porta da entrada destaca-se a visão do magnífico fresco realizado por Frei Angélico de “Santo Domingos Adorando o Crucifixo”. Continuando, entra-se à direita numa grande sala que tinha antigamente a função de acolher os peregrinos, segundo ilustra uma pintura de Frei Angélico, situada numa das portas e que representa o “Cristo Peregrino Acolhido pelos Dominicanos”.
Pelo Claustro também se acede a uma ala do edifício destinada na sua origem ao Refeitório, tendo hoje a função de acolher as obras de Frei Bartolomeu e da “Escola de São Marcos”, que se crê ter-se desenvolvido à volta das primeiras décadas do século XVI. Também nesta ala se encontra a Sala do Lavabo, derivada da função que desempenhava, já que procede o Grande Refeitório e é adjacente à Cozinha e às suas dependências, denominadas actualmente, Sala de Frei Bartolomeu e Sala de Estandarte. No Grande Refeitório encontra-se um delicado fresco de Frei Angélico, “O Cristo e a Piedade” alusivo à Ressurreição. As Salas seguintes introduzem-nos às obras de Frei Bartolomeu, de Luca e Andrea della Robbia.

Voltando ao Claustro de Santo Antonino, à direita abre-se a Sala do Capítulo, sobre cuja parede de fundo, Frei Angélico pintou uma espectacular Crucificação, retratando todos os santos fundadores das Ordens monásticas e a árvore genealógica da família dominicana. Há o Vestíbulo que liga ao Claustro de S. Antonino com o outro maior de S. Domingos.
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