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Para além de Parangla

de Vikas Kaushal

em 24 Jul 2006

  (...anterior) Monges em oração Não há nenhuma vegetação para além da ubíqua erva Kharshu, cujas raízes flutuam em abundância nas águas do rio, fornecendo um excelente combustível para a fogueira do acampamento e para cozinhar. Não há nenhuma falta de água doce para beber porque há uma abundância de fontes naturais.

O acampamento no quinto dia revelou-se um verdadeiro paraíso. As faixas de relva espessa e verde às margens do rio com uma fonte natural ao pé criaram um sítio ideal para acampar.
No sexto dia despedimo-nos do nosso amigo Pare-chu e entrámos no vale maior de Phirsephu - uma entrada para Ladakh desta região. Há uma repentina mudança de paisagem quando se entra no vale de Phirsephu em Nurbo Sumdo (5.075 metros) que significa "a planície de pedras". O mais amplo e mais verde vale de Phirsephu era uma mudança refrescante depois do árido e estreito vale do Pare-chu. Estávamos a caminhar pelo terraço do Phirsephu, esculpido pelo rio quando, no horizonte, vislumbramos um acampamento nómada da tribo dos Changmas. Com muita excitação despachámo-nos na direcção do acampamento o nosso primeiro encontro com humanos em cinco dias.

Os Changmas são nómadas. A língua deles é o bhoti. Não falam nem percebem hindi. A sua vida revolve-se em torno dos iaques, cabras e ovelhas. Vivem em tendas tecidas dos cabelos de iaque. Bebem leite de iaque, comem queijo curado de iaque e durante os Invernos, comem a carne de iaque também. As suas cabras são conhecidas pela sua lã paxmina. Tecem xailes e tapetes da lã de iaque e de ovelha.
Aqui saímos de Himachal Pradesh para entrar na região de Ladakh. As moças de Ladakh são muito tímidas. Mostra-se-lhe uma máquina fotográfica e a cabeça dela desaparece como se fosse um avestruz. Os habitantes de Ladakh são um povo robusto. A sua pele enrugada e escura, bronzeada pelo sol, assemelha-se ao castanho avermelhado dos seus trajes e reflecte o seu ambiente rigoroso numa terra assada pelo sol com ventos frios e secos. O chefe do acampamento ofereceu-nos chá salgado ao modo dos tibetanos e queijo curado, uma cortesia inesquecível numa terra difícil.

Começou a chover enquanto caminhávamos, o mais rapidamente possível, nesta terra aberta e plana onde é virtualmente impossível medir as distâncias relativamente. Algumas vezes observámos um jumento selvagem, observando-nos curiosamente a certa distância. Mais tarde, podíamos ver os cavaleiros do Ladakh reunindo os seus rebanhos de ovelhas das montanhas. Chegámos ao ponto onde se podia ver as vivazes cores sempre em mudança do lago Tso Morari. Quando chegámos nesse sítio depois de semanas de preparação e dias de caminhar, mal podíamos acreditar que tínhamos chegado. Enquanto o sol se punha, tentámos capturar cada momento como se não houvesse um amanhã. Finalmente montámos as nossas tendas na planície de Changdum- a terra do jumento selvagem! Ao fim de um comprido dia cheio de aventuras enrolámo-nos nos nossos saco camas, para acordar de manhã e ver o Tso-Morari em toda a sua glória de manhã.

O Tso-Morari é um lago alongado na forma de um pé que estende do norte ao sul. As suas águas límpidas da cor de safira revelam diferentes tons de azul e verde às margens. A água é tão cristalina que se pode identificar a cor dos calhaus ao fundo. E um lago de água salobra que uma vez era 22 quilómetros longe com oito quilómetros de largura.
Estávamos na sua extremidade sul naquela manhã. A chuva já tinha parado desde a noite anterior. Mas o céu ainda estava coberto de nuvens. O sol meio coberto por nuvens escuras deu um novo carácter às águas de Tso-Morari. Via-se cores desde o azul-escuro do alto mar à clareza cristalina duma fonte nascente. Mudou a cor das colinas hirtas do preto a um cinzento-escuro, cinzento a castanho e castanho a bege. Encantados pela magia da natureza, tentámos como loucos capturar cada momento com as nossas máquinas fotográficas. Tomámos pequeno-almoço e desmontámos as tendas embora ninguém quisesse partir. Mas sabíamos que íamos voltar.
  (... continua) 
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