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A propósito de diálogo islamo-cristão
de Adel Sidarus
em 05 Jul 2007
(...anterior) Mercê da experiência de convívio cultural e religioso, até “político” (gestão da Polis), as populações nacionais ou regionais que coabitam com esses grupos minoritários diferenciados, aprendem a abrir-se à alteridade colectiva, predispõem-se ao entendimento entre povos e nações.
Além disso, as minorias em causa representam um trunfo inestimável no momento de encetar o diálogo a nível superior, o dos conjuntos religiosos ou culturais. A história universal fornece numerosos exemplos do papel desses grupos como intermediários preciosos e eficazes. Em relação aos espaços e tempos em apreço, recordemos o papel dos cristãos árabes no Renascimento árabe moderno (séc. XIX): mercê das suas afinidades religiosas com o Ocidente e suas competências linguísticas, foram os grandes intermediários das ideias, valores e técnicas que vieram dali...
Uma nota final quanto ao diálogo religioso islamo-cristão enquanto tal, que numerosas experiências, antigas e novas, poderiam ilustrar.
Cabe frisar que este não passa necessariamente, ou em primeira linha, por um entendimento ou um sincretismo doutrinal. Muito mais profícuas e enriquecedoras são a partilha espiritual e a escuta mútua a nível existencial! Seja para esse par em particular, seja para as religiões universais, como se frisou no princípio, o que urge hoje e se afigura essencial para se ultrapassarem os impasses políticos e as crispações identitárias, é o diálogo ao nível da ética global e universal, é a intervenção concertada para “humanizar” as nossas sociedades e o mundo todo, para “salvar” o nosso planeta...
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