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As Miniaturas Mógois
de Harinder Sekhon
em 18 Set 2006
(...anterior) Gostava particularmente de Abu Hasan, filho do pintor persa Aka Riza, de Herat.
Tal como o seu pai, Jahangir gostava das pinturas europeias com motivos religiosos. Durante este período, a influência europeia manifestou-se cada vez mais nas pinturas. As cores já não eram duras e esmaltadas -como no período precedente mas, em vez disso, suavizaram-se e misturaram-se harmoniosamente. A influência naturalista é mais óbvia nas representações das paisagens. Um maior conhecimento das pinturas ocidentais resultou na aceitação de muitos outros elementos como, por exemplo, os móveis europeus, objectos de acre, trajes e posturas, o tratamento do céu, nuvens, anjos (§) com asas, querubins, tapeçarias e cortinas nas pinturas miniaturas Mogóis (§).
Alguns dos mais importantes manuscritos ilustrados deste período são: um livro de fábulas de animais intitulado Ayar-i- Danish, cujos fólios estão actualmente guardados na colecção de Cowasji Jahangir em Bombaim e o Chester Beatty Library em Dublin, e o Anwar-i-Suhayli, outro livro de fábulas no British Museum de Londres, ambas obras foram realizadas entre 1605-1610 d.C. As pinturas do manuscrito ilustrado do Tuzuk-i-Jahangiri ou as memórias de Jahangir revelam o talento dos artistas Mogóis no tratamento das composições que representava multidões em situações dramáticas. As cenas naturais, especialmente as cenas de caça e retratos eram as pinturas preferidas de Jahangir. Pintavam-se com um realismo vivaz. Jahangir quis manter um relato autêntico das suas actividades e dos acontecimentos importantes do seu reinado. Por isso, mandou os seus artistas preparar arquivos pictóricos dos festivais importantes e assembleias, tal como da flora e fauna invulgares e interessantes. Produziram-se muitas pinturas encantadoras que representaram a coroação de Jahangir e as assembleias realizadas durante os festivais religiosos importantes como, por exemplo, holi, ab-pashi, recepções formais, viagens, expedições de caça etc. que se encontram em colecções indianas e estrangeiras.
Todavia, com a morte de Jahangir, a essência e o espírito da arte mogol também morreu. Como Percy Brown notou, "com a sua morte (de Jahangir), a alma da pintura Mogol também morreu». As pinturas Mogóis perderam muito da sua grandeza e requinte poucos anos depois da morte de Jahangir. Enquanto príncipe, Shāh Jahan, manifestou um grande interesse pelas miniaturas e pelos manuscritos ilustrados. Manteve este interesse durante algum tempo depois de ascender ao trono, contudo, mais tarde interessou-se mais pela arquitectura e pela joalharia. Aurangzeb, o último dos grandes imperadores Mogóis, era tão ortodoxo e antagónico à pintura e às outras artes que a requintada arte de pintura Mogol acabou por entrar em rápido declínio. Os grandes ateliers de arte Mogol, antigamente tão prolíficos, foram virtualmente apagados e os pintores foram obrigados a cessar de exercer a sua arte ou a emigrar para as novas cortes regionais que tinham surgido, à procura de novos patrocinadores.
Cortesia da Revista India Perspectives
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