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pág. 2 de 9
Frei Luís de Granada

de Pedro Teixeira da Mota

em 28 Dez 2006

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Autor de dezenas de obras, de milhares de páginas de grande sabedoria e devoção, é difícil sintetizar em poucas linhas a sua doutrina que, não se afastando das Fontes tradicionais, quer patrísticas, quer dos grandes teólogos e místicos da Igreja, mesmo assim apresenta as suas peculiaridades, das quais passamos a citar alguns textos, quem sabe mais despertantes da nossa própria espiritualidade, tão adormecida e espartilhada pelos ritmos, conteúdos e modos de vida modernos.
A ortodoxia doutrinária das suas obras foi questionada pelos teólogos da Inquisição espanhola, nomeadamente por um certo erasmismo (regresso aos Evangelhos, estudados criticamente nas suas fontes e vulgarizados nas línguas nacionais, reforma do clero, resolução dos conflitos pela concórdia) e por uma valorização excessiva da interioridade e da oração de quietude (4) e por isso foi avisado que poderia ficar incluído no Index dos livros proibidos espanhóis, ordenado pelo Arcebispo de Sevilha Fernando Valdéz. Em 1559 partirá para justificar-se em Valhadolide, e dessa situação perante a Inquisição, ficará o célebre dito, “por Valhadolide nem ao céu quisera ir”.

Contudo, o Index já estava a imprimir-se e não se livrou sequer disso. É forçado, pois, a diminuir as suas posições mais entusiásticas sobre o dever de todo o cristão ser chamado ao caminho da perfeição e, portanto, aos graus mais elevados de oração, contemplativos e unitivos, e assim as edições posteriores serão refeitas em alguns pontos, para não alimentarem tendências e grupos de iluminados que não ligavam muito a certos aspectos exteriores da religião, ou mesmo se desviavam errada ou insidiosamente doutros.

A comparação detalhada dos textos da sua obra, bem como dos conteúdos em termos de doutrina da oração, nas diferentes edições, ainda não está realizada completamente (apesar de alguns estudos valiosos, como os de Silva Dias e Maria Idalina Resina Rodrigues), para que possamos compreender totalmente o seu magistério e as alterações sofridas decorrentes da repressão inquisitoral espanhola.

Pouco depois da promulgação do Index espanhol de 1559, as acusações levadas pelos inquisidores e enviados de Castela ao Concílio de Trento contra os mestres da via mística, em especial o Arcebispo de Toledo, Bartolomeu Carranza, mas também Luís de Granada e S. João de Ávila, foram neutralizadas, pois em 2 de Junho de 1563 os Arcebispo de Praga, Veneza, Lanciano, Palermo e Braga, cinco bispos, o geral da Ordem de S. Agostinho e Frei Francisco Foreiro, assinam a aprovação do decreto que aprova a ortodoxia do catecismo de Bartolomeu Carranza, e portanto dos livros de Frei Luís de Granada. Apesar disso o extremismo dos inquisidores espanhóis, especialmente do rei Filipe II, Fernando Valdéz e Melchor Cano, que nada gostavam da valorização da via mística em detrimento da via intelectualista e escolástica, continuaram a manter Carranza preso na Inquisição (5). De qualquer modo, houve uma aceitação dos ensinamentos de Carranza e de Granada, e logo em seguida o capítulo provincial Dominicano, reunido em Bolonha, conferia a Luís de Granada e a Francisco Foreiro o grau de mestres em Teologia.

Na sua vasta obra, entre os livros traduzidos, está a Santa Escada de S. João Clímaco, publicada em 1562, logo após a repressão de que os seus dois livros: (Livro da Oração e da Meditação, e o Guia dos Pecadores) foram alvo dos inquisidores espanhóis, e que me parece ser mesmo uma resposta discreta, até para a posterioridade: “Ah! já que querem tolher o desabrochar da espiritualidade das pessoas, aí vai uma obra dum dos mais antigos santos da Igreja sobre o assunto”. Certamente que ela não sofreu cortes nem alterações, tanto mais que o censor ordinário era o seu amigo Francisco Foreiro, e pode assim inspirar muito gente nos caminhos da interioridade.

Impressa em Lisboa por Ioannes Blavio de Colónia aos XXX de Fevereiro de 1562, se não sofreu na altura cortes, já não podemos dizer o mesmo de hoje, e assim temos à vista a edição de 1562 e outra impressa na Argentina em 1988, e onde, embora se diga que seguiram a tradução de Luís de Granada, a versão é, em geral, uma sombra da tradução de Granada (embora saibamos que ele parafraseou frequentemente a obra original). Vejamos os títulos dos últimos capítulos, em Luís de Granada: Cap. e Degrau XXVII.
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