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Mosteiro Budista
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De Darjeelling ao Sikkim

de Maria

em 08 Fev 2007

  (...anterior) Paisagem de Darjeelling O bazar fica na parte mais baixa da cidade e oferece-nos as coisas mais diversas, desde frutas variadas, manteiga caseira, sedas orientais, incensos tibetanos, vegetais da região e, mais que tudo, uma variedade riquíssima humana, pois para o Sikkim convergiram alguns povos diferentes, cujo trato contudo é amigável, embora como povos das montanhas sejam mais reservados, calmos e maduros, do que os indianos das planícies, muito mais curiosos e atrevidos.

Os habitantes originais do Sikkim são os Lepchas, o que significa o povo de ravina. São de raça mongol e falam o lepcha. Primitivamente, como no Tibete, a religião deles era o culto dos espíritos e da natureza, mais tarde chamada a religião “Bom”. Aquando da chegada do Budismo, a conversão para esta forma muito mais perfeita e elaborada da explicação da vida e do Universo fez-se com dificuldades, pelo que certos resquícios mágicos ficaram a impregnar o Budismo. Os lepchas, porém, não serão hoje mais do que uns 12%, da população, enquanto os bhutanis preenchem outros 10%, sendo provenientes ao longo dos séculos do Tibete e do Bhutão. Contudo, até meados do século dezanove constituíram toda a população do Sikkim. Então, os ingleses, ao aliarem-se com os nepaleses favoreceram a emigração destes para o Sikkim e, de tal modo o fizeram, que em poucos anos se tornaram a população dominante, sendo hoje quase 80%.
Até ao século dezassete o Sikkim era apenas Denzong, o Vale do Arroz, embora se considere que o famoso mestre indiano Padma Sambhava (§) aqui estivera no século oitavo reerguendo o Budismo dos ataques dos “Bom”, como fizera no Tibete, deixando também alguns tesouros ocultos em grutas e subterrâneos das montanhas.

Em 1640, data importante parece que em mais de um país, um lama tibetano, Lhatsum Chembo, tem a inspiração de fundar um reino budista nesta zona e, abandonando o Tibete, encontrou dois outros lamas e depois Phunkstok, descendente de chefes de clãs, que em 1641 é sagrado rei, “Chogyal”, em Yuksam. A sua dinastia, dos Namgyl chegou até nossos dias, mais precisamente Maio de 1975 mas, desde a independência indiana em 1948, a sua continuidade viu-se ameaçada pois o maior partido dos nepaleses, o “Congresso”, desejava a democracia e a entrada no Estado Indiano. O rei conseguiu negociar o estatuto do protectorado mas a situação, deteriorando-se em 1973, levou os indianos a tomarem conta do poder.

Sobre o Budismo aqui praticado, o tântrico, diz-se que não há compulsoridade de práticas, mas os 10º e 25º dias do mês lunar são importantes e as pessoas vão aos templos, ou então aos sítios e a águas sagradas, já que no Sikkim adoram-se muitas divindades locais, das quais a principal é a montanha do Kanchenzunga, a divindade tutelar do país. O mestre principal é Padma Sambhava, mas há muita devoção a outros lamas ou santos, vivos ou desincarnados, um deles, Milarepa (§). Já no Budismo da Tailândia, Ceilão (Budismo Theravada) nada destas devoções e práticas se admitem em teoria, embora subsistam nas crenças populares. Nos Himālayas (§), o Budismo Mahāyāna é caracterizado pelo seu tântrismo, ou seja, pelas práticas movimentadoras das energias, como cerimónias rituais, acções mágicas, exercícios esotéricos e yogui e em que o folclore, cultos de natureza, magia e Budismo fundem-se em modos muito ricos de beleza, força e conhecimento, ainda que pela ignorância de muitos haja por vezes temor e dependência a mais.
Um dos mosteiros mais importantes é Rumteck. Da capital são 24 km de caminho serpenteante pelos famosos terraços de arroz que deram o nome ao país. Rumteck é o actual centro de seita Kargyudpa desde a invasão chinesa do Tibete em 1959, quando o 16º Karmapa escolheu este sítio para se estabelecer com quinhentos monges e começar a irradiar pela primeira vez o Budismo para, fora da Ásia. Até ao ano da sua morte, em 1981, trezentos centros ou mosteiros foram fundados em todo o mundo.

Entretanto só há pouco noticiavam os jornais da região que, após preocupações, orações e buscas aturadas, se descobriu algures no Tibete o rapazinho no qual se teria incarnado esta santidade e que se tornará o 17º Karmapa. Para já, o governo chinês reconheceu o estatuto de Buddha (§) vivo a esta criança que passará a poder viajar e a ser instruída convenientemente.
  (... continua) 
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