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Arte de Orar

de Diogo Monteiro

em 01 Fev 2007

  (...anterior) Anjos em Oração - Frei Angélicoodo, fica a alma transformada em Deus e Deus por graça, como Deus o é por natureza fica como o ferro abrasado, que em substância é ferro todavia é fogo por participação, é fogo nas aparências, porque parece fogo, é fogo nas operações, porque queima como fogo assim a alma em substância é alma como dantes era, mas é Deus nas operações, e aparências porque parece Deus, e tem efeitos de Deus mas ela em si é alma e fica por participação o que Deus é por natureza, porém isto é quando tira de si todo o embaraço que lhe causam as criaturas, porque em o tirando, logo Deus lhe comunica o seu divino ser, de modo que parece outro ele e tem o mesmo que ele, e parece mais Deus do que parece alma, ainda que, em substância o é como dantes era e, então, será de todo perfeita esta união, quando a alma estiver de todo limpa, e desembaraçada de toda a imperfeição.

CAPÍTULO II

De como se hão-de desprezar todas as coisas
para se unir com Deus uma alma


Também é digno de considerar, que nesta divina união se dá Deus a si próprio, que é muito mais infinitamente que todas as coisas juntas, e assim se necessário que de todas se desembarace a alma para O receber, porque de tudo o que não se desembaraçar o há-de ficar impedindo e tanto terá menos de Deus quanto tiver mais de outra coisa, e sendo nada tudo o que a pode embaraçar, por esse nada perde tudo o que é Deus: não quer o Senhor que nós saboreemos com os manjares do mundo, só os que não apeteciam os manjares do Egipto (§) achavam no maná todos os sabores: porque não deixamos tudo o que é do mundo? Não achamos em Deus tudo?. Tanto perdemos de Deus, quanto buscamos do mundo e baixamente julga de Deus o que não lhe parece que achará nele tudo o que deseja, pois busca coisa alguma de outra parte fora dele, de modo que para acharmos tudo em Deus, não havemos de querer coisa alguma fora dele, porque quanto a alma tiver mais de afeição e apetite a outra coisa, tanto menos capacidade lhe fica para Deus, porque como Deus e as criaturas são contrários, não cabem em um lugar, quanto mais elas o ocuparem, tanto menos lugar fica para Deus. Como hão-de caber em um lugar o temporal e o eterno? Para que assista um se há-de lançar fora o outro; para se introduzir uma forma, se há-de de lançar a outra fora.

E não basta desembaraçar-se a alma das coisas de grande preço, porque ainda que estas embaraçam mais, também embaraçam as de pouca entidade, não falamos aqui dos apetites naturais, que estes nesta vida é impossível mortificá-los de todo, porém, estes em quanto não passam de primeiros movimentos, que é enquanto a vontade lhe não dá consentimento, não impedem a perfeição, ainda que, de todos se não mortifiquem porque bem pode o natural estar embaraçado com elas e a razão livre e senhora, e bem pode a vontade e a razão estar unida com Deus e, parte sensitiva embaraçada com os apetites naturais, o de que aqui falamos é dos voluntários, que estes por pequenos que sejam, se hão-de mortificar para chegar ao estado da perfeição para se poder a alma transformar em Deus, de modo que não faça mais que o que for a divina vontade, e para que haja união entre a divina e humana, hão-de estar feitas uma só vontade, porque se a alma quisesse alguma imperfeição por pequena que fosse, que Deus não quisesse, já não estavam nem podiam estar unidas, pois a alma tinha vontade naquilo em que Deus a não tinha, de modo que para de todo estar perfeita, há-de estar livre e desembaraçada de todo o apetite por pequeno que seja; falamos de advertência, porque se sem advertir, ou estarem em sua mão, não ficará sendo imperfeição, senão natureza, que não fica sendo culpa, senão quando o for com sentido de advertência.

Porém, qualquer apetite voluntário e inteiramente advertido por pequeno que seja, se há-de evitar, porque qualquer é grande imperfeição, maiormente quando forem habituais e costumados, que por pequenos que sejam, são grandes imperfeições e muitas vezes são mais prejudiciais que outros maiores, quando não sejam habituais, ainda que também nestes actuais pode haver hábito vicioso, que é quando nesses actuais haja costume e hábito de os cometer, ainda que diferentes, porque então também ficam sendo prejudiciais e grandes imperfeições e assim com muito cuidado se hão-de evitar, porque ninguém pode chegar com eles ao estado de perfeição, ainda que sejam de coisas muito leves, como são um costume de falar muito, o querer comer mais de uns manjares que outros, o vestido de um modo, ou de outro, o querer antes uma cela que outra, o ser curioso de saber novas, o querer ver ou ouvir porque qualquer destes hábitos impedem muita perfeição e o poder ir avante na virtude e, são muito piores as imperfeições maiores, quando não são costumadas, porque nestas está a alma de assento.
   
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