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A Índia e o Afeganistão na Antiguidade

de Krishna Mohan Shrimali

em 29 Mar 2007

  (...anterior) Hsuan-tsang narrou as suas impressões da seguinte maneira:

“As fronteiras deste país ultrapassam 4000 li (cerca de 4 li = 1 quilómetro) com as montanhas nevadas ao norte e as cordilheiras pretas nos outros lados. A capital tinha uma circunferência de mais que 10 li. Produz muitos cereais, e fruta e madeira, e excelentes cavalos e açafrão; neste país encontravam-se muitas mercadorias raras oriundas de outras regiões; o seu clima era frio e ventoso … a língua escrita era muito parecida coma a de Tokhara; mas o idioma coloquial e as instituições sociais do povo eram diferentes. Usavam panos de lã (maotieh) para as suas roupas interiores, e peles e sarja para os seus vestidos exteriores. As suas moedas de ouro e prata e as pequenas moedas de cobre eram diferentes em aspecto e estilo das moedas de outros países. O rei, que era da casta do kṣatryas (guerreiros), era um monarca benevolente e seguia o Budismo. Todos os anos mandava fazer uma imagem do Buddha (§) em prata duma altura de 6 metros e … dava esmolas livremente aos necessitados e às viúvas e aos viúvos. Havia mais que 100 mosteiros com mais que 6000 irmãos que eram na maioria budistas mahayanistas; os mosteiros e topes (monumentos budistas) eram majestosos e espaçosos e bem conservados. Havia algumas dezenas templos dos Devas; e mais de 1000 seguidores sectários, Digambaras e Paashupatas, e aqueles que vestem coroas de caveiras para enfeitar as suas cabeças”.
Begram tinha fama pelo seu vinho delicioso, nomeado em nome do próprio lugar, kapisayana madhu, e a região ficou sob o domínio dos kushanas nos primeiros séculos da nossa época. Era uma parte integral de toda a rede da Rota (§) da Seda.

Em Begram, José e Ria Hackin descobriram umas delicadas gravuras em miniatura, esculpidas em cerca de 600 placas de marfim. Uma destas placas de marfim de Begram até chegou ao mundo mediterrâneo – foi encontrada em Pompeii. Pode-se ver claramente as semelhanças das figuras, a execução da linha curvada e a composição de cenas nestas placas de marfim com as peças artísticas de Bharhut, Sanchi, Mathura, Amaravati e Negarjunakonda (c.século II a.C. ao século III d.C.).
A vida sensual, alegre e elegante representada nas placas de marfim de Begram é cheia de pormenores. Há cenas onde lindas mulheres estão a arranjar-se languidamente. Penteiam-se. Fazem massagens umas às outras. Olham no espelho. Brincam com os animais de estimação. Brincam às escondidas. E entregam-se aos festivais bacanais duma maneira encantadora. É provável que estas peças decorativas embeleceram os aposentos reservados só para mulheres, que talvez explique a ausência quase completa de representações masculinas, além de um ou dois reis, um moço de cavalos, alguns cavaleiros e caçadores, alguns criados e alguns seres míticos que pertencem ao estilo decorativo. As tradições literárias indianas são repletas de descrições eloquentes de como nenhum homem, além do chefe da casa e o velho guardião da porta (kanchuki) do harém, tinha acesso aos aposentos particulares reservados para as mulheres.
O escultor de Begram tinha um grande jeito para o estudo das formas e a anatomia. Isso é óbvio tanto nas figuras femininas como nos desenhos dos animais. Estas gravuras são impressionantes devido à sua representação de ritmo e movimentos.

Acções momentâneas são capturadas quase como numa fotografia como, por exemplo, o touro a lamber a perna, o elefante a inclinar a cabeça e a abanar a tromba, o veado a saltar ou a pausar antes de fugir; e o leão com a sua cauda erecta, cheirando o chão, à procura de sua presa.
Jeannine Auboyer, que realizou investigações aprofundadas das representações da “vida privada” das pessoas nestas esculturas do marfim afirma que:
“As esculturas de marfim de Begram são de interesse excepcional, não somente porque são visivelmente de origem indiana, e porque a sua presença no seio do Afeganistão testemunha, sem nenhuma sobra de dúvida, a representação das esculturas indianas de marfim, mas também porque nos fornecem valiosas informações sobre a arte secular da Índia antiga, cujas representações eram muito raras …”.

Cortesia da Revista India Perspectives
   
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