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Liberdade na restrição

de Ajahn Sundara

em 19 Abr 2007

  (...anterior) Nós temos de remendá-los, repará-los, lavá-los e relembrarmo-nos a nós próprios que apenas temos um conjunto deles e de que estes hábitos chegaram até nós através da generosidade de outros. E o mesmo se passa com a comida que ingerimos. Vivemos de oferendas de alimentos. Todos os dias as pessoas oferecem-nos uma refeição pois não nos é permitido armazenar comida para nós próprios, para o dia seguinte. Então a nossa reflexão diária antes da refeição relembra-nos que não podemos comer sem pensar cuidadosamente acerca da oferta da comida. Como mendicantes também reflectimos acerca do sitio onde vivemos. Podemos não gostar do papel de parede do nosso quarto mas a reflexão acerca do nosso abrigo “este quarto é apenas um tecto sobre as nossas cabeças por uma noite” ajuda-nos a manter as nossas necessidades físicas em perspectiva. Temos também em consideração que sem as ofertas destes requisitos não poderíamos ter esta vida. Esta reflexão nutre um sentido de gratidão no coração.

Cuidar do mundo físico e daquilo que está à nossa volta é uma parte essencial do treino da mente e do corpo e da nossa prática do Dhamma (Dharma). Se não formos capazes de cuidar daquilo que nos é imediato, como podemos pretender cuidar das realidades últimas. Se não aprendermos a arrumar o nosso quarto todos os dias como podemos tratar das complexidades da nossa mente?
Reflectir em coisas simples como tomar conta do sítio onde vivemos e não fazermos um mau uso das nossas possessões materiais é muito importante. Naturalmente é mais difícil fazer isto quando temos controlo sobre o mundo material e podemos usar dinheiro para comprar aquilo que queremos, pois facilmente temos pensamentos descuidados: «Ora bem, perdi isto ou parti aquilo, não faz mal, arranjo outro». Outro aspecto de disciplina e restrição é o correcto modo de vida. Para um monge ou monja existe uma longa lista de coisas com as quais não nos devemos envolver, como praticar adivinhação ou participar em actividades politicas, etc ... Eu posso apreciar o valor disto cada vez mais e mais quando agora vejo algumas partes do mundo onde o Sangha se envolveu em coisas mundanas e os monges encontraram-se em determinadas situações como a de receberem itens luxuriosos ou mesmo a de se tornarem proprietários de casas ou terras. O correcto modo de vida é um dos aspectos do Nobre Caminho Óctuplo, que cobre um amplo leque de actividades como não enganar, não persuadir, insinuar, depreciar e permutar e, para os leigos, não se envolverem em comércio de armas, seres humanos, carne, bebidas alcoólicas e venenos. Estas linhas guia, evocam uma cuidadosa consideração de como queremos viver a nossa vida e com que tipo de profissão ou situação nos queremos envolver.
As reflexões acerca dos preceitos, dos requisitos, do correcto modo de vida e a disciplina da nossa mente e do nosso corpo são as condições de suporte com as quais a disciplina última se pode manifestar nos nossos corações. Essa disciplina última é a nossa total dedicação à Verdade, ao Dhamma, e a constante aspiração do nosso coração humano para ir além das nossas vidas egocêntricas. Por vezes não podemos realmente dizer o que é, mas através da prática da meditação podemos estar verdadeiramente em contacto com essa realidade, o Dhamma, em nós próprios. Todos os caminhos e disciplinas espirituais estão aqui como condições de suporte e meios para manter viva a aspiração de realizar a Verdade no nosso coração. Esse é o seu verdadeiro propósito.
   
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