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O Tauísmo - 2ª Parte

de Lubélia Travassos

em 17 Mai 2007

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Vários outros exemplos desta comunhão perfeita entre o homem e o objecto são mencionados por Chuang-Tzu e Lie-Tzu. Entre eles, temos: «Um corcunda que apanha cigarras na ponta de uma vara, um cortador, que faz passar unicamente a sua faca onde não se lhe depara qualquer obstáculo; o artífice Chuai, que molda objectos tão perfeitos como se eles tivessem sido feitos a compasso ou a esquadro. Ou ainda, um nadador que se deixa aspirar nos remoinhos mais perigosos sem se afogar, porque segue o ritmo da água; um determinado atirador ao arco, que se distingue nesta arte, enquanto se encontra num terreno de exercícios estável e seguro, mas uma vez que se encontre na montanha perde todos os seus meios, porque tem ofício mas não alma».
Por conseguinte, a livre interpretação do homem e do objecto, do espírito e da natureza inspira o indivíduo em todas as ocasiões, em cada gesto quotidiano, se ele possuir a concentração requerida. No entanto, é na prática das artes que ela se manifesta melhor, visto que é obrigatória a quem deseja esmerar-se.

A Doutrina de Chuan Seng - A Perfeição da Existência

O Tauísta pergunta: Quais são as coisas mais importantes da vida? São: «Possuir tranquilidade mental e um corpo saudável, moderação para evitar tanto a privação como o excesso, a não intervenção e a não interferência». Esta é, por conseguinte, a doutrina de Chuan Seng, que conduz o homem à perfeição da existência, salvaguardando a integridade da vida.
Segundo a definição de Alan Watts o Tauísmo é como o “curso de um rio”, não só porque o curso de água é a sua principal metáfora, mas também porque um rio segue o contorno da terra, não se opondo, mas sim concordando com a paisagem.
Na acção Tauísta o conceito chave é o “Wu Wei”, que é o “princípio de acção do sábio”, do respeito pela vida, da harmonia com a natureza e dos ritmos naturais entre o homem e o Universo. No seu sentido mais elevado ele permite recuperar aquele paraíso conduzindo à iluminação. O Wu Wei é, sem dúvida, um dos símbolos mais importantes para o Tauísta, logo a seguir ao Tau, porque é ele que determina integralmente a conduta do sábio.

Geralmente o Wu Wei é traduzido por “não agir”, visto que “Wu” significa “não” e “Wei” “acto, esforço, fazer, efectuar”. Todavia, esta tradução é muito imperfeita porque nos sugere a ideia da passividade e da inactividade, quando afinal o Tauísmo não prega a despreocupação, mas o empenhamento total dos seres na vida e a "acção perfeita". Portanto, “Wu Wei” não quer dizer “inacção” como por vezes se pode dizer. Significa sim, abster-se da acção, que é contrária à natureza, não ir contra a natureza das coisas ou tentar fazer as pessoas ou matérias desempenharem funções, para as quais não estão vocacionadas. Significa viver convenientemente, não nadar contra a corrente. A literatura Tauísta está cheia de exemplos de profissionais que aperfeiçoaram a sua habilidade através da observação, respeitando e depois seguindo o fluxo natural da sua matéria. Temos o exemplo de tanto o Judo como o Aikido serem baseados neste princípio, onde o oponente é derrotado pela força do seu próprio ataque.
Também aliado ao precedente temos a ideia de “Li”, o ideograma que se referia originalmente à textura da madeira ou do jade. “Li” é o “modelo orgânico”, a beleza da caligrafia Chinesa, a beleza que observamos da água em movimento, dum líquido pulverizado, a beleza das ondas, das nuvens, dos minerais, das marcas das conchas. Tudo isto é “Li”, tal como o modelo da acção que acontece quando estamos de acordo com a natureza. Na origem do pensamento e do sentimento Chinês e, por conseguinte, do Tauísta, reside o princípio da polaridade, não para ser confundido com a ideia de conflito ou de oposição.

Nas metáforas de outras culturas a luz está em conflito com as trevas, a vida com a morte, o bem com o mal. O Tauísta vê ambas estas partes inseparáveis de um todo orgânico. O “Yin” e o “Yang” são polaridades, não contrários. Eles figuram o aspecto exterior do Tau e de toda a realidade fundamental.
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