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O Tauísmo - 2ª Parte

de Lubélia Travassos

em 17 Mai 2007

  (...anterior) O “Yin”, é tudo o que é feminino, passivo, existencial, obscuro e natural; o “Yang”, é tudo o que é masculino, activo, luminoso, criador e associado ao céu. Da alternância de um e do outro nasce a totalidade das combinações possíveis da natureza; a sua interacção é considerada pelos Chineses como estando na base do que ocorre verdadeiramente no mundo.
O Yin e o Yang são por assim dizer os lados brilhantes e sombrios da mesma colina, parte de um sistema único, no qual cada qualidade contém a semente do seu oposto. É uma visão linear tanto cíclica como oposta do tempo em mudança. Isto é, nós desejamos ter saúde sem doença, juventude sem idade, prosperidade sem pobreza, e sentimo-nos desesperados quando não podemos ter isso. O Tauísta não impõe a sua vontade, ele procura o significado. «O que é que sempre se afasta quando é perseguido?» pergunta o Tauísta, que responde: «Tu próprio».

Quando se envelhece, parece que o mundo se torna um sonho, o tempo passa mais rapidamente, a substância torna-se mais fina, as pessoas mais insubstanciais. No Ocidente temos a tendência para pensar de forma diagramática, num mundo de elementos separados. Admitimos que estamos a observar uma estrutura construída de blocos sólidos de construção, de muitas formas e tamanhos, tudo independente do observador.
Para o Tauísta existe a unidade, o Tau, que é uma teia sem costura, de movimentos inquebrantáveis, preenchida com sinuosidades, ondas, contornos, ondulações, cristas momentâneas, tendo o observador e todos nós como sendo funções integrais daquela teia. Não há qualquer acontecimento, nem qualquer processo que se repita exactamente. A teia imensa, universal, de mudança rotativa não se altera. É um bloco não esculpido, é a matriz “do ser e do não ser”, que se engendra mutuamente. Por isso, o Universo é orgânico e relacional, não mecânico, nem absoluto. A arte da vida é mais semelhante à navegação do que ao combate. É importante compreender os ventos e as marés, as estações, os princípios do desenvolvimento e a decadência, para usá-los, não para combatê-los.

Tudo isso conduz ao “Te”, que é a expressão do Tau da vida. “Te” é a tranquilidade, a virtualidade daquilo que acontece pela graça de Deus. É simples, porque não é planeado, não é consciente de si mesmo; é um perito natural na liderança de questões sociais, pessoais e práticas, baseadas na observação e não na intervenção ou no relacionamento certo. “Te” é a antítese do sistema e organização, é o poder exercido sem o uso da força e sem interferência imprópria das circunstâncias envolventes:
«É entrar na floresta sem mover sequer o capim
É entrar na água sem provocar qualquer ondulação».
Podemos compará-lo à distinção Budista entre o “desejo de sabedoria” prajñā e o “desejo de poderes” siddhi.
Mas, afinal de contas, o que o Tauísta e o seu ponto de vista mundial têm para oferecer é expressado muito melhor por imagens. O poeta do Século VIII, Wang Wei, sabia tudo acerca da idade e exílio e sobretudo dos problemas do poder. Ele foi um grande poeta inato, no período mais importante da Poesia Chinesa, que escreveu o seguinte:

«Desde os meus tempos da meia-idade
Que sou profundamente devoto do Tau.
Recentemente fui viver
Para as montanhas do Chung-nan
Vezes sem fim - com grande alegria no meu coração -
Vagueio sozinho por aqui e por ali.
É uma coisa maravilhosa
Sinto-me consciente de mim próprio.
Quando o riacho põe termo ao meu passeio
Paro e ponho-me a captar
O momento em que as neblinas se formam.
De vez em quando encontro
Um velho e enrugado morador dos bosques.
Ficamos a conversar e a rir:
Nunca mais sentimos vontade de voltar para casa».

O Tau - O Um Supremo

O Tau, como já se disse, possui vários significados, e entre eles, significa caminho ou senda, um princípio gerador e não criador, que segundo Lao-Tzu: «O Tau não age, no entanto nada se faz sem ele». O Tau está em todos os seres; qualificámo-lo de grande, supremo, inteiro, universal, total.
  (... continua) 
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