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324 Dias na Índia

de Rui Pereira

em 28 Dez 2007

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As pessoas com que me depararei no caminho e as amizades que se foram desenvolvendo, são aspectos importantes que marcaram esta viagem, onde se parecem salientar os pontos que nos unem e os que nos separam...
Depois de passar por Madurai, é em Tiruvannamalai que me deixo ficar durante cerca de 15 dias, frequentando com assiduidade o Āśram de Rāmana (§) Maharṣi. Foi no Arunachala, montanha sagrada dedicada a Śiva, que Rāmana viveu, numa gruta e aí meditou por vários anos. Este ponto continua a atrair um número crescente de Indianos e Ocidentais, especialmente na famosa circunvalação de 14 kms em torno do Arunachala, que foi um momento único nesta paragem.
Quando a dona da pensão, onde me encontrava hospedado, me dizia que meditava frequentemente, foi quando realmente compreendi com profundidade aquilo que de certa forma já sabia, mas que ainda não contactara: na Índia, a meditação é algo que faz parte da vivência “comum” de qualquer pessoa. Suas raízes são milenares ao contrário do que acontece no Ocidente que só actualmente começa a ser compreendida.
O Arunachala e o ambiente que ali se vive atraía-me e tranquilizava-me, o que me levou por momentos a rejeitar a ideia de partir, mas tinha de ser...

Prossegui em direcção a Pondicherry, em visita ao Āśram de Śi Aurobindo (§), onde uma profunda Paz inunda o Samādhi, local onde estão os “veículos físicos” de Aurobindo e “The Mother” (“A Mãe (§)”). Esta expressão, “The Mother”, atribuída à pessoa que na realidade é a esposa, é frequente na Índia, tendo inclusivamente criado algumas confusões para o mundo Ocidental, mas simplesmente parece reflectir um “maior” carinho de quem percorre o caminho espiritual em conjunto.
Antes de Chennai ainda parei em Mamalapuram com os seus monumentos históricos dedicados às divindades Hindus. Talvez reminiscências deste passado que perduram até hoje, onde o trabalho na pedra se faz em quantidade e qualidade como não vi em mais lugar algum.
Em Chennai (Madras), cidade bem conhecido dos Portugueses quinhentistas que aí buscaram as ligações com São Tomé e que desse encontro deixaram marcas. Terá sido aqui que este Apóstolo viveu os seus últimos anos e que terá sido morto. Os Portugueses edificaram vários templos, como por exemplo, a Igreja dedicada à Senhora da Expectação (Senhora da Esperança) que possui uma cruz (§) esculpida em rocha que supostamente terá sido trazida pelo próprio santo. Por devoção e/ou rivalidade com Espanha, que “tinham o Apóstolo São Tiago”, os Portugueses vêm a ter especial devoção a este apóstolo. Parece haver a busca de uma legitimação Superior para as empresas humanas... O certo é que quando parece haver um certo sincronismo destas duas forças tudo parece ganhar outra “força”.
A sede da Sociedade Teosófica (§) encontra-se não muito longe do sepulcro, em Adyar, parecendo indicar que não é uma mera coincidência. Num dos edifícios da Sociedade lê-se: “There is no religion highter than Truth” (“Não há religião superior à Verdade”). O seu grande jardim com os vários templos dos diferentes credos emana uma tranquilidade ecuménica e contemplativa.
Há muito que desejava visitar uma Mesquita o que acabou por acontecer em Chennai, bem próximo do hotel onde me encontrava. Quando cheguei à mesquita facilmente me apercebi das hesitações entre os presentes... Acabei por me sentar à entrada. Pouco depois, sou abordado por um muçulmano que me cumprimentou e me apresenta a vários outros que, consecutivamente, me convidaram a fazer parte da oração do final da tarde. Tal como eles, faço os rituais de purificação ainda no exterior da mesquita. À entrada entregaram-me um chapéu para a cabeça, que parece fazer parte dos requisitos indispensáveis para a entrada numa mesquita. A simplicidade do templo, onde não existem imagens nem qualquer representação de carácter figurativo, parece aumentar a concentração no rito, daquela comunidade que age, coordenadamente, a uma única voz.
  (... continua) 


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