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Ontologia conforme o Vedanta (Vedānta)

de Swāmi Siddheswarānanda

em 09 Jun 2008

  (...anterior)
Assim que se tenha o recurso da discriminação para que a Verdade última seja libertada, asseguraremos algo da maior importância:

A intuição da Realidade é prioritária a todos os nossos pensamentos.

Certamente que a intuição Brahman-Ātman aparece na forma do mundo sensível, mas uma vez que esta manifestação aparece e desaparece alternadamente, não temos o direito de o considerar como a Verdade última.
Além desta segunda ordem de realidade, o Vedānta reconhece uma terceira: a realidade ilusória (pratibhasika satta). Numa primeira abordagem no ocidente, esta terminologia causa sempre alguma surpresa. No entanto, efectivamente está relacionada com uma realidade, pois, sempre que tivermos uma experiência deste tipo, não temos a mínima noção de que somos vítimas de ilusão.
Estas ilusões podem ser classificadas em três categorias principais:

a. A ilusão individual: no lusco-fusco eu confundo um pedaço de corda com uma cobra, ou um pedaço de madrepérola com uma moeda de prata. A ilusão dura pouco. Logo que desaparece, apercebo-me que a moeda de prata ou a cobra foram apenas criações mentais. A partir desta experiência pode-se tirar uma conclusão importante: a mente tem a faculdade de se dividir a si própria e projectar uma ordem de fenómenos fora dela mesma de tal forma que, para mim, nesse momento, os objectos não existem na realidade, mas assumem temporáriamente uma forma e que eu reajo em relação a eles como se fossem reais.

b. A ilusão colectiva: as que, por exemplo, são produzidas pelos mágicos ilusionistas. Se se pretender que a prova da realidade das coisas está no facto dessa coisa ser percepcionada simultaneamente por várias pessoas, então as ilusões colectivas sobrepõem-se à da esfera individual, na qual as experiências do primeiro tipo estavam limitadas porque, no caso do mágico ilusionista – e lembramo-vos da ilusão da corda – muitos espectadores testemunham o espectáculo. Aqui a experiência deixa de ser particular. É colectiva. Quando o acto acaba, os espectadores compreendem que, finalmente, nada aconteceu. Uma máquina de filmar pode, além disso, produzir uma prova irrefutável: tudo o que a multidão viu foi, nada mais que, uma simples criação mental. O orgão interno tem, portanto, a propriedade de produzir certos tipos de fenómenos nos quais as duas categorias de existências estão inevitávelmente associadas à vida empírica, isto é pensamentos e objectos são clara e distintamente apresentados para serem vivenciados.

c. A ilusão do sonho: Enquanto perdura a ilusão do sonho, ela é uma realidade do estado de vigília. O sonho tem de acabar para que reconheçamos o seu carácter irreal. Mas durante a ilusão, o actor e a cena que se está a desenrolar, estão situados ao mesmo nível. Eles têm exactamente o mesmo grau de realidade. Além disso, todos os actores secundários que têm um papel a desempenhar na comédia ou drama do sonho, participam no espectáculo com a mesma qualidade que o actor principal. Isto contrasta com a experiência da cobra que é particular, ou com a ilusão da corda, que é pública, porque, neste último caso, é um grupo – embora limitado – que está a percepcionar o espectáculo. Na ilusão do sonho, o próprio sonhador está a representar num número ilimitado de papéis: o de todos os personagens que preenchem o sonho. E o ego do sonho – modificado ou multiplicado – vive, movimenta-se e tem o seu ser num mundo que, em sim mesmo, é tão real como o deste ego. Quando o sonho é quebrado, mantemos a impressão persistente que, por si mesma, a mente, criou uma experiência dentro de um universo que era, interiormente e só por si completo.

Ao estudarmos este três tipos de fenómenos, a metafísica Hindu não fica pelo aspecto ilusório.
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