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As Quatro Nobres Verdades

de Ajahn Sumedho

em 26 Jun 2008

  (...anterior)
Existe esta Nobre Verdade da Origem do Sofrimento: tal foi a visão, revelação, sabedoria, verdadeiro conhecimento e luz que em mim surgiram acerca de coisas nunca antes ouvidas.
Esta Nobre Verdade deve ser penetrada abandonando a origem do sofrimento...
Esta Nobre Verdade foi penetrada tendo abandonado a origem do sofrimento: tal foi a visão, revelação, sabedoria, verdadeiro conhecimento e luz que em mim surgiram acerca de coisas nunca antes ouvidas.
Samyutta Nikāya LVI, 11

A Segunda Nobre Verdade é composta por três fases: “Existe a origem do sofrimento que é o apego ao desejo. O desejo deve ser abandonado. O desejo foi abandonado”.
A Segunda Nobre Verdade diz-nos que existe uma origem para o sofrimento e que essa origem se encontra nos três tipos de desejo: desejo de prazeres sensoriais (kama taṇhā), desejo de ser (bhava taṇhā) e o desejo de não ser (vibhava taṇhā). Esta é a declaração da Segunda Nobre Verdade, a tese, pariyatti. Isto é o que se contempla: a origem do sofrimento encontra-se no apego ao desejo.

Três tipos de desejo

Desejo ou taṇhā em Pāli é algo importante a ser compreendido. O que é o desejo? Kama taṇhā é muito fácil de perceber. Este tipo de desejo é querer prazeres sensoriais através do corpo ou dos outros sentidos e procurar sempre coisas que excitem e agradem aos sentidos. Podem efectivamente contemplar: o que é que se passa quando surge o desejo de prazer? Por exemplo, quando estão a comer, se têm fome e a comida é deliciosa podem estar conscientes de quererem mais uma garfada. Observem essa sensação de saborearem algo agradável e reparem como querem mais. Não acreditem nisto só por acreditar, experimentem por vós próprios. Não pensem que sabem o que isto é, só porque foi sempre assim, façam a experiência quando comerem outra vez, saboreiem algo delicioso e observem o que se passa a seguir: o surgir do desejo de querer mais. Isso é kama taṇhā.
Também contemplamos a sensação de queremos ser algo. Se houver ignorância, quando não estamos a procurar algo delicioso para comer ou alguma boa música para ouvir, podemos então, encontrarmo-nos presos num mundo de ambição e conquista, o desejo de vir a ser. Somos apanhados nesse movimento, nessa luta para nos tornarmos felizes; procuramos formas de enriquecer ou tentamos tornar a nossa vida em algo importante, ao empenharmo-nos em pôr o mundo em ordem. Assim, apercebam-se desta sensação de querer ser algo mais do que aquilo que na realidade são neste momento.
Escutem o bhava taṇhā na vossa vida: “Quero praticar meditação para poder ser livre da minha dor. Quero tornar-me iluminado. Quero ser um monge ou uma monja. Quero atingir a iluminação como pessoa leiga. Quero ter uma mulher e filhos e uma boa profissão. Quero gozar o mundo dos sentidos sem ter que abdicar de nada e tornar-me num arahant (Ser Nobre)”.
Quando nos desiludimos por termos querido ser algo, então acabamos por desejar vermo-nos livres de certas coisas. Então contemplamos vibhava taṇhā, o desejo de nos libertarmos: “Quero ver-me livre do meu sofrimento. Quero ver-me livre da minha raiva. Tenho esta irritação e quero ver-me livre disto. Quero libertar-me da inveja, do medo e da ansiedade”. Atenta nisto como uma reflexão sobre o desejo de não ser vibhava taṇhā. Na realidade, estamos a contemplar aquilo que dentro de nós se quer ver livre das coisas; não estamos a tentar ver-nos livres do vibhava taṇhā. Não estamos a tomar a posição de estar contra o desejo de nos querermos ver livres das coisas, nem estamos a encorajar esse desejo.
  (... continua) 


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