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As Quatro Nobres Verdades

de Ajahn Sumedho

em 26 Jun 2008

  (...anterior) Mas o Buddha (§) não era um idealista nem um moralista, ele não tentou condenar fosse o que fosse, ele tentou despertar-nos para a verdade, para que pudéssemos ver as coisas claramente.
Quando essa clareza e visão correcta estiverem presentes deixa de haver sofrimento. Podem continuar a sentir fome, podem continuar a precisar de alimentos sem que isto se torne um desejo. Os alimentos são uma necessidade natural do corpo, o corpo não é o eu, ele necessita de alimentos ou, então, torna-se fraco e morre; essa é a natureza do corpo, não há nada de errado com isso. Se nos tornarmos todos moralistas e acreditarmos que somos o nosso corpo, que essa fome é o nosso problema, e que nem devemos comer, tal não revela sabedoria, é simplesmente idiotice.
Quando realmente virem a origem do sofrimento, compreenderão que o problema é o apego ao desejo e não o desejo em si. Apegarem-se significa deixarem-se iludir pelo desejo e, então, passa-se a pensar em função do “eu” e é “meu”; “Estes desejos são quem eu sou e decerto algo está errado comigo por os sentir”; ou “Eu não gosto de ser como sou. Tenho de me tornar em algo diferente”; ou então “Tenho de me livrar disto antes de me poder tornar naquilo que quero ser”. Tudo isto é desejo. Escutem, atentamente tudo isto sem comentarem o que é bom ou o que é mau, mas meramente reconhecendo-o pelo que é.

Desapego

Se contemplarmos e escutarmos os desejos, deixamos de estar apegados a eles, estamos somente a deixá-los ser como são. Então chegamos à conclusão de que a origem do sofrimento, do desejo, pode ser posto de lado e abandonado.
Como é que se deixam as coisas? Deixando-as tal como são; não significa que as aniquilamos ou as deitamos fora. É como que pô-las de lado e deixá-las ficar. Através da prática do desapego apercebemo-nos que existe a origem do sofrimento, que é o apego ao desejo e, compreendemos que devemos largar estes três tipos de desejo. Então, apercebemo-nos que deixámos estes desejos e que deixou de haver qualquer apego a eles.
Quando estiverem apegados, lembrem-se que desapego não é “verem-se livres de” ou “deitar fora”. Se eu estiver agarrado a este relógio e me disserem “Deixa-o!”, tal não significa “deitá-lo fora”. Posso pensar que tenho de o deitar fora porque estou apegado a ele, porém, seria apenas o desejo de me ver livre dele. Geralmente pensamos que, vermo-nos livres de um objecto é uma forma de nos vermos livres do apego. Mas se eu conseguir contemplar o apego a este relógio, compreendo que não existe qualquer razão para me ver livre dele, é um bom relógio, está sempre certo e nem sequer é muito pesado. O relógio não é o problema. O problema é apegar-me a ele. Então o que é que eu faço? Largo-o, ponho-o de parte, coloco-o cuidadosamente de lado, sem qualquer tipo de aversão. Depois posso voltar a pegar-lhe, ver que horas são e pô-lo de parte quando não for necessário.
Pode-se aplicar esta sabedoria do desapego aos desejos sensoriais. Por exemplo, uma pessoa que queira muito divertir-se. Como é que poria de parte esse desejo sem qualquer aversão? Simplesmente reconhecendo o desejo sem fazer juízos de valor. Pode-se contemplar o querer ver-se livre dele - porque se sente culpado ao ter um desejo tão parvo - basta simplesmente pô-lo de lado. Então, quando se vê como ele realmente é, reconhecendo que é somente um desejo, deixa-se de estar apegado a ele.
Assim, o caminho é trabalharem sempre com os momentos da vida diária. Quando se sentirem deprimidos e negativos, no preciso momento em que se recusam a entregar a essa sensação, já estão a viver uma experiência iluminada. Quando vêem isso já não têm de se afundar no mar da depressão e do desespero. Podemos parar e aprender, que não devemos dar azo a um segundo pensamento.
Têm de aprender isto pela própria prática e experiência, para que possam saber por si próprios, como se libertarem da origem do sofrimento. Será que podem libertar-se do desejo por simplesmente quererem desapegar-se dele? O que é que está realmente a ser abandonado neste momento?
  (... continua) 


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