Homepage
Spiritus Site
Início A Fundação Contactos Mapa do Site
Introdução
Sagrados
Sugestões de Leitura
Especiais
Agenda
Notícias
Loja
Directório
Pesquisa
Marco Histórico §
Guia de Sânscrito
NEW: English Texts
Religião e Filosofia
Saúde
Literatura Espiritual
Meditação
Arte
Vários temas
Mosteiro Budista
pág. 25 de 36
As Quatro Nobres Verdades

de Ajahn Sumedho

em 26 Jun 2008

  (...anterior) É triste constatar que a miséria, a angústia e o desespero da humanidade estão baseados numa ilusão; o desespero é vazio e sem sentido. Quando se percebe isto sente-se uma compaixão infinita por todos os seres. Como é possível odiar alguém ou guardar rancor ou condenar quem quer que seja que se encontre prisioneiro nesta teia de ignorância? Toda a gente é influenciada a fazer aquilo que faz devido à visão incorrecta das coisas.

◊ ◊ ◊

Com a prática de meditação, sentimos alguma tranquilidade, uma certa calma em que a mente “abranda o passo”. Quando olhamos para algo, com uma mente calma, por exemplo uma flor, estamos a olhar para ela tal como é. Quando não existe qualquer apego, nada a ganhar ou nada de que nos queiramos libertar, então se aquilo que vimos, ouvimos ou sentimos através dos sentidos for bonito, é verdadeiramente bonito. Não estamos a comparar, a criticar ou a tentar possuir; encontramos encanto e alegria na beleza à nossa volta e não necessitamos de lhe adicionar mais nada. É exactamente aquilo que é.
A beleza relembra-nos a pureza e a verdade. Não a devemos ver como um engodo para nos iludir: “Estas flores estão aqui só para me atraírem e me iludirem”, essa é a atitude do velho meditador rabugento! Quando olhamos com um coração puro para um indivíduo do sexo oposto, apreciamos a sua beleza sem o desejo de qualquer tipo de contacto ou posse. Quando não existe qualquer desejo ou interesse pessoal podemos deliciar-nos na beleza das outras pessoas, tanto homens como mulheres. Existe honestidade; as coisas são como são. Isto é o que queremos dizer com a palavra libertação ou vimutti, em Pāli. Estamos libertos destes laços que distorcem e corrompem a beleza à nossa volta, como por exemplo os nossos corpos. No entanto, as nossas mentes podem tornar-se tão corruptas, negativas, depressivas e obcecadas com certas coisas, que deixamos de as ver tal como são. Se não tivermos Entendimento Correcto vemos tudo através de véus e filtros cada vez mais densos.
Entendimento Correcto deve ser desenvolvido através da reflexão, utilizando os ensinamentos do Buddha (§). O Sutta Dhammacakkappavattāna é um ensinamento bastante interessante para ser contemplado e usado como referência para reflexão. Mas podemos usar outros suttas da Tipitaka*, nomeadamente aqueles relacionados com paticcasamuppāda* (origem dependente). Este é um ensinamento fascinante para reflexão. Se conseguirem contemplar tais ensinamentos, podem observar claramente a diferença entre a forma como as coisas são, como Dhamma, e o ponto em que deixamos de criar ilusões acerca da forma como as coisas são. É por esse motivo que temos de estabelecer total e consciente atenção nas coisas tal como elas são. Se existir o conhecimento das Quatro Nobres Verdades existe também o Dhamma.
Com Entendimento Correcto tudo é visto como Dhamma, como por exemplo: estamos aqui sentados... Isto é Dhamma. Não pensamos neste corpo ou na mente como sendo a nossa personalidade com todos os seus pontos de vista e opiniões, todos os pensamentos condicionados e reacções, que adquirimos devido à nossa ignorância. Reflectimos neste preciso momento, aqui e agora como: “Isto é tal como é. Isto é Dhamma”. Trazemos à mente o entendimento de que esta forma física é simplesmente Dhamma. Não é o eu; não é pessoal.
Observamos também a sensibilidade desta forma física como Dhamma em vez de algo pessoal: “Sou sensível”, ou “Não sou sensível”; “Tu não és sensível para comigo. Quem é o mais sensível?”... “Porque é que sentimos dor? Porque é que Deus criou a dor; porque é que ele não criou só prazer? Porque é que existe tanto sofrimento e infelicidade no mundo? É injusto. Pessoas morrem e temos de nos separar das pessoas que amamos; a angústia é terrível”.
Que Dhamma é que existe nisso? É tudo identificação pessoal: “Coitado de mim. Eu não gosto disto, não quero que seja desta forma. Quero segurança, felicidade, prazer e o melhor de tudo; não é justo que “Eu” não tenha estas coisas.
  (... continua) 


[Pág. Anterior]  1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 21 | 22 | 23 | 24 | 25 | 26 | 27 | 28 | 29 | 30 | 31 | 32 | 33 | 34 | 35 | 36  [Pág. Seguinte]
topo
questões ao autor sugerir imprimir pesquisa
 
 
Flor de Lótus
Copyright © 2004-2024, Fundação Maitreya ® Todos os direitos reservados.
Consulte os Termos de Utilização do Spiritus Site ®