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As Quatro Nobres Verdades

de Ajahn Sumedho

em 26 Jun 2008

  (...anterior) Não é justo que os meus pais não fossem “arahants” quando eu vim ao mundo. Não é justo que eles nunca escolham “arahants” para Primeiros-Ministros de Inglaterra. Se tudo fosse justo eles elegeriam “arahants” para Primeiros-Ministros!”
Estou a tentar levar esta ideia de que “Isto não é justo, isto não está certo” ao ponto do absurdo, na tentativa de mostrar como nós esperamos que Deus nos dê tudo aquilo que necessitamos para sermos felizes. Isso é o que as pessoas geralmente pensam ainda que não o digam. Mas quando reflectimos, vemos que “Tudo é da forma que deve ser. A dor é assim. O prazer é desta forma. A consciência é assim”. Sentimos. Respiramos. Temos aspirações.
Quando reflectimos vemos a nossa própria humanidade tal como é. Deixamos de nos relacionar com ela de forma pessoal ou de culpar quem quer que seja, porque as coisas não são exactamente como nós gostamos ou queremos. São como devem ser e nós somos como somos. Podem questionar-se, porque é que não somos todos iguais, com a mesma cólera, o mesmo egoísmo e a mesma ignorância; sem todas as variações e permutações. Ainda que consigamos resumir a experiência humana aos seus elementos básicos, cada um de nós tem o seu kamma* para viver, as suas próprias obsessões e tendências, que são sempre diferentes em qualidade e quantidade em relação aos outros.
Porque é que não podemos ter igualdade, termos exactamente o mesmo de tudo, do bom e do mau, sermos todos exactamente iguais em termos de aparência, um único ser andrógino? Num mundo assim nada seria injusto, diferenças não seriam permitidas, tudo seria absolutamente perfeito e não existiria a desigualdade. Contudo, ao reconhecermos o Dhamma, vemos que dentro do reino condicional não existem duas coisas iguais. Tudo é bastante diferente, com infinitas variáveis e em constante mudança, e quanto mais tentarmos manipular estas condições de acordo com as nossas ideias, mais frustrados ficamos. Tentamos criar os outros e a sociedade, de forma a que se enquadrem na nossa ideia de como as coisas devem de ser, mas acabamos sempre por ficar frustrados. Com reflexão, compreendemos: “É assim que deve ser”, as coisas têm de ser desta forma e só podem ser desta forma.
Ora, isto não é uma reflexão negativa ou fatalista. Não se trata de uma atitude de “É assim que deve ser e não há mais nada a fazer”' Mas sim uma resposta bastante positiva, no sentido em que aceitamos o fluir da vida tal como nos é apresentado. Ainda que não seja aquilo que desejamos, podemos aceitá-lo e aprender.

◊ ◊ ◊

Somos seres conscientes e inteligentes com capacidade de memória. Temos uma linguagem. Durante os últimos milhares de anos, desenvolvemos a capacidade de raciocínio, inteligência lógica e discriminativa. Aquilo que precisamos de fazer é tentar perceber como utilizar estas capacidades, como ferramentas para a realização do Dhamma, em vez de as utilizar para aquisições ou problemas pessoais. As pessoas que desenvolvem a inteligência discriminativa geralmente tendem a usá-la contra elas próprias, tornando-se extremamente críticas de si próprias ao ponto de se começarem a odiar. Isto acontece porque as nossas faculdades discriminativas tendem a focar-se em tudo o que está errado. Discriminação é isto mesmo: observar como isto é diferente daquilo. Quando usamos este sistema connosco próprios, com o que é que se fica? Com uma interminável lista de defeitos e culpas que nos põem completamente desesperados.
Quando estamos a desenvolver Entendimento Correcto usamos a nossa inteligência para reflexão e contemplação das coisas. Usamos também a nossa plena atenção, estando abertos para a forma como as coisas são. Quando reflectimos desta forma estamos a ter sabedoria e plena atenção, em simultâneo. Neste caso, estamos a usar a nossa capacidade discriminativa com sabedoria (vijjā) em vez de ignorância (avijjā).
  (... continua) 


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