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Mosteiro Budista
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As Quatro Nobres Verdades

de Ajahn Sumedho

em 26 Jun 2008

  (...anterior) E é uma Nobre Verdade porque já não culpa os outros pelo sofrimento que sentimos. Desta forma, a abordagem budista é singular em relação a outras religiões, porque se enfatiza o caminho para deixar o sofrimento através da sabedoria, libertação de toda a ilusão, em vez da obtenção de algum estado de felicidade ou união com o Supremo.
Não estou a dizer que os outros nunca são a fonte da nossa frustração e irritação, mas aquilo para que estamos a apontar com este ensinamento é a nossa reacção para com a vida. Se alguém estiver a ser mau para vós ou, propositada e malevolamente, a tentar fazer-vos sofrer, e se pensarem que é essa pessoa que vos está a fazer sofrer, ainda não foi percebida esta Primeira Nobre Verdade. Ainda que ela vos esteja a arrancar as unhas ou a fazer-vos outras coisas horríveis, enquanto pensarem que estão a sofrer por causa dessa pessoa, não perceberam esta Primeira Nobre Verdade. Perceber o sofrimento é ver claramente que é a nossa reacção à pessoa que nos está a arrancar as unhas, “Eu odeio-te,” isso é sofrimento. Ter as unhas arrancadas é doloroso, mas o sofrimento envolve “Eu odeio-te” e “Como é que me podes fazer isto” e “Eu nunca te perdoarei”.
Todavia não esperem que alguém vos arranque as unhas para praticarem com a Primeira Nobre Verdade. Testem-na com pequenas coisas, como por exemplo, quando alguém é insensível, mal-educado ou ignorante para convosco. Se estão a sofrer porque essa pessoa vos fez alguma desfeita ou vos ofendeu de alguma forma, podem praticar com isso. Na vida diária existem muitas ocasiões em que podemos sentir-nos ofendidos ou zangados. Podemos sentir-nos irritados simplesmente pela forma como alguém anda ou pela sua aparência, pelo menos eu posso. Por vezes apercebemo-nos da aversão surgindo em nós, simplesmente devido à forma como alguém anda ou porque não faz algo que deveria fazer. Podemos irritar-nos com esse tipo de coisas. A pessoa na realidade não nos fez nada de mal, não nos arrancou as unhas, mas ainda assim sofremos. Se não conseguirmos enfrentar o sofrimento nestas situações simples, nunca seremos capazes de ser tão heróicos perante alguém que nos esteja realmente a arrancar as unhas!
Nós trabalhamos com as pequenas insatisfações da vida quotidiana. Olhamos para a forma com que podemos ser magoados, ofendidos ou irritados pelos vizinhos, por pessoas com quem vivemos, pela Sra Tatcher, pela forma como as coisas são ou por nós próprios. Sabemos que este sofrimento deve ser compreendido. Praticamos olhando realmente para o sofrimento como um objecto e compreendendo: “Isto é sofrimento”. Assim temos a reveladora compreensão do sofrimento.

Prazer e descontentamento

Podemos investigar: Até onde nos trouxe esta indulgência pela procura dos prazeres? Há várias décadas que isto se perpetua, mas será que a humanidade está mais feliz por isso? Parece que hoje em dia nos foi dada a liberdade de fazermos tudo aquilo que queremos com drogas, sexo, viagens e por aí fora, tudo é permitido e nada é proibido. De facto, para se ser marginalizado tem de se chegar a fazer algo realmente obsceno e verdadeiramente violento. Mas será que o facto de podermos seguir os nossos impulsos livremente nos tornou mais felizes ou mais descontraídos e satisfeitos? Na realidade, isso tem-nos tornado muito mais egoístas; não pensamos como as nossas acções podem vir a afectar os outros. Geralmente pensamos só em nós próprios: Eu e a minha felicidade, a minha liberdade e os meus direitos. Assim torno-me num tremendo chato, uma fonte de imensa frustração, irritação e infelicidade para as pessoas à minha volta. Se pensar que posso fazer e dizer tudo aquilo que quero, mesmo à custa dos outros, então torno-me uma pessoa que nada mais é do que um aborrecimento para a sociedade.
  (... continua) 


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