Homepage
Spiritus Site
Início A Fundação Contactos Mapa do Site
Introdução
Sistemas Religiosos e Filosóficos
Agenda
Notícias
Loja
Directório
Pesquisa
Marco Histórico §
Guia de Sânscrito
NEW: English Texts
Religião e Filosofia
Saúde
Literatura Espiritual
Meditação
Arte
Vários temas
Mosteiro Budista
pág. 2 de 10
O Ensinamento do Buddha

de Edmond Székeley

em 31 Jan 2009

  (...anterior) Longos anos se passaram desta forma e finalmente foi aceite por eles. Amiúde foi-lhe sendo dado toda a informação que pediu. Após quatro anos de intenso labor de dia e de noite, o Dicionário completo Anglo - Tibetano e Gramática Tibetana estavam concluídos. Levou estas obras de volta para a Índia, aonde previamente tinha sido bibliotecário na “Royal Asiatic Society”. Entregou as Obras-Primas nessa Sociedade para publicação e de seguida partiu novamente para o Tibete, para traduzir todas as obras-primas da literatura Budista. Mas o destino não o deixou regressar ao Tibete, pois que a sua força vital estava já esgotada pelo trabalho contínuo e pelos sofrimentos no caminho, acabando por morrer aos pés dos Himālayas (§). O seu túmulo encontra-se em Darjeeling na Índia. Todo o conhecimento que temos sobre os textos originais tibetanos do Buddha (§) baseia-se no seu trabalho. Sem ele não teríamos a actual literatura sobre o Buddha, assim como sem Bach não teríamos a música da época actual. Os seus trabalhos filológicos são bem conhecidos e todos os orientalistas os estudam, mas a correspondência e cartas que escreveu para a sua família na Transilvânia, durante as viagens que realizou, não são conhecidas. Estes últimos escritos são da maior importância, pois revelam-no não só como filologista, mas também como filósofo, profundamente versado no Budismo. O que sei do Buddha, sei-o através das suas cartas que tive oportunidade de ler. Eu devo explicar-vos como cheguei a ler essas cartas. A razão é simples, é que ele escreveu estas cartas para a sua família, que é também a minha, sendo Csoma de Körös meu antepassado directo.

A palestra de hoje assume-se de uma grande importância para mim, uma vez que posso interpretar a noção original que ele tinha da reencarnação do Buddha, apresentada numa carta, a última dirigida à sua família. Encontrei algumas passagens onde ele expressa o seu contentamento ao concluir a sua missão e publicar os três trabalhos fundamentais sobre língua Tibetana e literatura Tibetana, expressando também pena por não poder ter traduzido tudo quanto ele tencionava traduzir, pois sente só lhe restarem mais uns poucos dias de vida. Ele diz que espera que outros o sigam e continuem o seu trabalho, mas ao mesmo tempo diz sentir que o mundo Ocidental não consegue compreender o Budismo. Ele teme isso porque encontra uma grande diferença entre o Budismo e o espírito Ocidental.

A sua previsão parece-se justificar, pois que os nossos orientalistas e cientistas Ocidentais decidiram catalogar o Budismo entre os mais diversos compartimentos na história da filosofia Ocidental. Colocaram-no num compartimento juntamente com o pessimismo; num outro que chamamos panteísmo, e num terceiro compartimento que denominamos com vários nomes, mas que nem no mínimo cobre as ideias do Budismo. Então espíritos mais iluminados apareceram, que viram enfim que o Budismo não é só pessimismo, pois que há tranquilidade absoluta e convicção na atitude do Buddha e de seus discípulos. A força superior com que eles se debatem pelo seu objectivo, não se harmoniza como o pessimismo. É verdade que nos Aforismos do Buddha está escrito: “O nascimento é sofrimento, doença é sofrimento, velhice é sofrimento, morte é sofrimento, estar longe de quem se ama é sofrimento, estar com quem não se ama é sofrimento, não ser capaz se atingir o nosso objectivo é sofrimento, atingir os nossos objectivos e perdê-los é sofrimento, toda esta vida é sofrimento.” São estas as palavras que inspiraram erradamente a interpretação ocidental do Buddha. É uma verdade que toda a gigante arquitectura do Budismo assenta em quatro verdades fundamentais – na verdade acerca do sofrimento; na verdade acerca da origem do sofrimento; na verdade acerca da cessação do sofrimento; e na verdade acerca do caminho que conduz à cessação do sofrimento. Mas qualificar o Budismo como pessimismo baseando-se nas duas primeiras verdades, é uma noção totalmente errada.
  (... continua) 
topo
questões ao autor sugerir imprimir pesquisa
 
 
Flor de Lótus
Copyright © 2004-2024, Fundação Maitreya ® Todos os direitos reservados.
Consulte os Termos de Utilização do Spiritus Site ®