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Portugal – Que missão!

de Eurico Ribeiro

em 13 Abr 2009

  (...anterior) Hugo de Poyens Tira-se partido desta gente conhecendo e potenciando tão-somente a corda sensível que a projecta e a transcende: a sua ambição pelo impossível! Tal foi a visão estratégica de São Bernardo de Claraval, levada a cabo pela Ordem do Templo / Cristo na primeira dinastia e Ordem de Avis na segunda. Estas foram as únicas potências estratégicas visíveis que souberam como mais nenhuma até hoje, levar o povo Português às suas reais potencialidades.
Certo é ainda que o português gosta de conhecer as novidades porque se posicionam numa perspectiva de descoberta, porque é um povo aberto para o mundo: é descendente do fenício, filho da original casta Lusitana, mas também do celta, é constituído pelo árabe, pelo judeu e pelo cristão! Na sua globalização, cruzou-se com o africano, com o índio americano, com os asiáticos e com os indianos. Criou ou ajudou a criar países com idiossincrasias muito próprias e de certo modo ligadas à nossa causa que é deles também. A nossa Globalização, o Port+Graal emergiu de pequenas colónias ou feitorias para províncias ultramarinas espalhadas por todo o mundo. O que se conclui que a filosofia era tornar Portugal não numa metrópole contida no pequeno rectângulo original com colónias subjugadas de povos inferiores, mas “dilatar a Fé, o Império, e as terras viciosas”, tornando Portugal todo e uno em qualquer lugar por onde se estabelecesse o gene português.
Deste modo ele é aberto às novidades, expansivo e tolerante mas odeia ser obrigado a viver pelas regras dos outros, porque criou a sua própria Paideia triplamente transmitida pela terra onde nasce, pelos genes dos seus antepassados e pela oralidade dos poetas. O português tem tanto de Vasco da Gama, quanto de D. Henrique (§) quanto de Velho do Restelo. E todos são úteis: o aventureiro que quer dar novos mundos ao mundo, o sonhador e estratega que concebe e planeia, e o ponderado que embora refractário e reactivo o faz por defesa da sua terra natal face aos perigos do caminho. No entanto sendo constituídos conceptualmente pelos três, tornamo-nos seres inquietos, pelo paradoxo de que somos reflexo.
O português sendo aventureiro e missionário, não pode ser materialista no seu íntimo, porque o risco de uma epopeia ou missão, implica a espiritualidade, o desapego completo, para além do limite da sua própria vida! O espírito de desapego do português é tal que nas épocas de governação estrangeirada, desconhecendo a sua ancestral missão ligada à do país onde nasceu, subestimando a sua “raça”, o leva a raiar a traição, tal se encontra motivado a ser um cidadão do mundo. Desse mal padecem as classes governativas e intelectuais infectadas pelo jacobinismo e positivismo da revolução francesa de 1800 cuja continuidade atravessou dois séculos até ao europeísmo actual com as filosofias neoliberais e niilistas, de cariz desagregador da nossa paideia que se encontra alinhada com as Leis Naturais.
Do “ser português original” excluo obviamente o indivíduo mesquinho e de visão curta de que muitos se tornaram, o que se alimenta da corrupção, porque parasitas os há em todos os quadrantes e latitudes e não respeitam nenhuma terra que pisam. Excluo o novo-rico com as suas manias e preconceitos que o manterá para sempre tão pobre e desligado interiormente como nasceu: tem vergonha da sua condição, projectando a sua inferioridade no povo de que faz parte, mas que não lhe reconhece pertença. Refiro-me sim aqui ao português de alma e coração: desde o inovador cosmopolita mas conhecedor da sua missão, ao português profundo enraizado na terra dos seus antepassados, o indivíduo estreitamente ligado à terra, ao ser autêntico, granítico, rude de mãos e caras fendidas temperado pelo sofrimento, pelas alegrias e pelos elementos, mas com um conhecimento empírico tal, que muitas vezes mancha o manto sobranceiro do académico.
  (... continua) 


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