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Os Princípios do Vedanta (Vedānta)

de Swāmi Yuktatmānanda

em 12 Out 2009

  (...anterior) Desta forma, de acordo com a nossa mente, é a nossa leitura do Absoluto e tal explica a razão de ser da adoração de tantos deuses e deusas do Hinduísmo.

Não se trata de uma fraqueza do Hinduísmo. Pelo contrário, é uma força do Hinduísmo capaz de prover às variadas necessidades dos aspirantes de diversos temperamentos. É uma democracia espiritual que o Hinduísmo oferece para que todos possam ter o seu ou a sua própria Ishta-devatā, ou escolha ideal, dependendo do seu temperamento. Suponhamos que olhamos para o sol através de óculos de lentes pretas, ele apresenta-se-nos preto. Também nos parecerá verde, azul ou cinzento, dependendo da cor das lentes dos óculos usados. Sendo assim, se as pessoas começam a lutar e a reivindicar que o sol cinzento é o único sol e que ele é o verdadeiro, ou que o sol verde é o único sol e que esse é o verdadeiro – tudo o mais é falso – isso é estúpido e ridículo. Da mesma forma, seria cómico se eu dissesse que só o meu deus é importante, só o meu deus é supremo, que adorem o meu deus e que só assim terão salvação; se adorarem outro deus, irão parar ao inferno e ficar lá para sempre! Tal conceito de inferno eterno ou de danação eterna é algo completamente alheio ao Vedānta.

É por isso que Sri Ramakrishna disse: “existem tantas fés, quantos os caminhos”. A vida de Sri Ramakrishna é um testemunho resplandecente deste princípio. Ele nunca ensinava oralmente. A sua vida é que nos ensina. Praticou disciplinas espirituais não só de acordo com os diferentes caminhos do Hinduísmo, como também de acordo com o Cristianismo e Islamismo e a sua primeira experiência foi de que todos estes diversos caminhos nos conduzem para o mesmo objectivo espiritual. Por isso, trata-se tudo do primeiro princípio cardinal – a não dualidade da cabeça de Deus. A derradeira Realidade é não dual; seja qual for o nome que lhe for dado. Sri Ramakrishna costumava dizer que o hindu tira água de um reservatório a que chamam “jal”. Um cristão chama-lhe “água”, um muçulmano chama-lhe “paani”. Contudo, os três nomes referem-se à mesma substância – água. De forma semelhante, existem tantos nomes de Deus e tantas formas, mas a essência que subjaz a todos os nomes e formas é a mesma, a mesma última Realidade, a Realidade informe que é a Existência eterna, a Consciência eterna, e a Felicidade eterna.
Divindade da alma

Isto leva-nos ao segundo princípio, que é a divindade da alma. Isto é, cada um de nós, todos os seres são divinos. Não somos apenas o complexo corpo-mente. Apresentamo-nos diferentes exteriormente – homem, mulher, louro, negro, jovem, velho, etc. Mas estas diferenças são apenas físicas. Para além deste corpo, para além destas aparências físicas, temos uma mente. De novo, para lá desta mente temos uma dimensão eterna e tal é chamada de Ātman. Swāmi Vivekānanda (§) diz: “Cada alma é potencialmente divina”. Somos todos divinos. O que acontece é que não estamos conscientes disso todo o tempo. E é só por isso que as diferenças nos parecem tão reais. Quando interagimos com pessoas a sua aparência física tem um papel bastante significativo. É por isso que a mente e o corpo nos parecem tão reais. Mas essencialmente, o Vedānta afirma que não somos meramente um complexo corpo-mente. Somos Ātman. Somos divindades. O Swamiji na sua maravilhosa leitura no Parlamento das Religiões em Chicago disse: «Oh divindades na terra – pecadores! É um pecado chamar tal a um homem; é um constante libelo na natureza humana». Por isso somos divindades na terra – abençoadas, eternas e puras. Este é o importante ensinamento do Vedānta. Encontra-se esta robusta mensagem em cada página das Obras Completas de Swamiji. Pelas suas próprias palavras, diz: «O meu ideal pode ser posto efectivamente em poucas palavras que são: apregoar à humanidade a sua divindade e como manifestá-la em cada movimento de vida».
  (... continua) 
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