Homepage
Spiritus Site
Início A Fundação Contactos Mapa do Site
Introdução
Sagrados
Sugestões de Leitura
Especiais
Agenda
Notícias
Loja
Directório
Pesquisa
Marco Histórico §
Guia de Sânscrito
NEW: English Texts
Religião e Filosofia
Saúde
Literatura Espiritual
Meditação
Arte
Vários temas
Mosteiro Budista
pág. 2 de 2
Rumi - O Mundo Interior

de Rumi

em 05 Abr 2010

  (...anterior) Era
um mestre sufi com vasta audiência, e exerceu sobre Djalâl- -ud-Dîn – ao qual reconheceu a precoce santidade e a quem, por esta razão, chamava «Mawlânâ», nosso mestre –, uma profunda influência. A família teve que fugir por causa da invasão mongol e acabou, depois de múltiplas peripécias, por se instalar na Anatólia, em Konya.

Alâ’ud-Dîn Kayqobâd, soberano seljúcida, amigo das ciências e das artes, convidou aí Bahâ’ud-Dîn Walad, que assumiu a direcção de uma escola (madrassa) onde ministrou ensinamentos até à data da sua morte, sobrevinda em 628 Hég. Djalâl-ud-Dîn torna-se então discípulo de um antigo aluno de seu pai, Burhân-ud-Dîn Muhaqqiq Tirmidhî15 e, sob os conselhos deste deslocou-se a Alepo, onde estudou na escola de Halâwiya, que contava com eminentes sábios hanáfitas. Em Damasco, conheceu Muhyî-ud-Dîn Ibn-ul-’Arabî, depois regressou a Konya onde sucedeu a seu pai como professor de Fiqh e de Shari’a.

Em 1244, a existência do jovem teólogo foi irremediavelmente transformada pelo encontro com Shams de Tabrîz. Foi esse o acontecimento capital da sua vida, de que ele próprio dizia: «Consiste nestas três palavras: estava cru, fui cozido, estou queimado.» Sultân-Walad, seu filho primogénito, seu confidente e seu sucessor, escreve a propósito: «Deus consentiu que Shams se manifestasse particularmente a ele, e que isto fosse para ele apenas... Ninguém teria sido digno de uma tal visão. Após tão longa espera, Mawlânâ viu a face de Shams; os segredos tornaram-se para ele manifestos como o dia. Ele viu aquele que não se pode ver, escutou o que alguém jamais escutará de alguém... Enamorou-se dele e foi aniquilado».

Durante três anos, Djalâl-ud-Dîn foi o discípulo apaixonado de Shams. Depois este desapareceu misteriosamente, sem dúvida assassinado pelos discípulos, ciumentos do ascendente que aquele exercia sobre o seu mestre. Djalâl-ud-Dîn ficou durante muito tempo inconsolável e dedicou à memória do amigo desaparecido um Dîwân de uma beleza lírica sem igual.18 Depois instituiu o Samâ’, oratório espiritual que acompanha a célebre dança rodopiante característica da sua confraria. Este «concerto», verdadeiro ofício litúrgico, comporta todo um simbolismo que estudámos noutro lugar em pormenor.19 Baseando-se na «correspondência» do microcosmo e do macrocosmo representa, por um lado, a roda celeste dos planetas em volta do sol e, por outro, a busca do Eu supremo pelas almas exiladas. O canto da fl auta, o ney, que preludia as sessões de Samâ’, exprime a nostalgia deste exílio do ser longe da pátria espiritual que é a sua origem e o seu Fim.

Depois da morte de Shams, Rûmi escolheu sucessivamente, para confidente e para director espiritual dos seus discípulos, Salâh-ud-Dîn Farîdûn, depois Husâm-ud-Dîn Tchelebi. É instado por este último que compõe o seu célebre Mathnawî, poema de 25.000 versos aproximadamente, dividido em seis livros que, desde há séculos, é lido e objecto de meditação em todo o mundo islâmico.
Já indicámos a frequência das semelhanças entre Fîhi-ma-fîhi e o Mathnawî. Não só os mesmos versículos corânicos, os mesmos hadîth’s e os mesmos versos estão citados nas duas obras, mas também as mesmas histórias e os mesmos temas: o fluxo do pensamento, não é ele idêntico? Notemos, de passagem, a narração da conversão de Abbâs, tio do Profeta (cap. I de Fîhi-ma-fîhi, livro III do Mathnawî, 4473 seg.), a comparação do homem com o astrolábio de Deus (cap. II, Mathnawî VI, 3140 seg.), a história de Laylâ e Majnûn (cap. IV, VII, seg.), a história de José a quem oferecem um espelho (cap. L, Mathnawî I, 3158 seg.), etc.

Foi editado pelo Professor Badî’uz-Zamân Forûzânfar, em Teerão, em 1952. Uma nova edição, posterior a esta, publicada (sem data) por Dâr-al-Tashîh v’at-Tardjamah, igualmente em Teerão, reproduz uma edição litografada anterior (Teerão, 1333, 330 p.).

A primeira parte desta edição contém 272 páginas (das quais 18 de introdução). Apresenta, com a supracitada edição de Forûzânfar, um número bastante grande de variantes. Escolhemos de entre elas, na nossa tradução, o que nos pareceu a melhor leitura, indicando as variantes em fim de página. O texto desta edição, sendo por vezes mais explícito, permite-nos acrescentar à tradução efectuada sobre a edição de Farûzânfar algumas passagens, e por vezes até uma página inteira.

Editado pelas Publicações Maitreya
   
topo
questões ao autor sugerir imprimir pesquisa
 
 
Flor de Lótus
Copyright © 2004-2024, Fundação Maitreya ® Todos os direitos reservados.
Consulte os Termos de Utilização do Spiritus Site ®