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Via da Vigilância Interior

de Edward Salim Michael

em 06 Mai 2010

  (...anterior) Porque, mesmo que consiga retirar-se da vida exterior por algum tempo, mais tarde ou mais cedo, terá de deixar a protecção da sua reclusão e partilhar com a humanidade agonizante os frutos da sua colheita espiritual – os quais, por lei divina, não poderá guardar só para si.

Esta nova prática tão importante acima mencionada consiste em concentrar toda a sua atenção nas solas dos pés enquanto anda na rua. Geralmente, quando se caminha, nunca se está correctamente presente nem consciente. Movimenta-se num estado de distracção mental, perdido num labirinto de imaginações fúteis. Para começar a compreender o sentido da sua existência, e o que lhe é exigido pela Mente Suprema Universal, que lhe deu o sopro da vida e a inteligência, é preciso entender primeiro este dramático problema, que é o estranho estado de esquecimento, no qual passa a sua vida. E bem precisa de toda a ajuda possível.

Os seus esforços serão largamente facilitados se souber manter-se presente nesta prática, sentindo as solas dos pés, de cada vez que tocam o chão. Neste trabalho específico, a concentração nas extremidades das pernas vão mostrar quão importante é largar os pensamentos usuais, permitindo que surja uma nova forma de consciência para substituir a mente inferior. Se o seu eu inferior não mudar consideravelmente, pelo menos dando espaço a algo mais valioso, esta consciência luminosa, que embora ignorando, transporta no seu íntimo, não conseguirá emergir e destacar-se suficientemente de forma a que a sua presença seja sentida.

Será conveniente que não se aventure em tarefa tão difícil e invulgar, sem alguma preparação primeiro - caso contrário vai esquecer-se de a praticar a maior parte das vezes, ou então nem terá a força necessária nem a determinação, para manter tão extenuante luta. Os seus esforços, cada vez mais débeis, não trarão resultados positivos.

De cada vez que pensar sair, deverá preparar-se interiormente, nem que seja só por trinta segundos. E, antes de começar este exercício, ou qualquer outro, deve sentir, primeiro, o que está em jogo em tais momentos.

Em vez de consentir que a mente divague desordenada em dispersões vãs, deve habituar-se sempre a permanecer atento neste importante trabalho, usando da máxima sinceridade. Deverá praticar com tenacidade e de forma continuada este especial exercício, até ser capaz de se manter ligado interiormente, sem esforço, com a Origem Superior, ao longo de todas as actividades externas, podendo um dia não precisar mais deste suporte temporário, ou só precisar dele de tempos a tempos, em alturas de maior dificuldade interior.

O aspirante não deverá desistir deste trabalho especial pelo facto de poder encontrar, ao princípio, grande resistência no seu interior. Como verificará, o mais leve e inesperado movimento ou som pode, subitamente, distraí-lo do seu objectivo: pode ser um peão que acidentalmente colida com ele, uma mosca que insiste em poisar na sua cara, ou o ladrar sonoro de um cão – seja o que for, antes de se aperceber do que aconteceu, já se ausentou!

No começo dos seus esforços para ficar “presente”, descobrirá que, mal deu os primeiros passos, e de uma maneira inexplicável e abrupta, ausenta-se e dispersa-se de novo, completamente esquecido do seu importante trabalho espiritual e da intenção de permanecer concentrado. Dois, ou mesmo cinco minutos mais tarde, também se surpreenderá quando, inesperadamente, como um raio, se der um estranho, inexplicável e muito rápido movimento para dentro - cujo significado não consegue apreciar nem entender, ao princípio – voltando a recuperar consciência de Si! Nesse preciso momento, percebe, que, nem só já se tinha esquecido deste exercício, como – o que é mais curioso ainda – de uma forma incompreensível o conhecimento e a percepção da sua existência foram estranhamente apagados ao mesmo tempo. Foi engolido misteriosamente e – por assim dizer - “morreu” neste estado de esquecimento de si!

O aspirante deve ter um cuidado especial para não se irritar nem ser intolerante para consigo, de cada vez que, assim, perde, o fio condutor da sua atenção.
  (... continua) 
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