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Ensinamentos do Vedānta - Siddhānta Pañjara
de Vināyaka
em 30 Set 2023
(...anterior) , regiões como Satya, e o desejo de viver, uma e outra vez, os professores, os mais velhos, a devoção e sempre o apego a todos eles, a ligação e a libertação, os méritos e os pecados e a crença neles a isto chama-se Samsāra.
19. Ele que se mantém como o criador de tudo isto e como seu activador, é chamado Samsārin pelos estudiosos deste mundo.
20. Quando é este o caso, o visível é chamado de Samsāra, e a transmigração toma a forma do Samsāra. Como vem explicado a seguir.
21. Digo-vos que o Samsāra apoia a forma visível do Eu Supremo omnipresente.
22. O poder supremo reside no firmamento da consciência que tem a forma de conhecimento; ele deve ser considerado como o seu poder natural, tal como o calor está para o fogo.
23. O poder não deverá ser diferente do detentor do poder. A capacidade de iluminar pertence ao Eu Supremo.
24. O universo das formas grosseiras pressupõe-se estar no seu centro, tal como a árvore já existe na semente da árvore.
25. Até mesmo o Senhor Supremo se torna perfeito, devido ao Poder Supremo; ele entra num instante, em todas as personalidades do deus Śiva que vêm à terra.
26. É difícil para um não-inerte (sensível) comportar-se como um inerte; sabei que isso é a liberdade de māyā.
27. O Senhor Supremo está livre de personalidades como o alimento físico; ele entra nas diversas personalidades como inerte ou como sensível.
28. No entanto, os poderes são diferentes nestas personalidades diversas; o poder de ouvir inerente nos ouvidos não está presente nos olhos.
29. O poder olfactivo do nariz não está presente na língua; os poderes noutras personalidades são também diferentes da mesma forma; compreendei isto.
30. Mesmo sendo o Eu uno, apesar dos corpos serem muitos, assim também, apesar das personalidades serem diferentes, em todas elas a essência é uma só.
31. Assim, todos os objectos visíveis constituem o Samsāra; Deus que toma todas as formas contraídas é o Samsārin (o eu incorporado). Sabei isto.
Capítulo 2
32. Afirma-se que o corpo é Samsāra (transmigração) e o Eu é o Samsārin (transmigrador). Explicarei agora a relação entre o corpo e o incorporado.
33. O corpo, apesar de inerte, age sempre; o Eu, apesar de sensível não age nunca.
34. Tal como o ferro reage em presença do magneto, do mesmo modo o corpo só age devido à presença do sensível (Eu).
35. Tal como as pessoas executam as suas acções quando nasce o sol, o sol não é nem o agente nem a causa, do mesmo modo o grande Eu.
36. O pedaço de madeira não tem jamais o poder de arder e de cozinhar, mas identificando-se com o fogo, é capaz de realizar ambos.
37. Do mesmo modo o corpo não tem nunca, em tempo algum, o poder de agir e de conhecer, mas é capaz de ambos, identificando-se com o Eu.
38. Tal como a pujança ou a insignificância do fogo tem por base o pedaço de madeira, tal é o caso do Eu ao identificar-se com o corpo.
39. O corpo contém sempre em si a inércia, pois essa é a sua natureza, e o Eu tem a sensibilidade porque a sensibilidade é a natureza do Eu.
40. Em sono profundo todos os corpos se tornam inconscientes durante algum tempo. Mesmo assim o Eu, que é o Eu Supremo, estará consciente.
41. “Não sabia nada” este conhecimento existe mesmo assim; tal como a lembrança “Eu dormi profundamente”, vem mais tarde.
42. Assim, este corpo, apesar de insensível, devido à presença do citt (consciência) acredita ser o profeta, o realizador e o beneficiador.
43. Assim é por causa da associação mútua do corpo com o Eu que o corpo se torna o conhecedor e o agente.
44. Eis a noção de Eu Supremo que é o Eu incorporado “Eu Sou”. Esta, oh estudante, é a relação de identificação entre eles, que se toma em consideração.
Capítulo 3
Discípulo:
45. O mundo visível é o samsāra (transmigração) e o Eu é o transmigrador (Samsārin); a relação de identidade entre eles estabeleceu-se ser māyā.
46. Oh Senhor, que explicastes amavelmente quem é o Samsārin; também gostaria de ouvir a sua definição, se for elegível.
Preceptor:
47.
(... continua) 
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