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Mosteiro Budista
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História da Tradição da Floresta

de Bhikkhu Dhammiko

em 03 Jan 2011

  (...anterior) O movimento Dhammayutta, no entanto, falhou redondamente com a sua tendência mais académica, ao burocratizar-se politicamente e adoptar uma forma mais urbana e social, inspirando mais tarde um terceiro tipo de Budismo, o “Budismo Estatal”, que chega a instigar os monges a fixarem-se nos mosteiros, a abandonar as florestas e a dedicarem mais tempo ao lado académico do que à meditação, chegando a impugnar quem se opusesse a essa directiva.

Nunca tendo dado grande importância ao foro académico e social, Ajahn Mun parte com os seus discípulos mais fiéis para o norte, onde podiam ainda ser livres. Durante toda a sua vida recusou fama e títulos, e quando no início dos anos 30 foi designado pelas autoridades de Bangkok para exercer a função de abade e líder da Tradição num dos mais importantes e antigos mosteiros na cidade de Chieng Mai, desaparece sem deixar rasto na aurora do dia seguinte.
Os seus detractores acusavam-no de não seguir nem respeitar os tradicionais costumes budistas da época, ao que ele respondia não estar interessado em se curvar aos costumes de qualquer sociedade em particular – que eram por norma os costumes de pessoas embotadas com avareza, ódio e ilusão nas suas mentes. Ele estava mais interessado em encontrar o que ele chamava de o “Costume dos Nobres”, as práticas que antes de tudo, tinham habilitado o Buddha (§) e os seus discípulos originais a alcançarem o ‘Despertar’.
Esta famosa frase – o “Costume dos Nobres” – remonta a um incidente na vida do próprio Buddha: não muito depois do seu “Despertar – Iluminação”, Ele regressou ao reino que tinha deixado 6 anos antes, de modo a transmitir o Dhamma à sua família. Depois de passar a noite na floresta, ao acordar do dia, dirigiu-se à cidade para mendigar alimento. Seu pai, o Rei, ao saber do que se passava, dirigiu-se imediatamente para o admoestar. «Isto é uma vergonha, disse o Rei, nunca ninguém na linhagem da nossa família alguma vez mendigou. É contra os costumes da nossa família». Ao qual o Buddha respondeu, «Agora, pertenço não mais à linhagem da minha família, mas à linhagem dos Nobres.
Deles são os costumes que eu sigo». Ajahn Mun devotou muitos dos seus anos à busca destes costumes.

Passados anos, já no fim da sua vida e depois das autoridades eclesiásticas se terem tornado mais condescendentes para com a sua prática, regressou novamente, estabelecendo-se no nordeste. O movimento fundado por si, só nos anos cinquenta viria a ser aceite em Bangkok.
Numa época coincidente com a perca de confiança na maioria dos monges estatais, os monges Kammatthāna, começaram a representar aos olhos de muitos monásticos e da população, uma expressão sólida e fidedigna do Dhamma, num mundo em rápida e furiosa modernização.
Foi por esta altura que outro grande nome se vinha levantando, alguém que iria alicerçar e catapultar todo o movimento e a essência inspirada por Ajahn Mun, através de todo o país e não só. Foi Ele o Venerável Ajahn Chah – Phra Bodhinyāna Thera. Tal como Ajahn Mun, Ajahn Chah nasceu na Terra de Isahn, nordeste da Tailândia, mais precisamente na chamada “Província dos Sábios”, Ubon. Aos nove anos decide largar a família e ordenar-se num mosteiro local Mahanikaya. Aos vinte recebe ordenação completa como Bhikkhu (monge). Em júnior estuda o básico do Dhamma, a disciplina e outras escrituras.
À medida que estuda o Pāli e traduz comentários do Dhammapada (§), apercebe-se da disparidade entre a sua vida e a dos monges na época do Buddha: eles vagueavam nas florestas “solitários, impetuosos e determinados” e, ele, colado a um livro na sala de estudo de um mosteiro...estaria a perder o espírito da resolução? Até que ponto era o estudo académico importante? Algo dentro dele estava a permanecer abafado por declinações e aproximações limitadas na raiz das próprias palavras. Aquele não era certamente o caminho para a libertação. Insatisfeito com a sua situação e com o desleixo da disciplina local, decide partir em busca de orientação superior na meditação. Com outro amigo parte em tudong (peregrinação pela floresta e meios silvestres).

Durante vários anos, caminham no estilo asceta, dormindo em florestas e cavernas, atravessando vários desafios e adversidades pelas selvas de Isahn.
  (... continua) 
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