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O Comboio para Haflong

de Sandeep Silas

em 11 Out 2010

  (...anterior) Chávenas de Bambu Esse sítio remoto e longínquo tem uma taxa de educação de 95%.
Jatinga é uma aldeia 100% cristã. Ao caminharmos pelas suas ruas sinuosas, encontramos crianças em frente de uma fonte pública, à espera com panelas de alumínio. É difícil suscitar um sorriso porque os moradores estão habituados a uma vida dura. As mulheres parecem tímidas e desaparecem nas suas casas de bambu. As enormes flores de hibisco que proliferam à beira da estrada, encantam toda a gente.

Jatinga é famosa por um estranho fenómeno, tão misterioso como mortífero: nas suas colinas há uma “zona de morte” para os pássaros migratórios. De Agosto a Outubro, todos os anos, o vale sofre uma dança de morte. Tem de ser uma noite escura para que aconteça. O vento devia passar do Sul para o Norte. O extremo frio, nevoeiro e chuva, conspiram para ajudar o vale que engole pássaros em voo desde o fim da tarde até ao amanhecer, silenciando-os para sempre. A única pausa é durante uma hora e meia, imediatamente após a meia-noite. As espécies que morrem em maior número são o martinho-pescador e a pitta indiana. Há outras espécies também nesse voo de morte – o siba brata goswami, pombos verdes, martinho-pescador de três dedos, galinholas de peito azul, o garça-real, o airão e o pitta de peito verde.

Há um fluxo grande e contínuo. A vista não consegue alcançar mais que um metro, no meio do nevoeiro, mas a morte sabe exactamente aonde ir. Há pessoas que acreditam que os habitantes da aldeia acendem grande números de tochas de bambu para cegar os pássaros em voo e os vender com lucros. Mas o que ainda não é explicado é que, se em todo o nordeste as pessoas comem pássaros, então porque é que caem em tão grande número apenas em Jatinga? Se esse harakiri é deliberado ou criado, apenas os pássaros o podem dizer. Seja como for, o facto é que o chamado cemitério dos pássaros em Jatinga, a norte de Haflong, é o sítio de um fenómeno estranho.

Originalmente as zonas serranas eram habitadas pelos Nagas. No séc. XX, uma epidemia obrigou-os a procurar refúgio noutros sítios. Hoje em dia, o distrito de North Cachar tem um grande número de pessoas da tribo de Dimasa e mais 17 outras tribos como os Jaintias, Khasis, Kukis, Biates Jemi Nagas, Karbis, Hmars, Hrangkhols e Mizos. Moram neste terreno inóspito realizando e cultivando jhum, ou seja, cultivam um terreno apenas uma vez e depois transferem-se para um outro sítio. Testemunham este estilo de vida vastas zonas onde as florestas de bambu foram abatidas ou queimadas. No total há mais de 131 000 pessoas de tribos diferentes que lá moram. Os casamentos efectuam-se geralmente dentro da própria tribo e as leis tribais governam os seus actos. O chefe da aldeia ainda é uma voz importante! Todavia, a educação está a dissolver aos poucos as leis tribais e os matrimónios fora da tribo já começam a ser muito comuns.

Fomos às florestas de Jatinga para ver as fazendas de ananás: havia densas florestas e um aviso: “Munik Sinchiang Garden”. Saltei por cima de vários arbustos, passei por árvores, equilibrando-me sobre pedras e finalmente cheguei a um sítio onde havia dois bancos de bambu para os visitantes. Ao sentar-me, olhei em volta e vi uma grande quantidade de bambu acabado de cortar numa pedra quadrada. Iam ser as nossas chávenas de chá! O assistente chegou, acendeu o lume com folhas e galhos e colocou grandes toros ocos de bambu sobre as chamas. Estes foram enchidos com água e folhas de chá. À medida que o lume se tornava mais forte, a parte exterior do bambu foi ficando preta, e o chá mais saboroso. Nas nossas chávenas, o chá tinha o sabor de rebentos de bambu frescos, Um dos mais invulgares sabores de chá a que associarei para sempre Jatinga. Há muitos ananases. Parecia haver lá acampado um exército de ananases!

Fomos também à câmara do distrito para ver as danças folclóricas das colinas de Cachar norte. O 1º grupo foi o dos Dimasas.
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