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O Comboio para Haflong

de Sandeep Silas

em 11 Out 2010

  (...anterior) Dança de Bambu A dança de Baidima, usualmente dançada depois das colheitas durante o festival de Busu, acompanhada pela música do muri e o tambor Kharan encantou todos os espectadores. Depois houve os Jemi Nagas com a sua dança Naga, que é realizada durante o festival da primavera de Heleingi. Tinham plumas nos chapéus e vestidos estreitos que revelavam sensualmente os ombros. O ambiente e ritmo lento de dar graças mudou completamente com os dançarinos da dança de bambu dos Hmar. Enquanto os homens batiam habilmente os bambus no chão, as mulheres dançavam com agilidade entre os quadrados efémeros criados pelos bambus durante uns segundos.

Os Biates dançaram a sua dança de meburlan batendo copos de bambu a ritmo com os tambores. Também é uma dança de colheitas. A tribo Karbi representou as moções de cultivo jhum na sua tradicional dança de ritnon chindi. Há tanta variedade nesse remoto angulo da Índia, tanta vida nos seus passos, tanta esperança nos seus olhos, que olhei para Hempeopit, o pico mais alto da cordilheira de Barail, e rezei pela paz nas vidas desses povos. Uma linda moça da tribo de Dimasa explicou-me em inglês que o nome Haflong derivou de uma palavra dos Dimasas “Haphlau” que quer dizer “colinas e vales”. Viajamos a bordo de três carruagens do comboio especial da comemoração do centenário, puxado por uma locomotiva a vapor. Estava a fazer barulho suficiente deixando sair nuvens de vapor para demonstrar a sua força. Todavia, a sua vitalidade vai ser posta à prova nesses carris com mais de 100 anos. O comboio partiu alegremente. Tinha pena de deixar para trás a linda moça Dimasa, a nossa guia.

Passámos por florestas de bambu, rios e grandes vales na nossa viagem para Maibong. O comboio passa por 37 túneis no caminho de Badarpur, a mais distante parte da zona serrana. Enquanto o comboio foi engolido pela escuridão do túnel seguinte, encheu-se de vapor e os nossos pulmões também. O cheiro do fumo do carvão, que tantos apaixonados pelos comboios acham melhor que o melhor perfume, ficou nos poucos cabelos da minha cabeça careca e nas minhas roupas. Fora de Haflong, a ponte do rio Dyang é uma paragem linda para toda a gente. A ponte é alta e construída numa curva. O comboio saiu de um túnel, atravessou a ponte e parou no outro lado, sem poder prosseguir. Teria de atravessar a ponte três vezes antes de ganhar o ímpeto desejado para fazer a subida!

Depois da estação de Migrendisa, havia grandes vales cultivados. Ninguém reparou na estação de Wadrengdisa, enquanto o comboio passou com pressa sob o olhar curioso das crianças locais. Nessa região, os comboios são símbolo de movimento, de mudanças e da grande roda o tempo. Denotam autoridade e oferecem às tribos as vastas possibilidades de ficarem ligadas ao resto do país. No entanto, os seus voos da imaginação, como as suas viagens físicas durante uma vida, são reduzidos devido à pobreza e às circunstâncias. Continuam ligadas às suas raízes e às leis tribais.

Não há dúvida que é a terra dos bambus: bambus nas colinas e nos vales, vigas e paredes de bambu, copos de bambu para servir chá, para tocar durante as danças, bancos de bambu para descansar, e rebentos de bambu no seu prato. É uma planta benevolente. Se gosta do sítio e mora lá, o bambu é uma parte essencial da sua vida. Esse povo divino mora com o seu bambu numa vida “abandonada” nessas colinas, como a estátua de uma deusa deixada numa colina ao longe, depois do fim do festival, esperando que a chuva a dissolva. Alguma vez pensou na diferença entre Haflong e Long?

Cortesia da Revista India Perspectives
   
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