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A Sabedoria do Intelecto e o Caminho Mítico

de Arthur Shaker

em 27 Set 2010

  (...anterior) As Tradições têm um corpo teórico vasto, ao qual os homens podem recorrer, desde que utilizado sob orientação correta, e compreendendo as diferenças de ângulos que cada Tradição tem com relação aos suportes do Caminho. Escrituras, imagens, sons, símbolos, a Natureza, nosso corpo e mente, são apoios para o trabalho do Intelecto.

Segundo a metafísica das tradições teístas, o Intelecto (Intellectus ou Nous), ou Espírito (Spiritus ou Pneuma), é o elo intermediário que liga o homem ao Transcendente, à Realidade Suprema. O Intelecto, embora “criado”, seria supraformal e universal, enquanto o mundo psíquico pertence ao domínio formal e individual. O Intelecto ou Espírito seria a “face” criada do Logos, enquanto sua “face” incriada seria o Ser. O Intelecto pertenceria ao reino “angélico”, o domínio dos arquétipos platônicos. É graças ao Intelecto que o homem pode ter o sentido do Absoluto, comunicar-se com o Divino . Poderíamos dizer que é graças ao Intelecto que o homem pode ver e purificar sua mente das impurezas da cobiça, ódio e delusão, e com isso alcançar sua realização espiritual. É através da via do conhecimento, a via efetiva que traz os frutos em si mesmo, que se alcança a definitiva libertação da delusão e do sofrimento.

Segundo a metafísica hindu, explicitado mais especificamente no Samkhya (um dos seis pontos de vista dos Veda), a existência fenomênica se desdobra em uma série de princípios (tattwas), pelos quais os vários graus da manifestação universal são compostos. O primeiro deles é Buddhi, o intelecto superior, como um raio luminoso proveniente de Sol espiritual e iluminando na sua integralidade o estado individual e o ligando aos outros estados do Ser .

Numa perspectiva não-teísta, nas palavras do monge budista Yogavacara Rahula Bhikkhu: “Buddhi, em sânscrito, significa o intelecto puro, a mente que está livre da influência condicionada das emoções, de forma que nela não se constróem observações nem deduções tendenciosas ou preconceituosas. (...) Buddha (§), o Desperto, foi alguém que libertou sua faculdade intelectual de todas as distorções, levando-a ao maior grau de clareza possível. A partir disso Ele conseguiu desenvolver uma atenção aguçada e um insight penetrante sobre como o corpo e a mente funcionam juntos”.

A palavra Intelecto quer dizer “inter-legere”, “ler entre”. Ler a verdade da efemeridade e ilusão dos fenômenos do corpo e da mente, por entre as distorções da percepção condicionada. Perpassá-las rumo ao Absoluto, o Incondicionado, a suprema realidade transcendente, que está sempre aqui e agora, mas ignorada, porque coberta da delusão sobre a verdadeira natureza do mundo, que oculta a presença cintilante do Absoluto. O Intelecto seria aquilo que na simbologia hindu é o terceiro olho de Shiva, o Centro do qual os dois olhos seriam como a dualidade, os pratos da balança que fazem os jogos dos pesos e contrapesos, e que caracterizam a ação da razão e do pensamento.

Nesses termos, o Intelecto é principial em relação ao pensamento. O termo “principial”, utilizado para designar a ordem dos princípios por René Guénon (§) (cuja obra ainda é pouco conhecida no Ocidente) significa, neste contexto, que o pensamento é uma faculdade mental derivativa do Intelecto, portanto secundária e menos eficiente que seu princípio fundante, o Intelecto. Por isso, enquanto a figura do homem intelectual é vista na modernidade como sinônimo de pensador, na perspectiva espiritual o real homem intelectual é aquele cujo intelecto adentra pelos domínios da transcendência, realizando e purificando o conhecimento desses domínios (que estão dentro de si), até alcançar a Realidade Suprema, o Centro. Em outras palavras, o homem intelectual é aquele que realiza o conhecimento pela meditação, pois, para o desenvolvimento da centralidade, a meditação é a base por excelência da prática espiritual.

Mas qual a relação entre a meditação e o intelecto? Duas qualidades são necessárias: a concentração e a plena atenção, sabedoria.
  (... continua) 
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