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Plena Atenção - 2ª Parte

de Ajahn Sumedho

em 24 Jan 2011

  (...anterior) Mas podemos amá-lo, não ficarmos imersos na aversão, não sermos apanhados nas reacções resultantes desta desagradável situação. Isso é o que queremos dizer com mettā.

Por vezes existem coisas de que não gostamos em nós próprios, mas mettā significa não ficarmos agarrados mentalmente aos nossos sentimentos, problemas, atitudes e pensamentos. Torna-se assim, numa prática imediata de estar muito consciente. Ser consciente significa ter mettā em relação ao medo na vossa mente, ou ao ódio, ou ao ciúme. Mettā significa não criar problemas sobre as condições da existência, permitir que estas se desvaneçam, cessem. Por exemplo, quando o medo vem ao de cima podem ter mettā pelo medo, no sentido em que não criam aversão ao medo. Podem simplesmente aceitar a sua presença permitindo, dessa forma, que este cesse. Podem também minimizar o medo reconhecendo que é o mesmo tipo de medo que todas as pessoas têm e até mesmo os animais. Não é o meu medo, não é um medo pessoal, é um medo impessoal. Começamos a ter compaixão pelos outros seres quando percebemos o sofrimento implicado na reacção ao medo nas nossas próprias vidas – a dor, por exemplo a dor física que têm quando alguém vos dá um pontapé. Este tipo de dor é exactamente o mesmo que um cão sente quando é pontapeado. Por isso podem sentir mettā pela dor, no sentido da gentileza e paciência que é não permanecer em rejeição. Podemos trabalhar com mettā internamente, com todos os nossos problemas emocionais. Se pensarem “Quero me ver livre disto, isto é terrível” isso é uma falta mettā por vós próprios, não é? Reconheçam o desejo de se “verem livres de”. Não se deixem prender na vossa recusa às condições emocionais existentes. Não precisam de fingir que aprovam os vossos erros. Com certeza não pensam “Gosto dos meus erros”. Algumas pessoas são tontas o suficiente para dizer “As minhas falhas fazem de mim um ser interessante. Tenho uma personalidade fascinante devido às minhas fraquezas”.

*sticky rice: “arroz pegajoso” – consiste num tipo de arroz glutinoso que após cozinhado torna-se translúcido e pegajoso. Este é um prato básico do dia-a-dia das populações do norte e nordeste tailandês, sendo tradicionalmente comido à mão.

Mettā significa o não condicionamento de crerem que gostam de algo do qual não gostam de todo; é simplesmente não viver em aversão. É fácil sentir mettā por algo que gostamos – crianças pequenas e bonitas, pessoas com bom ar, pessoas agradáveis e com bons modos, cãezinhos amorosos, flores maravilhosas – podemos sentir mettā por nós próprios quando nos sentimos bem: “Agora sinto-me feliz comigo próprio”. Quando as coisas correm bem é fácil sermos amáveis para com aquilo que é bom, bonito e maravilhoso. Nessa altura podemos perder-nos. Mettā não é apenas boas intenções, bons sentimentos ou pensamentos elevados; é também algo muito prático.
Se formos muito idealistas e odiarmos alguém, sentimos, “Eu não devia odiar ninguém. Os Budistas deveriam ter mettā por todos os seres vivos. Eu deveria amar toda a gente”. Tudo isso surge de um idealismo impraticável. Devem ter mettā por essa aversão que sentem, pela pequenez da mente, pelo ciúme, pela inveja. Isto significa co-existir pacificamente, não tornar as coisas difíceis ou criar problemas a partir de coisas que surgem na vida, nos vossos corpos e mentes.

Em Londres costumava ficar muito aborrecido quando viajava no Metropolitano.
Costumava odiar aquelas estações de metro horrorosas com posters publicitários repelentes e as enormes multidões de pessoas naqueles comboios horríveis e deprimentes, que produziam um tremendo ruído ao longo dos túneis. Costumava sentir uma total falta de mettā (paciência-amabilidade). Costumava recusar tudo isso quando decidi fazer da minha prática uma meditação paciente/amável quando viajava no Metropolitano de Londres.
  (... continua) 
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