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Samma Samādhi – Desapego dentro da prática

de Ajahn Chah

em 10 Fev 2011

  (...anterior)
Devemos transformar-nos desta maneira. Antes de abandonarmos os nossos defeitos devemos mudar a nossa perspectiva. Devemos começar a praticar correctamente e bem. Mesmo que em determinada altura não tenhamos praticado nem correctamente nem bem, ainda assim pensávamos que estávamos certos e que éramos bons.
Quando realmente vamos ao fundo desta questão, “endireitamo-nos”, tal qual como virar uma mão para cima. Isto significa que “Aquele que sabe”, ou a sabedoria, surge na mente que é então capaz de ver as coisas de uma forma nova. Um novo tipo de consciência surge.

Portanto os praticantes devem treinar para desenvolver este conhecimento (ao qual chamamos Buddho, “Aquele Que Sabe”) nas suas mentes. Originalmente “Aquele Que Sabe” não está lá, o nosso conhecimento não é claro, verdadeiro ou completo. Esse conhecimento é portanto demasiado fraco para que possamos treinar a mente. Mas então a mente muda, ou inverte-se, como resultado desta consciência, chamada de sabedoria ou realização, a qual excede o estado consciente antecedente. O anterior ‘aquele que sabe’ ainda não sabia realmente e portanto era incapaz de nos levar ao nosso objectivo.
Assim, o Buddha (§) ensinou-nos a observar interiormente, opanayiko. Olhar para o interior, não para o exterior. Ou, se olharmos para o exterior devemos também olhar para o interior, para aí observarmos a causa e o efeito. Busquem a verdade em tudo, porque os objectos exteriores e interiores influenciam-se sempre, mutuamente. A nossa tarefa é desenvolver um determinado tipo de consciência até esta se tornar mais forte que o anterior estado de consciência. Isto faz com que sabedoria e realização surjam dentro da mente, tornando-nos aptos a reconhecer claramente as maneiras de funcionar da mente, a sua linguagem e as formas e meios de todos os nossos defeitos.

O Buddha, quando pela primeira vez deixou o seu lar para procurar a libertação, provavelmente não estava muito seguro do que fazer, tal como nós. Ele tentou, através de muitas práticas, desenvolver a sua sabedoria. Ele procurou professores, tais como Udaka Ramaputta, para praticar meditação, … sentado com a perna direita em cima da esquerda, a mão direita na esquerda… o corpo alinhado … olhos fechados… abrindo mão de tudo… até ser capaz de alcançar um elevado nível de absorção, ou samadhi (1). Mas quando ele saiu desse samādhi a sua antiga forma de pensar surgiu e ele percebeu que se iria apegar de novo a isso, tal qual como anteriormente. Ao ver isto ele percebeu que a sabedoria ainda não tinha surgido. A sua compreensão ainda não tinha realizado a verdade, ainda estava incompleta, ainda faltava algo. De qualquer maneira ao ver isto ele adquiriu alguma compreensão – a de que isto ainda não era o cume da prática – mas deixou aquele lugar para ir procurar um novo professor.
Quando o Buddha deixou o seu antigo professor, não o condenou; ele fez tal como a abelha que tira néctar de uma flor sem danificar as pétalas.

O Buddha então prosseguiu e foi estudar com Alara Kalama e atingiu um estado de samādhi ainda mais elevado, mas quando ele saiu desse estado, Bimba e Rahula (2) vieram de novo aos seus pensamentos, assim como antigas memórias e sentimentos. Ainda tinha luxúria e desejo. Reflectindo interiormente ele viu que ainda não tinha atingido o seu objectivo e portanto ele também deixou este professor. Ouviu os seus professores e fez o seu melhor para seguir os seus ensinamentos. Ele investigou continuamente os resultados da sua prática, não foi uma questão de simplesmente fazer coisas descartando-as de seguida para fazer outras.
Mesmo no que diz respeito a práticas ascéticas, após as ter experimentado, ele percebeu que passar fome até sermos só pele e osso é algo que diz somente respeito ao corpo. O corpo não sabe nada. Praticar daquela forma era quase como executar uma pessoa inocente ignorando o verdadeiro ladrão.
  (... continua) 
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