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Samma Samādhi – Desapego dentro da prática

de Ajahn Chah

em 10 Fev 2011

  (...anterior) Quando o tema de contemplação está presente, um sentimento de bem-estar surge. O que é esse bem-estar? É pīti (êxtase). Pīti, bem-estar, surge. Pode manifestar-se como arrepios (“pele de galinha”), uma sensação de frescura ou de leveza. A mente está extasiada. A isto chama-se pīti. Existe também prazer (sukha), o ir e vir de várias sensações, e o estado de ekaggatārammana (a mente está focada numa só direcção ou num só ponto; o oposto de dispersa).

Se falarmos em termos do primeiro estágio de concentração, temos: vitakka, vicāra, pīti, sukha, ekaggatā. Então como é o segundo estágio? Enquanto a mente se torna progressivamente mais subtil, vitakka e vicāra tornam-se, comparativamente, mais densos sendo assim descartados, deixando apenas, pīti, sukha e ekaggatā. Isto é algo que a mente faz por si própria, não temos de conjecturar acerca disto, apenas conhecer as coisas como elas são.
Quando a mente se torna mais refinada, pīti será eventualmente descartada, deixando apenas sukha e ekaggatā, e iremo-nos aperceber disso. Para onde é que pīti foi? Não foi a lado algum, o que acontece é que a mente torna-se gradualmente mais subtil e por isso descarta aquelas qualidades que são demasiado densas para ela. Tudo o que é demasiado denso é descartado até alcançar o ponto de subtileza, conhecido nos livros como Quarto Jhāna, o mais elevado nível de absorção. Aqui a mente progressivamente descartou tudo o que se tornou demasiado denso para ela até permanecerem somente ekaggatā e upekkhā, equanimidade. Não há nada mais além disto, este é o limite.

Quando a mente está a desenvolver os estágios de samādhi deve proceder desta forma, mas compreendamos, por favor, o básico da prática. Queremos acalmar a mente mas ela não ficará calma. Isto é praticar por desejo, mas não nos apercebemos disso. Desejamos calma. A mente está sempre perturbada e nós ainda perturbamos mais por querermos que fique calma. Este mesmo querer é a causa. Não vemos que este querer que a mente acalme é tanha (anseio). Apenas aumentamos o fardo. Quanto mais desejamos calma, mais perturbada a mente fica, até desistirmos. Acabamos por estar sempre a lutar, sentados às “turras” connosco próprios. Porquê? Porque não reflectimos na forma como predispusemos a mente. Conheçam as condições da mente por aquilo que elas são. Seja o que for que surja, apenas observem. Trata-se puramente da natureza da mente, não é danosa a menos que não a compreendamos. Não é perigosa se virmos a sua actividade pelo aquilo que é. Então praticamos com vitakka e vicāra até a mente começar a acalmar e a tornar-se mais dócil. Quando surgem sensações, observamo-las e começamos a conhecê-las.
Contudo, normalmente tendemos a lutar com elas porque desde o princípio estamos determinados a acalmar a mente. Assim que nos sentamos os pensamentos vêm angustiar-nos. Assim que designamos o nosso objecto de meditação a nossa atenção vagueia por todos os pensamentos, achando que esses pensamentos vieram para nos perturbar. Mas na verdade o problema surge imediatamente ali, desse mesmo querer.

Se virem que a mente está somente a comportar-se de acordo com a sua natureza, que os pensamentos naturalmente vão e vêm desta forma, não se centrem demais nisso. Podemos compreender os caminhos da mente (assim) como compreendemos uma criança/as crianças As crianças dizem todo o tipo de coisas, não sabem fazer melhor. Se as compreendermos, simplesmente deixamo-las falar pois elas naturalmente falam dessa forma. Quando abrimos mão não existe nenhuma obsessão com a criança. Podemos falar com os nossos convidados imperturbavelmente, enquanto a criança tagarela e brinca à nossa volta. A mente é assim. Não é danosa a menos que nos agarremos a ela e nos tornemos obcecados. Isso é a verdadeira causa dos enredos.
Quando pīti surge nós sentimos um prazer indescritível, que apenas quem experiencia consegue apreciar. Sukha (prazer) surge, e existe também esta qualidade de focagem em um só ponto.
  (... continua) 
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