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Samma Samādhi – Desapego dentro da prática

de Ajahn Chah

em 10 Fev 2011

  (...anterior) Ocorrem vitakka, vicāra, pīti, sukha e ekaggatā. Todas estas cinco qualidades convergem para um ponto. Apesar se serem qualidades diferentes elas estão todas reunidas num mesmo sítio, e podemos observá-las todas lá, como quando vemos diferentes tipos de fruta na mesma tigela. Vitakka, vicāra, pīti, sukha e ekaggatā, podemos vê-las todas na mente, todas estas cinco qualidades. Se alguém perguntasse “Como é que vitakka está lá, como é que vicāra está lá, como é que estão lá pīti e sukha?”, seria difícil responder. Mas quando elas convergem na mente, podemos ver como é por nós próprios.

A esta altura a nossa prática torna-se de certa forma especial. Devemos ter interiorização e autoconsciência e não nos perdermos. Sabei as coisas pelo que elas são. Estes são estágios de meditação, o potencial da mente. Não tenham dúvidas de nada do que respeita à prática. Mesmo que se afundem na terra ou voem pelo ar, ou mesmo que “morram” enquanto estão sentados, não duvidem disso. Quaisquer que sejam as qualidades da mente, fiquem-se pelo conhecimento destas (não proliferem). Esta é a nossa fundação: ter sati, interiorização e sampajanna, auto-consciência, quer estejamos em pé, a andar, sentados ou deitados. O que quer que surja, deixem-no “ser”, não se agarrem a isso. Seja agradável ou desagradável, felicidade ou sofrimento, dúvida ou certeza, contemplem com vicāra e verifiquem os resultados dessas qualidades. Não tentem rotular tudo, apenas reconheçam. Percebam que todas as coisas que surgem na mente são simples sensações. São transitórias. Elas surgem, existem e cessam. Isso é tudo o que elas são, elas não têm um “eu” ou um ser, elas não são “nós” ou “eles”. Não vale a pena agarrarmo-nos a nenhuma delas.

Quando vemos toda a rūpa e nāma (3)desta forma, com sabedoria, então vemos os arquétipos. Apercebemo-nos da transitoriedade da mente, da transitoriedade do corpo, da transitoriedade da felicidade, do sofrimento, do amor e do ódio. Todos eles são impermanentes. Ao observar isto a mente fica cansada; cansada do corpo e dela própria, cansada de coisas que surgem e cessam e que são transitórias. Quando a mente se ‘desencanta’ procura uma forma de largar todas estas coisas. Já não quer ficar presa a coisas, apercebe-se da falta de nexo deste mundo e da falta de nexo do nascimento.
Quando a mente vê assim, onde quer que vamos, vemos aniccam (Transitoriedade), dukkham (Imperfeição) e anatta (Não-eu). Não resta nada ao qual nos agarrarmos. Quer nos sentemos debaixo de uma árvore, no topo de uma montanha ou num vale, conseguimos ouvir o ensinamento do Buddha (§). Todas as árvores parecerão uma, todos os seres serão Um, não haverá nada de especial acerca de nenhum deles em particular. Eles surgem, existem durante um período, envelhecem e morrem, todos eles.
Vemos então o mundo mais claramente ao ver este corpo e mente mais claramente. Eles tornam-se mais claros à luz da Transitoriedade, à luz da Imperfeição e à luz do “Não-eu”. Se as pessoas se agarrarem rapidamente às coisas, sofrem. É assim que o sofrimento surge. Se virmos que o corpo e a mente são simplesmente como são, não surge sofrimento algum, porque não nos agarramos de imediato a eles. Em qualquer lugar temos sabedoria. Até mesmo ao observar uma árvore podemos observá-la à luz da sabedoria. Olhar para a relva e para os vários insectos torna-se alimento para a reflexão. Quando chega a este ponto vai tudo para o mesmo saco. É tudo Dhamma.Tudo é invariavelmente transitório. Esta é a verdade, este é o verdadeiro Dhamma, isto é uma certeza. Como pode ser uma certeza? É uma certeza no sentido de que o mundo é assim e nunca poderá ser de outra forma. Não existe nada mais nele do que isto. Se conseguirmos ver isto então terminamos a nossa jornada.
  (... continua) 
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