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Olhando para a Natureza da Mente - 2ª Parte

de Sakya Trizin

em 24 Ago 2011

  (...anterior) Se for um sonho feliz, nós apreciamo-lo, e a nossa mente fica feliz. Na verdade, não há diferença entre os nossos sonhos e a vida que vivemos. Somos nós que experienciamos os sonhos, e somos nós que experienciamos esta vida. Não há diferença entre o sonho e a vida actual. A única diferença é que a nossa vida normal é influenciada por propensões muito fortes enquanto os sonhos não são tão fortemente afectados por elas. Mas na realidade é tudo o mesmo. Então o primeiro passo é estabelecer tudo como [sendo] mente.

Assim, tudo é mente, tudo o que vemos, ouvimos, tudo o que saboreamos, tudo o que sentimos, tudo é mente. Quando a nossa mente está feliz, mesmo estando em condições precárias, sentimo-nos felizes. Mas se a nossa mente não está feliz, mesmo se as nossas circunstâncias forem favoráveis, não nos sentiremos felizes. É a mente que determina o modo como nos sentimos. Da mesma forma, um local pode ser um lugar muito feliz para uma pessoa, e pode ser um lugar muito infeliz para uma outra pessoa. Se ela realmente existisse exteriormente, então teria de provocar o mesmo sentimento a todas as pessoas. Se é um lugar feliz, então teria de ser assim para todos, e se é um lugar infeliz, então também devia fazer sentir infelizes a todos. Mas não é assim. As pessoas sentem de modo diferente. Cada pessoa experiencia-o diferentemente.

O segundo passo na descoberta da verdade última é estabelecer que todas as aparências são como um show mágico. Os mágicos usam certos ingredientes, ou certos mantras, para criar um show mágico, e até conjuram muitas coisas. Quando vemos todas estas coisas, parecem tão reais como esta vida. Do mesmo modo, quando as causas e condições apropriadas se satisfazem, as aparências mentais surgem. Se a mais pequena causa ou condição falhar, então a aparência mental não surge.
O terceiro passo é estabelecer que tudo é vazio de natureza própria, tudo é interdependente. Devido a estas causas, a estas condições, as coisas aparecem; mas na realidade tudo está para além de existir ou não existir. E então tentamos estabelecer que tudo é inexprimível. As coisas aparecem, nós experienciamos as coisas, mas é impossível descrever porque é que aparecem, porque é que as experienciamos. Tal como os bebés pequenos quando riem; eles devem ter uma razão para se rirem, de outro modo não o fariam. Mesmo assim a razão do seu riso é indescritível.

Então, para concluir, a verdadeira natureza da mente tem três aspectos: claridade, vazio e inseparabilidade dos dois. Vimos aqui alguns exemplos para cada um, mas há muitos, muitos mais. Ao relembrarmos estes exemplos, ficaremos cada vez mais familiarizados com eles, e a sabedoria surgirá gradualmente na nossa mente. É através desta sabedoria e pelo mérito acumulado pelos nossos esforços que atingiremos a iluminação última.

Tradução de José Carlos Rodrigues

Título original: ‘Looking into the Nature of the Mind’, Part 2, Melody of Dharma, nº6, 2011.

N.T. Insight meditation no original, que também pode ser traduzido por ‘meditação por realização’.
N.T. clarity of mind no original, que também pode ser traduzido por clareza da mente.
N.T. self no original, que também pode ser mantido como ‘self’, um inglesismo, na língua portuguesa.
N.T. ‘I’ no original, que em inglês se diferencia da expressão ‘self’. Mas como se optou por traduzir ‘self’ por ‘eu’, e não manter o inglesismo ‘self’ mesmo na língua portuguesa, causa uma certa dificuldade agora para diferenciar com uma nomenclatura diferente.
   
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