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A Perspectiva da Floresta

de Ajahn Amaro

em 17 Dez 2011

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Na reunião do Sangha Ajahn Chah disse, “Gostaria de fazer um comunicado para todos. Eu sei que viemos todos até aqui para construir esta estrada. Também sei que todos estamos a trabalhar arduamente a partir pedra e a carregar entulho. Sei que é importante que este trabalho seja feito, mas a tarefa da meditação também é muito importante. Tan Sumedho perguntou-me se podia praticar meditação enquanto nós construímos a estrada e eu disse-lhe que não há problema absolutamente nenhum com isso. Não quero que tenham pensamentos de crítica em relação a ele. Por mim está tudo bem. Ele pode ficar sozinho e meditar e nós continuaremos a construir a estrada.”
Ajahn Chah trabalhava de sol a sol. Quando não estava a trabalhar na estrada, estava a receber visitantes e a ensinar Dhamma. Ele estava mesmo a dar o "litro". Enquanto isso, Ajahn Sumedho permanecia só e meditava. Sentiu-se muito mal no primeiro dia e ainda pior no segundo. No terceiro dia, não aguentou mais. Sentiu-se torturado e por fim abandonou a sua solidão. Juntou-se novamente aos outros monges, partiu pedra, carregou entulho, entregando-se totalmente ao trabalho.

Ajahn Chah olhou para o jovem monge entusiasmado e com um largo sorriso nos lábios, perguntou: “Estás a gostar do trabalho, Sumedho?”
“Sim, Luang Por.”
“Não é estranho que a tua mente esteja mais contente agora no calor e na poeira do que quando estavas a meditar sozinho?”
“Sim, Luang Por.”
A lição? Ajahn Sumedho tinha criado uma falsa divisão entre o que é e o que não é meditação, quando na verdade não existe nenhuma diferença. Quando nos entregamos de coração a qualquer coisa que fazemos, a qualquer coisa que experienciamos ou ao que estiver a acontecer à nossa volta, sem agendas ou preferências pessoais a assumir o controle, o espaço de rigpa, o espaço da plena consciência, é exactamente o mesmo.

O Buddha (§) é Consciência
Os ensinamentos de Ajahn Chah também são similares ao Dzogchen no que diz respeito à natureza do Buddha. Quando vamos ao fundo da questão, a consciência da mente não é ‘algo’. No entanto, ela é um atributo da natureza fundamental da mente. Ajahn Chah referia-se a essa plena consciência, essa natureza conhecedora da mente, como o Buddha: “Este é o verdadeiro Buddha, aquele que sabe (poo roo).” A maneira habitual de falar sobre a consciência, tanto no caso de Ajahn Chah bem como no de outros mestres da tradição da floresta, era empregando o termo “Buddha” desta forma – a consciência plena, a qualidade desperta da nossa mente. Isto é o Buddha.

Ele dizia coisas como, “O Buddha que realizou o parinibbāna há 2.500 anos atrás não é o Buddha no qual tomamos refúgio.” Por vezes ele gostava de chocar as pessoas, quando sentia a necessidade de lhes chamar a atenção para os ensinamentos. Quando ele dizia algo deste género elas pensavam estar diante de um herético. Ele diria: “Como pode aquele Buddha ser um refúgio? Ele foi-se. Foi-se, completamente. Isto não é um refúgio. Um refúgio é um lugar seguro. Então, como pode esse grande ser que viveu à 2.500 anos proporcionar segurança? Pensar nele pode fazer com que nos sintamos bem, mas essa sensação também é instável. É uma sensação inspiradora, mas pode ser facilmente perturbada.”

Quando nos rendemos ao saber, então nada pode magoar o coração. Este repouso naquilo que sabe é o que faz do Buddha um refúgio. Esta ‘natureza que sabe’ da mente é invulnerável, inviolável. O que acontece com o corpo, emoções e percepções é secundário, pois ‘aquilo que sabe’ está para além do mundo dos fenómenos. Portanto, esse é o verdadeiro refúgio. Quer experienciemos prazer ou dor, êxito ou fracasso, elogio ou crítica, essa natureza conhecedora da mente é absolutamente serena. Ela é imperturbável e incorruptível. Tal como um espelho que não é embelezado ou maculado pelas imagens nele reflectidas, a natureza conhecedora da mente não pode ser tocada por nenhuma percepção dos sentidos, nenhum pensamento, nenhuma emoção, nenhum estado de ânimo, nenhum sentimento. É de uma grandeza transcendente.
  (... continua) 
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