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A Perspectiva da Floresta

de Ajahn Amaro

em 17 Dez 2011

  (...anterior) Observem: “Ah! Tudo está bem.” Aqui é quando pomos uma mudança acima – quando podemos simplesmente ser, sem devir.
“Ah ah” – o sabor do néctar de rigpa – “Ah, isto é perfeito.”
A realização consciente do fim de dukkha, do vazio e do espaço na mente são considerados elementos cruciais da prática correcta dentro da tradição Theravada. Realizar nirodha é de certo modo o aspecto mais importante ao trabalharmos com as Quatro Nobres Verdades. Parece secundária, é a menos tangível de todas, mas é aquela que contém a jóia, a semente da iluminação.
Embora a experiência de dukkha-nirodha não seja algo, isso não quer dizer que não haja nada ou nenhuma qualidade. Na verdade é a experiência da verdade última. Se não estivermos apressados em busca do próximo feito e tomarmos atenção ao fim de dukkha, abrimo-nos para a pureza, luminosidade e paz. Ao permitirmos que o nosso coração desfrute plenamente daquilo que está a acontecer (as chamadas ‘experiências normais’) ele floresce e abre-se, lindamente adornado, tal orquídea dourada, tornando-se cada vez mais claro e luminoso.

Não é Feito Disto
Todos os praticantes Budistas, independentemente da sua tradição, estão familiarizados com as três características da existência - anicca, dukkha, anattā (impermanência, insatisfação e não-eu). Elas são o “primeiro capítulo, primeira página” do Budismo. Mas no Theravada também se fala das outras três características da existência, a um nível mais subtil: suññata, tathatā, atammayatā. Suññatā é vacuidade. O termo deriva de dizer “não” ao mundo fenomenológico: “Não vou acreditar nisto. Isto não é completamente real.” Tathatā significa “assim, característica de presença”. É uma qualidade muito semelhante a suññatā, mas deriva de dizer “sim” ao universo. Não há nada, no entanto há algo. A qualidade de “característica de ser” é igual à textura da realidade última. Suññatā e tathatā – vacuidade e particularidade – os ensinamentos expressam-se nestes termos.

A terceira qualidade, atammayatā, não é muito bem conhecida. No Theravada, atammayatā tem sido mencionada como o conceito último. Literalmente, significa “não é feito disto.” Mas atammayatā pode ser interpretado de várias e diferentes maneiras, proporcionando uma variedade de subtis gradientes do seu significado. Bhikkhu Bodhi e Bhikkhu Ñanamoli (na sua tradução do Majjhima Nikāya) interpretam atammayatā como “não identificação” – adoptando o lado do “sujeito” da equação. Outros tradutores interpretam como “não fabricar” ou “não conceber”, dessa forma apontando mais para o elemento “objecto” da equação. De qualquer modo, a referência é feita em primeiro lugar à qualidade da consciência anterior à dualidade sujeito-objecto (ou sem esta).
As origens ancestrais Indianas deste termo parecem basear-se numa teoria de percepção sensorial na qual ‘a mão que agarra’ proporciona a analogia principal: a mão assume a forma daquilo que ela apreende. O processo da visão, por exemplo, é explicado como o olho enviando uma espécie de onda, que depois assume a forma daquilo que vê-mos e trá-la de volta. De modo semelhante para com o pensamento: a energia mental molda-se ao seu objecto, (isto é, um pensamento), e depois retorna para o sujeito. Essa ideia está encapsulada no termo “tan-mayatā,” “consistindo disso.” A energia mental daquele que experiencia (sujeito), assume a mesma natureza do objecto detectado.

A qualidade oposta, atammayatā, refere-se a um estado no qual a energia da mente não “sai” em direcção ao objecto e o ocupa. Ela não perfaz nem “algo” objectivo, nem um “observador” subjectivo que conhece. Por conseguinte, a não identificação refere-se ao aspecto subjectivo e a não fabricação refere-se ao aspecto objectivo.
A maneira como em geral a vacuidade é discutida nos círculos Dzogchen deixa bem claro que esta é uma característica da realidade última.
  (... continua) 
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